Agenda Liberal e Agenda Chupcialista

Meu caro oponente ideológico João Paulo, é evidente que subjaz à tua tese a ideia de opções governamentais livres, marcadamente manhosas porque privatizadoras e alienadoras da qualidade dos serviços públicos, nomeadamente na Educação. É uma agenda que provavelmente progrediu atabalhoadamente desde que o Governo Passos Coelho I tomou posse e eu sonhava um Santana Castilho como Ministro da Educação para nos sair o Crato. Mas em toda a magna questão em que o Estado Português se debate com os Credores, o buraco que escavo é mais em baixo.

Se há uma agenda NeoLiberal ou de Rigor e Disciplina Orçamentais, neste Governo, ela é mais que bem-vinda. Precisa é de aperfeiçoamentos no capítulo da Justiça e da Decência, coisa virtualmente impossível em virtude da virulenta pátina de erros, abusos e loucuras governamentais perpetradas contra ti e contra mim, de 2005 a 2011, e cujo peso em forma de dívida e juros a pagamento batem à porta no próximo ano e seguintes. O Mundo penaliza duramente os não pagadores ou maus pagadores de muitos modos, João Paulo. Não quero ver Portugal no rol dos países párias e desprezíveis do planeta por falta de coragem num itinerário exigente de reorganização da sua vida económica que os Partidos PS, PSD e CDS-PP assinaram. O Partido Chupcialista não consegue impor nada negocial à Troyka de mais leve e suave e dilatado? Nem a empáfia de Portas por um défice mais baixo em 2014?! Logo, os caminhos disponíveis são os que se trilham e não os que se trilhariam se…

Portanto, boas contas. Boa gestão, rigorosa, disciplinada. Até aqui vigorara a Agenda Chupcialista de empurrar obra e dívida para os anos seguintes e o resultado está à vista. Uma colossal montanha de facturas. No plano do Regime segregado de 74, isto começou muito mal, João Paulo, e nunca mais foi escorado: não há ovo nem há espeto. Só há imbróglio. E começou mal desde logo nas contas. Nos défices. Nos deve-haver do Estado as quais sempre se prestaram ao mais abominável regabofe, entre o descontrolo e a garotice eleitoralista dos Partidos do Alterne no Poder.

A título de exemplo observa, pontua e avalia tu o mau comportamento retórico de Alegre relativamente às subvenções vitalícias de ex-políticos como ele-mesmo e conclui o quão devastador tem sido o Chupcialismo à República. Por que o subscreves? Não é uma vergonha de fazer corar a lisura ética do PCP nesta matéria?! Dá o braço a torcer e diz-me que moral tem o grande Pontífice das Esquerdas, o Papa BardaMérdio Soares Maçónico I para falar em delinquência de alguns no Governo a braços com a emergência correctiva de um Estado em Pantanas, estando Sua Flato-Santidade BardaMérdio tão associado à angariação de ávidos recursos provenientes directamente dos Orçamentos praticamente desde o início da aventura democratóide de 1974.

Contas, João Paulo. Boas contas. Gestão. Boa gestão, João Paulo. Isso é que nunca tivemos. E não se negligenciem boa gestão e boas contas como vícios rançosos de outro tempo: os Países Europeus do Norte não passíveis de falir por Corrupção de Estado, alguns sóbrias monarquias, não são conhecidos pela miséria, mas pela prosperidade. E evidente que é doloroso começarmos a tê-las, boas contas e boa gestão, assim, à bruta, a doer, e logo a toque de caixa, sob as esporas impiedosas da Troyka. Mas a julgar pelo grande friso anémico anti-constitucional em Concentrações e Marchas composto pelas Esquerdas Aflitivas Amigas do Pânico, PS, PCP, BE, em Portugal nunca correrá o leite e o mel de vivermos segundo a nossa habilidade para seduzir 500 milhões de consumidores na Europa, 385 milhões de consumidores na América do Sul, 340 milhões de consumidores nos Estados Unidos bem como todos os que, no Médio e Extremo Oriente babam pelos symbolos portugueses vivos, como Ronaldo, e imateriais como a nossa Memória e História. Quem é que quer empobrecer?

