Eleições, já?!

Já aqui havia escrito que a recuperação, ténue que fosse, estaria aí, mais trimestre menos trimestre. Já havia escrito acerca de graduais boas notícias no plano económico, do fim da contracção psíquico-económica portuguesa, graças a alguma confiança acrescida, graças a uma incomparável eficácia tributária e em virtude de alguma travagem no desinvestimento, mas sobretudo por causa das exportações. Confirma-se aquilo a que aludia. 1,1 de crescimento no segundo trimestre já confirmado ainda não é suficiente e nada nos diz que 2013 não será mais um ano de recessão. Mas sinais são sinais. Não faltarão vozes a destacar essa insuficiência ou a sazonalizar o que seja estrutural, não dando a César nem a Deus o que a cada qual pertence. Benditos sinais, porém.

Há demasiadas aves agoirentas e negativizantes que se intitulam de Esquerda a clamar por mais perturbação formalista, mais recrudescimento retórico e mais reles disputa facciosa, mais vitórias na secretaria, mais via gabinetóide de disputa política pela impugnação, mais eleições-já, mais pigarro soares, mais vácuo alegre, mais anúncios do fim-do-mundo, se isto não sofrer a reviravolta venezuelizante socialista-chavista à portuguesa, revolución que vai em tantas cabeças peregrinas. Tudo pela negativa. Tudo ao contrário da corrente. Como se nos não bastassem os perpétuos bloqueios decisórios no que nos é crucial; os impasses e hesitações reformistas de décadas; a treta populista que o PS derrama logo à partida acerca da dolorosa questão dos cortes nas pensões de reforma. Se fosse pelos Socialistas, Portugal ficaria sob a mais tóxica e atrevida demagogia, segregada apenas para ganhar eleições, até à próxima falência, conservando, tal como está, o Grande Guarda-Chuva Corrupto em que se transformou o Estado Português. Talhado unicamente para falhar. Talhado apenas para falências cíclicas. Nunca para um superavit. Um que seja, em quarenta, em cem anos.

O que me pergunto é se, após a disputa político-partidária ter ido a banhos, aquela suposta Esquerda terá face e argumentos para negar a melhor das evidências contra a pior das aparências: uma inesperada vitória estratégica da linha seguida por Gaspar. E pergunto-me se, perante esperadas boas notícias em cascata, umas após outras, terá adesão popular qualquer veleidade revolucionária do quadro constitucional que permite à Maioria governar e seguir governando; pergunto-me se o Tribunal Constitucional terá condições para prosseguir a sanha obstaculizadora, obsolescente, corporativa, gizada para os tempos do Escudo, arqueológica e letal para os tempos do Euro; pergunto-me aonde irá e o que dirá o lado rançoso, negativista e deprimente da Esquerda que temos. Necessitamos da Esquerda Ética. Não daquela.

Há limites. Por mim, quero estar perto de quem sorri, de quem está feliz a partir de dentro, de quem tem confiança em si mesmo, na bondade e beleza do Mundo. Quero estar perto de quem anda leve e segue limpo de corrupção. Quero estar perto de quem tem culpa dos sinais de crescimento, da saída do fosso da dívida, da vitória do trabalho contra a derrota da retórica depressiva. Não tenho nada. Nada me impede de ser absolutamente feliz.

Comments

  1. Porque será que estes pseudo-comentaristas de direita nunca apõem a sua exuberante foto nos seus comentários? Estarão com medo que usemos a famosa foto para pôr ao lado do açúcareiro?

    • Joaquim Carlos Santos says:

      Sim, havia uma pedra no meio do caminho. Eu. E o post? O conteúdo? O miolo?

  2. Fernanda says:

    Intimista e zen, o último parágrafo!

    “Quero estar perto de quem tem culpa dos sinais de crescimento, da saída do fosso da dívida…”

    O Vitor Gaspar não sei por onde anda, mas o Passos Coelho está na Manta Rota.

  3. nightwishpt says:

    Aguenta as tuas férias prolongadas, é a bem da recuperação.

  4. Fernanda says:

    “perante esperadas boas notícias em cascata,”

    Então quais são as boas notícias em cascata?

