Como um Burro no Meio da Ponte

Era a altura de o frango, o Partido Chupcialista, voltar-se para trás e enfrentar com coragem o inevitável, em vez de ficar como um burro no meio da ponte.

Nas diatribes estéreis entre PS e PSD, é o PS que neste momento joga a cartada de maior risco e a mais decisiva. Se quiser continuar a fazer cenas impostoras para consumo interno, mostrando-se sensível, bonzinho, nunca falando dos compromissos da nossa dívida pública e o seu peso, dando esperanças vãs a um conjunto de crédulos de que, com o PS no Governo, tudo seria diferente, vai assassinando a credibilidade externa do Estado Português, no sentido de se consolidar um padrão de fidúcia junto dos Mercados. Não é possível que em questões de vida ou de morte, como os sinais de boa-fé e sincera disposição em pagar, o PS ande aos ziguezagues, fazendo o jogo do chantagista. Onde é que pára o sentido de Estado?! Onde se encafuou a defesa dos interesses nacionais?!

Os Chupcialistas choram, queixam-se do facto de se estarem a confrontar com uma maioria absoluta, um Presidente da República e um presidente da Comissão Europeia, mas há que perguntar: não está o Estado Português organizado no sentido de dar tacho aos meninos dos partidos? Não está o Aparelho de Estado atochado com pessoal partidário sedimentado ao longo das décadas para respaldo dos Governos, não é isso ter poder?! Não está a sociedade atochada de comentadores e gente de Esquerda que diz o mesmo e do mesmo se queixa, menos que os compromissos de défice sejam para cumprir, pelo menos tentar cumprir?!

Os Chupcialistas têm a estrita obrigação imediata de ser bonzinhos e cordatos e com um módico sentido de Estado. Nem que seja para Alemão ver. O Largo do Rato não pode continuar um antro de sedição e boicote às condições de saída da Troyka, no próximo ano. Não há eles, metam na cabeça: Governo, Belém e Bruxelas somos nós, Portugal, somos nós no Euro, num derradeiro esforço por evitar um segundo programa. Pelo contrário, o Tribunal Constitucional e o PS são a fantasia, as lógicas de facilidade e liquidez do passado. O passado está morto. Qual é o problema de o PS acordar rapidamente, com a Maioria, a Reforma do IRC?! Por que se mostra o PS um rançoso travão à mudança estrutural da economia e da organização produtiva, obstaculizando o desenvolvimento, radicalizando, rompendo, tentando tirar partido das medidas pesadas com as quais Portugal fica em condições de cumprir o défice a que o obrigam e que o mesmo Largo do Rato tomaria, com toda a certeza?! O que nos impõe é inescapável.

O Largo do Rato é, hoje, um infecto lugar de sedição, conspiração e malicioso engonhar: parece que todos os programas de austeridade chupcialistas, os PEC, deveriam ter sido aprovados de cruz pelo dócil parceiro de tango PSD e agora, agora que acordos de Regime são o sinal externo vital para a fidúcia dos Mercados e das Instituições Europeias, o que faz o PS? Radicaliza, encosta-se à resistência, não tem colhões para apoiar o que ele mesmo terá ou teria de fazer. Mais dia, menos dia, os três partidos da Governação sentar-se-ão à mesa das negociações com novas condições, talvez bem mais gravosas, exigidas a Portugal, o Portugal que perdeu tempo e contemporizou com ilusões.

E no entanto, abundam sinais promissores que, por si só, deveriam ser altamente mobilizadores: o crescimento económico do segundo trimestre; as perspectivas positivas para o terceiro, um ligeiro recuo do desemprego; um desempenho extraordinário da produção industrial e das exportações; o sucesso nas 8.ª e 9.ª avaliações. Sair do programa da Troyka está, portanto, ao alcance da mão. Afinal, a austeridade de 2013 não conduziu à recessão brutal, Afinal, se os nossos sinais forem corajosos, talvez a União Europeia cumpra a sua parte.

Afinal, a austeridade permitiu uma dolorosa mas sólida transformação do paradigma económico em Portugal que o obreirismo chupcialista estatista da última década nunca suscitou. Até quando ficará o Largo do Rato, mais os seus velhos e a sua tralha socratista, como um burro no meio da ponte?!

Comments

  1. Joshua, ataques tanto um partido, quando a m**** está a ser feita por outro partido, que pelos vistos é o teu omnipotente “laranjas podres”. Já te deste ao trabalho de em vez de insultares, tratares as instituições pelo nome, respeitinho é bonito, e deve ter sido com esse intuito que o teu pai galou tua mãe, não para sair um pinto de m**** como tu!

    • joshua says:

      Meu caro, escrevi e mantenho que se fosse o PS a sentir, num Governo, a pressão exercida sobre este, faria o mesmo ou pior. E repare que a merda que esta a ser feita agora foi preparada por este energúmeno que não se enxerga, tendo tido o descaramento, a desvergonha, para ir viver na mais criminosa opulência, em Paris.

      Até que ponto consentimos ser escarrados na face?!

  2. Fernanda says:

    Que tal um check up?

  3. nightwishpt says:

    Porquê? Porque o PS ainda governa maioritariamente para as pessoas, o PSD já só governa para a banca. Eis o porquê de não concordar com uns indicadores que nada querem dizer e que nada dizem a quem morre de fome.

    • nightwishpt says:

      E, á agora, a quem a situação não melhora se não houver segundo resgate, muito pelo contrário.

    • joshua says:

      Acha que favorecer mil e uma PPP BES-MotaEngil é governar para as pessoas? Não quando, anos depois, é preciso pagá-las.

  4. Joshua – por acaso não concordo consigo visto que foi com o PSD de Cavaco – o mais ignorante de todos os tempos – e de Manuela Ferreira Leite que o descalabro começou mesmo que as consequências não tivessem sido sentidas de imediato – como todos os terramotos que dão as réplicas nunca se sabe quantas e com que força – assim com o PS ainda alguém decidiu dar-lhe dois mandatos pelo que com tanto ódio porque não lhe deram só UM apenas – mas pelos vistos sou um bocadinho mais velha do que você ou com melhor memória para poder ir atrás e ver que estes jotas já não eram nada nem mesmo antes de começar – você é distraído – o sr de Paris é uma desgraça e nem devia poder andar nas ruas de Lisboa – mas estes no governo deviam estar TODOS no Tarrafal – local onde estive e conheço – há 2dias fui ao Porto ouvir em Serralves uma luminária sobre “os caminhos da evolução da agricultura portuguesa” quanto aos presentes nem perguntas sabiam fazer – fiz eu – várias e na pergunta continha já a resposta como os senhores da mesa – excepto o alarve do palestrante se encolhia e lá ficava no calado no alto da sua ignorância – mas não quiz respostas – saí – e não quiz mais – quando alguém que não sabe nada e não sabe que não sabe assusta-me – Entretanto ontem a pareceu o ultimo ministro da agricultura Jaime Silva que acabou com o resto – claro que é sociólogo e está em Bruxelas e disse ontem que vai tudo bem – hoje estive 2 horas a falar com velhos colegas já reformados – a profissão é um “vício” que não curo – o país tem tantos ignorantes que agora até se nora mais pois os que não são até saíram, aos milhares – ficou o “desperdício” e alguns comentadores do aventar que deviam voltar à 4ª classe – pelo que escrevem vê-se bem como a escolinha foi dos jotinhas – os dos jornalecos pois que agora os jornalistas são também tudo o que querem – pois é – o país com tal ministro da administração só poder arder TODO – já ardeu – e a Pristas escusa de se ralar com o ordenamento do território e pode financiar mais a Portucel

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