O novelo

2013-03-30-17h06m45Como seria a vida se fosse um fio estendido, simples, esticável, uma sequência linear que não se enrodilhasse pelos dias? uma profunda chatice, suponho, um sossego, imagino; tranquila, acredito.

No bairro por onde deambulo não é assim. As ruas não foram desenhadas rectilíneas, traçaram-se a si mesmas por sua alta recreação tortas e escorregadias, e os seus habitantes acrescentam artes de complicar a  vida que nelas decorre..

As crianças podiam brincar às coisas simples a que os pais não brincaram, mas preferem sempre um risco detonador de aflição casas fora.

Os homens amam mulheres que amam outros homens, ou não amando são levadas a imitá-lo. As mulheres, por sua vez, amam os homens errados porque não estão certas de os amarem. Vice-versa, troquem homens por mulheres e mulheres onde está homens, é a mesma desafinação e corrupio.

As lojas continuam de portas todas abertas em plena caloraça ou invernaça, esbanjando pelo ar condicionado, que assim não condiciona.

Veio-me isto a propósito de nada e coisa nenhuma.  A vitória de Merkel, o mau dia para os meus clubes, o peditório de Portugal aos mercados à espera do resgate seguinte, são outro novelinho. Mas há dias em que nos sentimos enrolados. Para a semana o Domingo será melhor.

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