    Esta faz-me lembrar a anedota da tribo índia que vivia perto das cataratas do Niagara. Tinham todos orelhas de abano e a testa metida para dentro – Todas as manhãs o mesmo barulho das águas, o mesmo espanto:

    _O que é isto, o que é isto? (diziam, puxando bem as orelhas para cima)

    – Pá, são as cataratas do Niagara! (respondiam, batendo com a palma da mão na testa)

  5. Fernanda says:

    Os primeiros dados do INE para o segundo trimestre indicam um crescimento de 1,1% face ao primeiro trimestre, o maior crescimento na Zona Euro para o período e quase o dobro da previsão mais optimista, e ajudam a explicar, com a sazonalidade, uma parte dos últimos, e também surpreendentes, dados sobre o desemprego, já aqui referidos. É claro que, comparado com o segundo trimestre do ano passado, a queda é de 2% (o gráfico do INE ajuda a que não se embandeire em arco). Um trimestre não faz esquecer o peso de dez trimestres consecutivos de recuo em cadeia, graças as políticas de austeridade, e não faz esquecer o perigo que estas políticas continuam a representar para os próximos trimestres. De resto, a economia portuguesa terá beneficiado do crescimento da procura externa, o que, por exemplo, num dos nossos principais destinos de exportação, a Alemanha, poderá ter sido devido à maior dinâmica da procura interna puxada pelo aumento dos salários e do consumo público. A estabilização da nossa procura interna também terá ajudado: o que cai muito tem de subir alguma coisa, sobretudo se as expectativas de certos sectores se tornam um pouco menos pessimistas, levando a que certas despesas de consumo não sejam mais adiadas, porque um certo e determinado tribunal decidiu que os cortes nos salários são menos intensos e porque os salários, em geral, deixaram de cair em termos homólogos. Juntem a isto, como sublinha Rui Peres Jorge no Negócios, o efeito Galp, já aqui explorado e que explica um terço do crescimento das exportações em termos homólogos, um mau primeiro trimestre para comprar e menos austeridade e têm as contas baralhadas para um futuro que pode bem não ser a continuação de um trimestre em contraciclo.

    http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/

  6. Fernanda says:

    1- “O PSD defendeu hoje que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), aliado à descida do desemprego, demonstra que o esforço dos portugueses não é em vão, ressalvando que uma “linha governativa de grande exigência” deve ser mantida.”

    (DN)

    2- MF alerta: “Os grandes riscos estão relacionados com 2014”

    A IMF realça que os “grandes riscos” para a economia estão relacionados com 2014, especialmente devido à implementação das medidas que serão introduzidas no Orçamento do Estado para o próximo ano.

    “Assumindo que o contexto internacional seja favorável, os grandes riscos estão relacionados com 2014, nomeadamente com a aplicação de um Orçamento 2014 que deprima a procura interna como resultado da reforma do Estado ou de novas medidas de austeridade. Será também em 2014 que se levantarão mais dúvidas sobre a capacidade de Portugal voltar aos mercados. Dado que se prevê que o país venha a garantir uma linha de crédito preventiva, pode ser necessário implementar mais medidas de consolidação orçamental”, realça a IMF.”

    http://www.jornaldenegocios.pt/economia/conjuntura/detalhe/economistas_consideram_cedo_para_falar_em_inversao_de_ciclo_da_economia.html

  7. Serás sempre o Palavrossaureo, Joaquim Carlos
    Santos!
    Além de dupla personalidade és vidente!

  8. Não acredito no que diz e custa.-me a crer que como desempregado e com
    problemas financeiros ,como você diz , venha fazer apologia destes indivíduos .
    que são outros corruptos como os SOCRÁTICOS .
    Não sou de esquerda , nem de direita , mas já apoiei o o PSD , como ninguém ,
    como já tenho referido neste blogue , no tempo do famigerado CAVAQUISMO .

    A paga foi aproveitarem-se de mim , do meu enorme esforço físico e financeiro,
    para me deixarem na MISÉRIA . .

    Estes indivíduos são gente desumana , sei muito bem quem eles são .

    Todo este crescimento é uma mentira pegada , no qual ninguém acredita .

    É só para entreter e iludir .

    Custa-me a crer que ainda hajam pessoas que acreditem nestas tretas .

    Quanto à cobrança , isto é , exploração de impostos que você diz ser exemplar ,
    é ainda pior que no tempo do Robin dos Bosques e nunca vi alguma eficiencia
    disso , que você tanta ênfase dá .