Portanto, que eles, os cortes, os aumentos de impostos doem, doem. Mas alguma coisa teria e terá de ser feita sob pena de que males muitíssimo maiores nos sobrevenham com a queda do Estado Português no descrédito internacional que é tudo quanto eu não admito nem quero, depois de Alcácer-Quibir القصر الكبير. Já bastou um Reino arrasado pela demência castrada do Sebastião cavaleiresco e a infecundidade genital do velho bispo. Já bastou capitular sossegadamente nos braços castelhanos. Já bastou a política de transporte das índias, dos brasis e das áfricas, das uniões europeias, riquezas de passagem, benefício transitório, corrupção e avidez de classe, oportunismo vil e triste.

O teu buraco, João Paulo, tem de ser mais em cima. Pagar é o único caminho. A única urgência.

Comments

  1. Será que o presidente Cavaco mandou chegar a acordo com este senhor Joshua ?

  2. nightwishpt says:

    Mas um défice de 6,4% ao fim de dois anos e meio é boa gestão? A contínua diminuição das contribuições é boa gestão? Um desemprego de 20% é boa gestão? A destruição de tudo o que pode puxar pela economia é boa gestão?
    Só quem é um idiota é que ainda não percebeu que as teorias económicas estão todas erradas e que a única coisa que vai acabar com a crise vai ser a mesma que acabou com ela nos anos 30 e 40.
    Até lá, é fazer as pessoas sofrerem para manterem os privilégios, como este governo.

  3. Vamos lá ver por partes:
    a) eu não tenho que subscrever ou deixar de subscrever uma ideia de alguém só porque ele é bom ou mau. Subscrevo ideias do Alegre ou do Soares como subscrevo da Manuela Ferreira Leite ou do Pacheco Pereira. Infelizmente, do teu governo, não posso subscrever porque, sabemos os dois, elas não existem;
    b) Tu partes da ideia que a boa gestão é uma coisa boa. Subscrevo.
    c) Mas, estás a ver algum tipo de boa gestão nesta equipa de Portas e Passos? Eu não – falharam em tudo! Rigorosamente TUDO.
    d) Lê novamente o meu post por favor: o défice real continua nos 6% tal como quando tudo isto começou, apesar de todos os cortes que te empurraram para o desemprego. E, meu caro, isso, eu não lhes vou perdoar. É que o teu sofrimento não está a servir para nada. E isso, meu caro, não lhes vou perdoar.
    e) Parte MUITO GRANDE (40%) do que exportamos resultou de importações, logo a saída da crise nunca poderá acontecer por esta via.

    Em síntese, a minha sugestão é:
    – retirar o pagamento (juros) da nossa prática diária e colocar esse dinheiro ao serviço do mercado interno. Simples.
    JP

  4. Gosto do novo “conceito de liberalismo”: Impostos para tudo o que mexe ou esteja inerte, taxas escondidas debaixo de qualquer tampa de esgoto, contribuições especiais de “solidariedade”, ASAE, IRC e IVA hollywoodescos, IMI que praticamente proibe ou confisca a propriedade privada, enfim, uma carga fiscal directa + indirecta que saca mais de 70% daquilo que os portugueses “ganham” anualmente. A isto acrescentemos 3 presidentes passivos e 1 presidente activo com respectiva multitudinária molecagem a expensas dos cofres públicos, uma frota automóvel de milhares de veículos + telemóveis + “choféres” + “ajudas de custo e despesas de representação” + subsídios vitalícios + viagens + Fundações privadas com dinheiros públicos + 5 vezes mais funcionários públicos do que aqueles existentes nos tempos do império + mapa autárquico dos tempos da mala-posta + burocracia esmagadora e totalmente incapaz + banca totalmente em processo de osmose com os detentores do poder do Estado + empresas estatais com gestão proveniente da política e não por concurso aberto à competência e especialização e umas dezenas de “exemplos mais” que bem conhecem. Refiro-me aos dois, Joshua e ao João Paulo.

    Originalidade portuguesa! Isto é o “novo conceito de liberalismo” ou como o prognatismo jeronimita afiança, o neo-liberalismo.

    Gostava então que me dissessem qual o “novo conceito de socialismo”.

    • joshua says:

      Está tudo dito e bem explicado por ti, Nuno. O que temos é um profundo e inveterado Chupcialismo de Estado. Também sonho com a remoção desse mostrengo para que voltemos a navegar. Livres.

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