Diz-se na Net mas Muito a Medo

Diz-se pela net, mas pouco e muito a medo que o regresso aos mercados é mesmo hoje porque vence-se hoje uma dívida de 5,746 mil milhões de euros, a que acresce cerca de 300 milhões de juros, emitida há 15 anos: ora, pela dimensão do montante a amortizar, este é mesmo o dia do regresso de Portugal aos mercados, mas o Estado já realizou duas emissões de dívida a longo prazo, uma a 23 de Janeiro de 2013, de 2,5 mil milhões de euros em dívida a cinco anos e outra a 7 de Maio, de três mil milhões de euros em dívida a dez anos. Diz-se na net, mas muito a medo e pouco, que com a amortização da dívida hoje efectuada o montante total da dívida diminui em cerca de 3,3% do PIB, baixando dos tais 130% do PIB. Diz-se por aí, na Net, mas muito a medo. Quase não se ouve.

Comments

  1. João Paz says:

    “O montante total da dívida diminui” ???!!!
    Com outro empréstimo a dívida diminui?
    Deve haver confusão, só pode, com outro empréstimo a dívida AUMENTA.
    Só diminui na PROPAGANDA do desgoverno.

  2. Isto é um regabofe para essa seita.

    • Joaquim Carlos Santos says:

      É a vida: «O BCE comprou dívida portuguesa sobretudo após o resgate à Irlanda, no final de 2010, e no início de 2011, quando Portugal procurava evitar o pedido de ajuda externa. No entanto, entre Maio de 2010, quando o programa foi criado, e Fevereiro de 2012, quando foram feitas as últimas compras, a linha de obrigações a reembolsar segunda-feira negociou com um preço médio de 94%, o que significa que o BCE terá comprado títulos a desconto. Por ter comprado dívida de Portugal e de outros a desconto, o BCE lucrou 1100 milhões de euros em 2012.»

  3. Vá lá, Joaquim cita fontes. Bem alto para ouvirmos. E não te esqueças dos juros desses empréstimos, e melhor ainda, de quem comprou essa dívida.

  4. Pedro says:

    Eu só confio no que o nosso Primeiro Ministro diz. Se ele disser que voltámos aos mercados, está dito e feito.

  5. Joaquim Carlos Santos says:

    Nem tudo pode ser bom. Nem tudo pode ser mau: «A operação de troca de Outubro permitiu baixar o montante a reembolsar, que superava os nove mil milhões, e passar parte do vencimento para 2015. O Governo reconheceu, na altura, que os principais participantes na operação de troca foram os bancos portugueses que tinham exposição a essa dívida.»

  6. Com estas “boas notícias” – segredadas a medo -, será que conseguimos regressar ao peso da dívida tal como estava quando o Sócrates foi embora? Ou ainda falta cavar mais mais um bocadinho?…

    • Joaquim Carlos Santos says:

      Homem, a dívida contraída nos anos sócrates e os respectivos juros são como um fantasma assombrando os nossos dias, mormente os dias pré-resgate. É simples. Ontem amortizou-se dívida. Conviria que ela fosse amortizada ou não se faz mais nada senão pagar dívida dos anos sócrates, anos onde se deu tudo a todos, ficando os decisores com um mega-bolo da generosidade obreirista no bolso.

      • …portanto, estamos a pagar a dívida contraída pelo despesista Sócrates, que estafou a massa no shopping centre das autoestradas, das energias renováveis, e outros luxos, enquanto agora acumulamos dívida criada pelo terrorismo económico coelhista, que nada compra, nada faz, só destrói. Engraçado como “ele” procura retirar dividendos da recuperação da economia, que reage pouco a pouco aos danos que lhe provocou, enquanto o Estado continua na mesma; “quadrado”, complicado, tortuoso, caro. A besta ainda não entendeu que “melhorar” o Estado não se resume a despedir. O verbo certo é gerir. Essa coisa que não faz parte do dicionário limitado do terrorismo neoliberal.
        Um dia iremos pagar a nova dívida com o sentimento que não estamos a amortizar autoestradas, mas antes e só, a liquidar os desvarios das nossas más escolhas.

        • Joaquim Carlos Santos says:

          Parabéns pelo comentário. Equilibrado e tenso, como sempre, o que aprecio sabe-deus quanto. «A besta ainda não entendeu que “melhorar” o Estado não se resume a despedir. O verbo certo é gerir. Essa coisa que não faz parte do dicionário limitado do terrorismo neoliberal.» Concordo. Mas acrescento que a sociedade civil, aquela que não depende dos despedimentos promovidos pela Troyka e promovidos por Passos, essa tem de reagir e está a reagir. Como?

          No Porto e em Gaia, a coisa sente-se na estrada. Ainda há um, dois anos, o trânsito, em hora de ponta, baixara de volume. Sentia-se a crise na estrada rarefeita.

          Agora, a partir das 7:30 o volume de tráfego é tal que recorda os melhores anos noventa. É um sinal. Nada mais que um sinal. Mas sente-se que a economia pode pulsar como se o Governo não existisse e só existisse o meu trabalho, a minha empresa e o que cada qual faz todos os dias para sobreviver e um dia, quem sabe, viver para além dos mínimos dignos.

          • nightwishpt says:

            São os aumentos e o aumento do emprego. Duas pessoas já é um aumento do tráfego.

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