    É deveras estranho , creio que agora começo a compreender porque razão
    tanto criticam . Não esperava isto de si . .
    ,

  9. Subiste um furo na minha apreciação.Percebes!
    Lendo o teu post com mais cuidado e apesar de
    não concordar com quase tudo o que dizes, há algo que é contraditório
    com o que tens dito.” Dizes que não tens nada. Nada te impede de ser absolutamente feliz”
    Mas tu tens 2 filhas, uma amoreira, umas couves e uma
    (macieira ou pereira?) centenária, que contribuiam para a tua felicidade.É que ter amoreira, couves
    e arvores de fruta, implica ter terra, ou não será? Já em tempos referiste “o teu bairro”
    mas achei uma manobra de diversão.Quem mora num bairro e ainda por cima em Gaia,
    não pode ter essas “hortaliças”

  10. J.Pinto says:

    Caro, Carlos,

    Não sei se já viu que aqui as boas otícias são sempre más. Bom seria manter os status; isso é que é bom.

    Para eles, quanto pior,melhor. Mesmo que as notícias sejam boas, conseguem ver sempre a outra parte, a mais negativa. Depois de uma subida abrupta do desemprego e uma queda acentuada na economia nos últimos anos, eles queriam que os dados lhe dessem já uma variação homóloga positiva. Não sabem que a ordem natural das coisas indica que primeiro tem de haver uma variação em cadeia positiva e só depois é que se pode passar para a varaição homóloga positiva. Esta variação, não sejamos parvos, vai demorar algum tempo, mas estes sinais são positivos.

    Já agora, qual é o nível de vida de Cuba e da Coreia do Norte? A pessoa lá vivem melhor ou pior do que cá?

  11. J.Pinto says:

    Até há muita gente (parece que o INE também o advoga) que atribui esta subida ao facto de a Páscoa ter calhado no primeiro trimestre. Mas nos outros países da Europa a Páscoa não foi no mesmo dia? Então porque é que eles cresceram menos do que nós?

  12. Onde vive esta gente?Haverá algum país paralelo?
    Eu quero estar onde sempre estive junto do povo que sofre o roubo a extorção e os crimes.
    Só poderei estar feliz quando não vir, ao meu lado, pessoas a desligar a água e a luz por não poderem pagá-las, quando não vir idosos sem tratamento e sem dinheiro para medicamentos, quando não vir crianças sem fome, etc..
    É a grande diferença entre ver o mundo do lado do poder, do lado dos banqueiros e quejandos, do lado dos exploradores, ou ver o mundo do lado do povo e no meio dele.
    mário

    • J.Pinto says:

      Não sei se na sua noção de povo estão incluídas as pessoas que vivem à custa dos meus impostos e que ganham 5, 10 e 15 vezes mais do que eu… e não fazem metade do que eu faço….e até são os que mais se revoltam e os que participam em greves…

      Se quiser viver num país em que o povo é que manda (cuidado, porque quem manda não é o povo, mas os que tomam decisões em nome do povo), pode viver em Cuba ou Coreia do Norte.. mas olhe que eles lá não podem dizer o que querem, como estamos aqui a dizer…

      É muito triste haver pessoas que não podem trabalhar e por isso não têm forma de se sustentar. Mas há muita, mas mesmo muita gente, que recebe do Estado, não trabalha porque não quer, recebe do dinheiro que eu pago através de impostos e ainda reclama….

      • Na noção de povo não cabem os exploradores, ladrões e criminosos e, estes, nunca os vi em nenhuma das muitas manifestações.
        Quanto a Cuba, e apesar do criminoso embargo de mais de 50 anos, anote sff.:
        UNICEF-Cuba é o único país latino-americano sem desnutrição infantail.
        ONU-Único país latino-americano sem problemas de droga.
        ONEC-Esperança de vida mais alta de américa latina.
        UNESCO-Escolaridade primária 100%, secundária 99%.
        The Guardien-Cuba possui duas vezes mais médicoa do que Inglaterra para uma população menor.
        Amnestia Internacional-Cuba é o país latino-americano que menos viola os direitos humanos.
        WWF-Cuba é o único país do mundo que cumpre a sustentabilidade ecológica.

        Não quereria era viver num país onde vão à falência cidades inteiras, onde 13 milhões de crianças estão a morrer à fome, onde mais de metade da população vive abaixo do limiar da pobreza, para sustentar os luxos de meia dúzia de sacanas.
        O subsídio de desemprego não é sustentado com os impostos de ninguém, é sustentado com os descontos dos trabalhadores e é ,também por isso , um direito.
        Gostaria de saber quantos, daqueles que lançam anátemas sobre a disponibilidade para o trabalho dos desempregados, estariam dispostos a trabalhar, nas condições e com os salários de miséris, que são oferecidos.
        Sobre a sustentabilidade da segurança social pode ler a investigadora Raquel Varela, explica com clareza e de forma simples.

