A ronda negocial democrática (?) de Cavaco e dos partidos do ‘arco do poder’

À excepção dos privilegiados, apenas o promotor e protagonistas do PSD, PS e CDS, embora sejam uma minoria ultraminoritária, sabem em rigor o conteúdo do que se tem debatido, acordado ou discordado, em resultado dessa proposta cintilante de Belém, o ‘Compromisso de Salvação Nacional’.

Dizem-nos que a iniciativa, entretanto terminada, é da máxima relevância para o futuro dos portugueses, sem especificar o que se trata, que objectivos se perseguem e o que podem os portugueses esperar no futuro, se consumado o acordo desta ‘troika nacional’.

Chamam a isto democracia, i.e., decidir em nome do povo matéria por este ignorada e não sufragada, naturalmente com influência para milhares de famílias portuguesas, cuja vida já é duríssima. O que nos deve preocupar é o conteúdo e resultado das negociações, até aqui sonegados – os negociadores ‘rosas’, ‘laranjas’ ou ‘azuis-amarelos’ pouco ou nada interessam, porque são parte do largo enxame de moscas da mesma merda, diria Brito Camacho.

Para tornar uma longa história mais curta, reproduzo o que Fareed Zakaria, ensaísta e editor da Newsweek International em ‘O Futuro da Liberdade’, editado pela Gradiva, escreveu na página 162 do livro em causa:

A noção de assembleia representativa ilustra bem estas ideias de democracia indirecta. Os americanos escolhem quem exerce o poder legislativo e delibera por eles. Não o fazem por si próprios. Foi precisamente esta a razão por que James Madison, autor da Constituição americana, não considerava a América como uma democracia.

Acrescento: o que é dito a propósito dos americanos também é verdadeiro, na actualidade, para um conjunto alargado de outros povos. Em especial, na EU e no subconjunto da Zona Euro, onde a nossa soberania se esvaiu.

(Adenda: É óbvio que o texto dste ‘post’ não seria escrito nos mesmo termos, se, a tempo, tivesse tido conhecimento da desacordo do PS, transmitida por António José António Seguro. Mantenho, no entanto, que a agenda das reuniões deveria ser divulgada como imperativo democrático – Cavaco Silva perdeu e o país estará sujeito a uma crise de proporções ainda imprevisíveis).

Comments

  1. Este actual regime não tem nada de democrático , existem
    eleições para fingirem que estamos numa democracia , em
    que os eleitos decidem ao contrário do que os eleitores que-
    riam que eles decidissem a favor do povo e não contra o povo.

    Estes governantes parecem o conto do vigário , enganam-nos de toda a maneira e feitio , na nossa cara , nós a vermos e a
    autorizarmos .

    Este povo parece um paradoxo , talvez por ser parolo .

    É inexplicável .

  2. -> Um país – tal como uma família, ou uma pessoal individual – está sujeito a atravessar períodos de crescimento e períodos de recessão (enriquecimento ou empobrecimento).
    -> Não é difícil de perceber qual é o objectivo da conversa dos PALADINOS ANTI-AUSTERIDADE (marionetas ao serviço da superclasse – capital global): o endividamento em cima de endividamento… até que pode provocar um crescimento… só que… um crescimento não sustentável (crescimento eng.-socratiano) aproxima-nos da bancarrota (nota: AS BANCARROTAS EXISTEM! um ex: Detroit)… e… um país encostado à parede vende bens estratégicos à soberania: energia, água, etc (há já até quem fale na privatização do oceano português).
    .
    —> Não está a existir apenas empobrecimento… na verdade, estamos é a caminhar para o DESAPARECIMENTO DO PAÍS!!!
    {nota: tal como uma família, ou uma pessoa individual, um país deve estar precavido para enfrentar períodos de recessão (empobrecimento)… assim sendo, um país deve tomar precauções para não cair numa situação de ‘espiral’: fazer empréstimos para pagar empréstimos}
    .
    .
    P.S.
    Um caos organizado por alguns – a superclasse (alta finança – capital global) pretende ‘cozinhar’ as condições que são do seu interesse:
    – privatização de bens estratégicos: energia… água…
    – caos financeiro…
    – implosão de identidades autóctones…
    – forças militares e militarizadas mercenárias…
    resumindo: estão a ser criadas as condições para uma Nova Ordem a seguir ao caos – uma Ordem Mercenária: um Neofeudalismo.
    {uma nota: anda por aí muito político/(marioneta) cujo trabalhinho é ‘cozinhar’ as condições que são do interesse da superclasse}

    • Plenamente de acordo com a sua análise .

      Só que no nosso caso ainda é pior que pedir empréstimos
      para pagar empréstimos . Continua-se a pedir para não se
      pagar nada , por isso continuamos cada vez mais endivida-
      dos , com uma dívida sempre em crescendo .

      isto é um jogo que interessa a muita gente para sacarem
      cada vez mais ao zé desgraçado .

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