        Não quero ir viver para Cuba, nem para qualquer outro país, quero viver naquele onde nasci e lutar por uma vida melhor e mais justiça, ao lado dos mais humildes.

        Não quero é continuar a viver num país onde, quem manda, convive bem com a exploração, o roubo, a extorção, a corrupção e a miséria, matando e condenando, um povo inteiro, por decreto, para servir o capital.

        mário

        • J.Pinto says:

          Bem me parecia que não queria viver em Cuba.. prefere viver cá. Já somos dois, eu também prefiro viver cá..

          Mas gosta da liberdade? Em Cuba não era capaz de aceder à Internet livremente nem de contrariar o povo (desculpe, o Governo). Muita gente defende tudo o que há de bom (?) nesses países, mas quando toca a ir viver para lá, está quieto.. se tiverem de emigar vão para os países dos criminosos, tipo Alemanha, Reino Unido, Suiça, etc..

          Aposto que Cuba também deve ser dos países com menos desiguladades sociais: lá todos vivem mal; a não ser alguns governantes. ..

          O subsídio de desemprego é sustentado com os meus impostos. Não sei se tem conhecimento, mas as contribuições não suportam sequer metade dos gastos da Segurança Social. O resto vem dos meus impostos (IVA, IRS). Pode consultar estes dados, por exemplo, aqui: http://www.pordata.pt/Portugal/Contribuicoes+no+total+das+receitas+da+Seguranca+Social+(percentagem)-765

          Na realidade, se desagregarmos a taxa contributiva da Segurança Social, ela deveria dar para pagar subsídio de desemprego, de doença, de maternidade, pensões, etc. mas representa cerca de 45%, 45% volto a repetir, do total das receitas.

      • J.Pinto
        ….e porque fala nos seus impostos, blá blá blá.
        Dou-lhe a oportunidade de aceder a um estudo
        recente sobre os mesmos:

        Milionários desviaram mais de 17 biliões para paraísos fiscais

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         -Categoria: Laboral/Economia
        Publicado em Segunda, 23 Julho 2012 12:30

        More Sharing Services

        financieiro
        Esquerda
         – É o estudo mais completo feito até hoje: a Tax Justice Network revela que as fortunas escondidas nos paraísos fiscais equivalem à soma das economias do Japão e dos EUA. Se os milionários dos países endividados pagassem impostos sobre essa riqueza, os seus Estados seriam credores e não devedores. A riqueza escondida é mesmo muito maior do que se pensava._________________________________________
        “Este relatório
         centra as atenções num gigantesco “buraco negro” na economia mundial que nunca tinha sido medido – a riqueza privada colocada nos offshores e a enorme quantia de rendimento não taxado que ela produz. Isto numa altura em que os governos de todo o mundo estão famintos de recursos, e estamos mais conscientes que nunca acerca dos custos da desigualdade económica”, diz James S. Henry, economista e advogado que já foi economista chefe da consultora McKinsey & CO., recentemente escolhida para assessorar a privatização da TAP.
        O autor do estudo – considerado o mais completo, rigoroso e detalhado feito até hoje nesta área – reuniu os dados disponíveis do Banco Mundial, FMI, ONU, bancos centrais, tesouros nacionais e o Banco de Compensações Internacionais, cruzando-os com dados acerca da procura de reservas em moeda e ouro, bem como dados de várias consultoras sobre o setor do “private banking” com offshores. E fez as contas à dívida externa de 139 países com rendimento pequeno e médio, que no final de 2010 deviam 3,37 biliões de euros.
        Mas se os bens colocados pelos seus milionários no estrangeiro e em praças offshore pagassem imposto, em vez de devedores esses países tornar-se-iam credores num valor que ascenderia aos 10,77 biliões de euros. “De facto, os países em desenvolvimento no seu todo têm sido credores dos países desenvolvidos ao longo de mais de uma década. Isto significa que estamos a falar de um problema de justiça fiscal e não simplesmente de um problema de ‘dívida'”, afirma James S. Henry.
        “Infelizmente, os seus bens estão na posse de um punhado de gente muito rica, enquanto as suas dívidas são postas nos ombros dos cidadãos comuns pelos seus governos”, conclui o estudo. Dado que a maior parte da riqueza financeira escondida pertence a uma pequena elite, o impacto é impressionante. Para a maior parte dos países, a desigualdade financeira mundial não só é muito maior do que suspeitávamos, mas está a crescer muito mais depressa”, acrescenta James S. Henry, que sublinha que estas estimativas são feitas por baixo e não incluem bens imobiliários, iates ou outros bens não financeiros parqueados em offshores.
        Mesmo com estimativas conservadoras, o estudo calcula que haja 17 biliões de euros em bens financeiros escondidos nos paraísos fiscais, um número que o autor admite poder elevar-se aos 26,3 biliões. Caso esse dinheiro rendesse 3% de juro anual e o rendimento desses juros fosse taxado a 30%, a receita para os cofres públicos alcançaria até 230 mil milhões de euros num ano, ou seja, cerca do triplo do valor do empréstimo da troika a Portugal. Isto sem contar com outras taxas sobre mais-valias financeiras ou heranças que fariam a receita fiscal subir muito mais.
        Os donos destas fortunas são menos de dez milhões de pessoas em todo o mundo. Mas os 100 mil mais ricos detêm sozinhos 8 biliões de euros em offshores. Quem trata da fuga destes capitais dos milionários são os grandes bancos privados, com a UBS, Credit Suisse e Goldman Sachs à cabeça. O autor do estudo responsabiliza as instituições político-financeiras multilaterais, como o FMI, Banco Mundial, OCDE e G20, por saberem de grande parte desta informação agora disponível e nada terem feito para controlar esta fuga, para além de promessas falhadas.
        “Mas por outro lado, este estudo traz boas notícias. O mundo acaba de encontrar um monte enorme de riqueza financeira que pode ser chamada a contribuir para resolver os problemas globais mais urgentes. Temos a oportunidade não apenas de pensar como prevenir os abusos que nos trouxeram até aqui, mas também pensar como daremos um bom uso das receitas que eles geram e hoje não são taxadas”, conclui o estudo revelado pela Tax Justice Network.
        Outro estudo divulgado a par deste, intitulado “Desigualdade: você não sabe sequer metade”, demonstra como todos os estudos sobre desigualdade feitos até hoje não conseguiram avaliar corretamente o volume de toda esta riqueza escondida. Ou seja, a desigualdade no mundo é bem maior do que se pensa.
        Foto: Esquerda_________________________________________

        • J.Pinto says:

          Eu sei que vocês são muito bons com estudos; quando vamos aos números reais, as coisas são de outra forma…

  13. Não costumo responder a distorções de mau gosto e pouca piada.
    Se algum dia tiver de sair do país,escolho CUBA.
    Bem me parecia que as informações estavam manipuladas,aí fica o link, para poder corrigi-las:
    http://www.ruadebaixo.com/a-seguranca-social-e-sustentavel-raquel-varela.html

    mário

    • J.Pinto says:

      Há-de dizer-me, da hiperligação que me enviou, onde é que estão os números que comprovam essa sua teoria. Sim, digo teoria, porque os números oficiais, repito oficiais, dizem exatamente o contrário.

      Atenção, que eu nunca disse que a Segurança Social não é sustentável. O que eu digo é que é insustentável como está. Então se as receitas das contribuições representam apenas 45% das receitas totais, como é que alguém pode dizer que é sustentável desta forma? Sabe que a realidade há-de sempre mostrar-nos a verdade. E ela está à vista. Os números da Segurança Social mostram que as receitas não representam sequer metade das despesas; o resto vem dos nossos impostos…

      Se fala em distorções quado eu lhe dou os números oficiais, está tudo dito.. e depois envia-me uma hiperligação que não tem um único número. Sabe que os números reais não se vão buscar a estudos daqueles que querem, á força, manter o status, vão buscar-se às contas do Estado e elas não mentem….

      Se quiser ir para Cuba, eu apoio-o, mas lembre-se que não pode dizer o que quer.., lá o próprio acesso á internet é limitado; falar de política ou fazer greves é quase impossível; difilmente terá casas com ar condicionado, etc..

      • Os números estão no livrinho se quiser fazer o favor de ler.
        As contas ificiais não mentem?Então e os swapes? E os jogos de casino na bolsa com os descontos? E a utilização de até 90% do fundo para comprar dívida.
        Sobre Cuba é melhor ouvir as duas partes antes de formar opinião,e não só a propaganda , paga a preço de ouro, pelos states.
        Boa noite,
        mário

  14. J.Pinto says:

    Relativamente ao Cuba, não vou dizer mais nada; se quiser saber como é que se vive lá, pode ir ao youtube e escrever “miséria em Cuba” e verá vários vídeos relacionados com o “bem-estar” daquelas pessoas..

    Relativamente aos números, não preciso de comprar o livro; já conheço a história que lá é contada; pegam-se nas médias internacionais, nomedamente países nórdicos, e chegamos à conclusão que, em percentagem do PIB, há alguns (poucos, mas alguns) países que gastam mais em despesas sociais e em salários do que nós. Concluimos então que a SS é sustentável. Não pegamos nos números portugueses, mas comparamos os números internacionais com os nossos e concluimos que, se os outros suportam 25% do PIB em despesas sociais nós também podemos suportar.

    No entanto, esquecem-se, propositadamente, de referir que aqueles países têm riqueza para gastar aqueles valores; nós andamos a gastar em despesas sociais com dinheiro emprestado.. é só essa a diferença.. somos um dos países mais pobres da Europa, já ultrapassado por alguns países do Leste Europeu, mas queremos gastar como gastam os países ricos.. não pode ser.. foi exatamente por gastarmos tanto ou mais do que os países ricos que estamos como estamos.

  15. J.Pinto says:

    Adelino Faria,

    São muitos, não é só o Adelino. Se quiser ler os meus últimos comentários neste blogue, verá que são muitos…

    sabe, eu sou muito prático, não gosto de teorias impraticáveis. Os números reais (não falo de estudos, esses há para todos os gostos, a dizer uma coisa e o seu contrário), se forem analisados com imparcialidade e com critério, preconizam o nosso futuro e dizem-nos quais são as opções que deveremos tomar. Infelizmente, há quem queira manipulá-los ou mostar apenas uma parte e transmitir uma informação ao mundo, só para defender a sua teoria e os seus interesses..

  16. Nota-se bem que a informação é só a do império.
    Leia lá qualquer coisita sem ser propaganda do sistema, sem arrogância preconceituosa de quem diz saber tudo antes de ler.
    Também está no grupo da “dicidente” bem paga pelo império yoani sanchéz?
    Há por aí muita coisa mais credível do que o markting do google.
    Aproveite o fim-de-semana.

    mário

    • J.Pinto says:

      Caro Mário,

      Faz muito bem em não querer discutir os números reais; caso contrário não conseguiria argumentar.. comparar as despesas sociais, em percentagem do PIB, com a despesas sociais que os países ricos conseguem suportar (ainda que estejam a fazer um esforço em dimunuir) é desviar atenções. É comparar o imcomparável…nós não temos de comprar as nossas despesas com as despesas sociais dos outros países, quando as nossas receitas são muito menores.

      No que respeita à dissidente, não tenho nada a acrescentar. A única coisa que lhe digo é que só é possível manter uma ditadura se a informação for totalmente controlada pelos ditadores. Para bom entendedor…

      Por causa do marketing go google e da internet é que eu só falo e discuto um assunto se tiver números para apresentar. Caso contrário, os meus argumentos seriam facilmente contrariados por um quaqluer blogger que apresentasse um estudo ou um livro manhoso… ainda relativamente ao marketing do google (que podemos alargar a toda a internet), a acreditar no que escreve, você não prescinde dele, pois não? Os cubanos são obrigados a prescindir…

  17. J.Pinto
    Envio-lhe este Bilhete Postal de Espanha,via Brasil.

    Sul 21
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     > Dissidentes cubanos enfrentam dificuldades na Espanha e cogitam voltar para Cuba
    Data:18/jul/2012, 11h10minDissidentes cubanos enfrentam dificuldades na Espanha e cogitam voltar para Cuba

    Opositores cubanos enfrentam crise econômica na Espanha e pensam em voltar ao seu país de origem| Foto: Jorge Royan/Wikimedia
    Da Redação 
    A partir de 2010, todos os chamados presos políticos cubanos foram liberados após apoio da Igreja Católica de Cuba e do governo espanhol. A maioria optou por se instalar na Espanha com suas famílias para começar uma vida nova. Muitos, porém, viram o sonho de morar na Europa tornar-se frustração em função da crise econômica que atinge o país. Alguns já cogitam retornar a sua terra natal.
    Para entender melhor a situação dos dissidentes cubanos na Espanha é preciso retornar a 2010 e 2011. Nesses anos, o Vaticano e o governo espanhol de José Luis Rodriguez Zapatero, pediram para a Igreja Católica cubana, sob a liderança do cardeal Jaime Ortega, mediar com as autoridades de Havana a liberação de 127 prisioneiros. Com o sucesso da negociação, não há, atualmente, nenhum ‘preso de consciência’ em Cuba, de acordo com a organização que defende os direitos humanos e a igreja católica.
    Alguns acusaram os setores do governo cubano em forçar essas pessoas para o exílio. Vários meios de comunicação ocidentais transmitiram essa versão. Porém, dissidentes afirmaram que em nenhum momento as autoridades cubanas pediram que eles deixassem o país como uma condição prévia para a liberação.
     A dura realidade espanhola
    Longe de encontrar uma nação próspera, dissidentes cubanos foram atingidos fortemente pela crise econômica que afeta a Espanha. A maioria deles está desempregados, sem recursos e às vezes até sem moradia. De acordo com a imprensa ibérica, um ano após a sua chegada, os exilados vêm perdendo o apoio do governo.
    Uma mostra disso foi a decisão do governo espanhol em eliminar o suporte destinado aos dissidentes cubanos. O governo se recusou a renovar o auxílio por mais 12 meses, como previsto inicialmente, por razões econômicas. No período em que foi dado o suporte, a Espanha gastou uma média de 2 mil euros por pessoa a cada mês, ou mais de 18 milhões de euros por ano para cobrir as necessidades dos cubanos. Custo considerado muito alto para um país com 5 milhões de desempregados, cerca de 25% da população.
    Para protestar sobre a situação que estão vivendo na Espanha e pelo desamparo até mesmo de seu principal defensor no país, o Partido Popular (PP), dissidentes cubanos decidiram recorrer a uma greve de fome.
    José Manuel Garcia Margallo, chanceler espanhol, reconheceu que o caso dos cubanos não é “simples” e que eles estão “em uma situação difícil.” Mas ele rejeitou a ideia de estender auxílio financeiro devido à crise econômica que varre o país e só se comprometeu, no máximo, para acelerar o processo de validação de diplomas universitários.
    O descaso frente à oposição cubana na Espanha, por vezes, acaba de maneira trágica, como no caso de Alberto Santiago Du Bouchet, instalado nas Ilhas Canárias após a sua liberação e que se suicidou em 4 de abril de 2012. A família de Bouchet e seus amigos afirmaram que sua situação econômica precária agravada com a eliminação da assistência financeira mensal, foi a causa principal do drama. O governo espanhol, contudo, nega que o suicídio tenha ‘ligação direta’ com a decisão de encerrar o auxílio.
    Voltar para Cuba?
    Contra todas as probabilidades, vários dissidentes têm expressado a sua intenção de retornar a Cuba, deixando de viajar para os Estados Unidos, acusando a Espanha de negligência. “É melhor estar em Cuba na rua do que aqui”, disse Sanchez Ismara. “Desde 31 de março estou na rua”, queixou-se Núñez Idalmis afirmando que não tem como pagar uma habitação.  Da mesma forma, Orlando Fundora e sua esposa, tiveram que enfrentar condições de vida muito difíceis, que não passava em sua terra natal. Em entrevista à BBC, Fundora confessou algo inesperado: “Nós comemos melhor em Cuba”.
    De certo ponto, a decisão de retornar a Cuba não é tão surpreendente. Apesar dos limitados recursos do país caribenho e as dificuldades geradas pelo bloqueio econômico imposto a Cuba pelos Estados Unidos desde 1960, o governo de Havana construiu uma proteção social relativamente eficaz que satisfaz as necessidades básicas da população. Apesar de tudo, 85% dos cubanos têm casa. Da mesma forma, todos os cubanos têm acesso gratuito a atividades de saúde, educação e cultural. Há um cartão de racionamento que lhes permite receber a cada mês, além de seu salário, um alimento básico suficiente para duas semanas. É por isso que, apesar dos seus limites em termos de recursos naturais, não há desabrigados em Cuba ou crianças de rua. Além disso, segundo a UNICEF, Cuba é o único país do Terceiro Mundo onde não há desnutrição infantil.
    Com informações do Voltaire.net

     
    Tags: Alberto Santiago Du Bouchet
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