O exame não resolve, complica

Parece-me que o país começa a perceber o que está a acontecer à Escola Pública. Nas revistas de sábado alguém (tenho que voltar a procurar) escrevia sobre o desespero da e na Escola Pública. É um tema que merece uma atenção muito especial, porque a coisa complicou mesmo! Mas, por agora, vamos ao exame.

A questão do exame está longe, MUITO longe de ser uma questão central. É uma questão importante (MUITO!) para os professores, mas é uma medida completamente acessória. Ou, antes pelo contrário, é uma medida que só vem complicar.

Com Nuno Crato a sua (dele!) Escola passou a ter professores a mais:

– cortou no currículo, isto é, o seu filho tem hoje menos aulas do que tinha há uns anos;

– juntou escolas, despedindo auxiliares, funcionários administrativos e professores;

– aumentou o número de alunos por turma;

– cortou nos professores do ensino especial e dos apoios;

– etc…

Mas, não foi a Escola Pública que passou a ter docentes em excesso – foi a Escola de Nuno Crato e isso, são, duas coisas bem diferentes. Parte da sua acção prejudica a aprendizagem dos alunos, em particular dos que têm mais dificuldades. Se há menos horas para apoios, se há menos professores do ensino especial, alguém vai ficar a perder, não?

Ora, Nuno Crato avança por um caminho completamente estranho, ou talvez não – uma prova de acesso aos professores, independentemente do seu tempo de serviço e apenas para avaliar se e tal, pode ou não pode…

Temos gente com 20 anos de serviço que vai ter de realizar esta prova – alguns tiveram nas suas mãos mais de mil alunos e agora, numa prova escrita…

Como quase sempre, o joelho torna-se no melhor suporte da gestão educativa porque a um mês da sua realização ninguém sabe nada sobre a prova.

Sabemos que é dia 18 de Dezembro, ou nem isso, porque os tribunais foram chamados ao jogo. Acontece que esse é o primeiro dia destinado, nas escolas, à realização das reuniões de avaliação do 1º período. Nas escolas está tudo a pensar como é que vai ser possível organizar todo o processo pedagógico e burocrático tradicional nesta altura do ano, com este exame às costas. Por um lado, nas escolas os professores dos quadros chamados para vigiar (espero, claro, que a GREVE seja feita por todos!), por outro os contratados ausentes para a realizar.

O exame não resolve nenhum dos problemas da Escola Pública e, como se confirma no terreno, complica!

Quem ficará a perder? Novamente os alunos e as famílias que não terão acesso, de forma atempada, à avaliação do 1º período. E com isto, mais uma vez, se mostra a diferença entre o público e o privado, mas para estes últimos, Nuno Crato é fantástico! Claro!

Comments

  1. ó filha nem é uma questão de complicar ou nõ mas fazer o exame além de ser uma assumpção de menoridade mental

    é um grito de desespero pagar 20 euros para uma prova que nem o crato fez para dar aulas e é impossível um teste aferir o grau de chatice de um profe

    e acredita mais chato que crato só encontrei 4 outros na minha vida toda

    e sou muito mais velho catu puto…

    e nã tou no quadro logo sou oviamente estúpido

    bou fazer o exame próquê?

  2. os teus argumentos no entanto são muito maus pra profe….

    os dele também mas aquilo nunca aprendeu a dare aulas logo tem desculpa

    1º não foi ele que fez os mega-agrupamentos eles foram iniciados por indicação do ministro do socratistão

    e foram uma coisa com vantagens pedagógicas e de boa gestão de meios, algumas foram mal feitas mas…paciência

    o curriculum é e era excessivo em 2008 quando os alunos do 7 e 8º chegaram às 13 disciplinas duas delas alternantes e semestrais…

    alunos com 10 tpc’s por semana que os alienam a ponto de fugirem da escola e de casa é excessivo

    e haveria muito mais a dizer

    o exame vai certificar o quê?

    tive um aluno muito burrinho que graças a deus e ao instituto politeco do santana castilho tirou um curso de profe de educa a física

    e curiosamente aquela besta que nunca foi bom pra testes ou prá iscribê é um óptimo professor de educação física

    motiva os putos enfim consegue captar a atenção deles como ninguém

    deu menos de 1000 dias de aulas nestes últimos 9 anos
    está desempregado há quase 2
    e se bem que no último emprego dele só ganhasse 600 euros
    o qué cu preto vai fazer mesmo que consiga fazere a prova?

    continuará desempregado à mesma

    até porque ginásios finos num con tratam preto feio

    e ele é um poucochinho escurinho

    mai cu guineense de filosofia da alfredo da selva

    vês aí fizeram um bom travalho a agrupar a escola
    483 alunos pra 103 profes era demais
    ou de menos

    resumindo: o exame é a ideia mais estúpida já aparecida num ministre de qualquere cousa

    O EXAME PRA TESTAR TODOS OS EXAMES
    O PRÓPRIO CON SEI TU É REVELADOR DUMA PANCADA NA TOLA FENOMENAL

    POR FALAR NISSE
    e nã tou no quadro logo sou oviamente estúpIDE

    LOGO OVIAMENTE BOU BOI cotar o exame
    dou nota 2….
    tive d’aturar duas abbantesmas no estágio e inda ia ahora pagar 20 aeurros….era u que faltava

  3. depois novo erro
    Temos gente com 20 anos de serviço ….non têm gente que dá aulas há 30 ou mais anos ….mas salvo raros casos poucos têm mais de 6000 dias de serviço ou seja menos de 18 anos
    e a maioria com 20 anos tem à volta de 8 a 9 anos de serviço
    pois geralmente teve horários incompletos e outras profissões durante a vida

    que vai ter de realizar esta prova – alguns tiveram nas suas mãos mais de mil alunos ….agente jura que nunca teve nas mãos um aluno….bolas pá meter as mãos nos miúdos dá azare se calhar inda concorres a director de escola como o que gostava delas novas….

    e agora, numa prova escrita…é escrita? nã será pra fazere cruzinhas….

    o aluno não compreende a matéria

    o professor deve: passar o aluno pelas mãos
    chamar a mõe e dizere o sê filho gosta é de…..

    tentar descobrir porque num comprreende

    fazerr-lhe um teste

    nã sey posso pôre duas cruzinhas

    …ou é do estylo

    Comente o textu:

    Saber ispilicá porque não se con prreende ou aceita a skuola

    é o teu problema

    Dás razões muy simplex puto….só fazes ruído

    olha uma vez um puto arrespondeu-me

    Não compreendo porque não quero, porque quero ficar sentadinho e usar a escola para o que quero, não para o que vocês querem…..

    obviamente passei o puto

    obviamente teve 12 opiniões contra o seu trânsito para o ano seguinte ….ficou retido no 7º pela 2ª vez apesar de em 2008 com 14 anos de idade já não ter nenhumas ilusões sobre a sua falta de perspectivas futuras ou presentes…

    obviamente puto nem chegas a percever iste né….
    és um produto da induca a são ersatz….

    a educação pode aumentar o sentimento de auto-estima

    mas também pode destrui-lo

    e nisso a nossa salvoseja escola é muito boa

    resumindo pá: boa sorte ide em frente tende fé
    e não faças greve no dia 18 ….faz mal à carteira
    e de qualquer modo os 58000 que aindA restam nas listas estão fodidos logo…é emigrar

    o problema é que tenho também lá ex-alunos

  4. E a data ou o facto de o gave ir promover uma inscrição que obviamente vai falhar visa apenas retirar umas dezenas de milhares da lista de desempregados e dos subsídios…nada mais
    e isso é o mais desumano que isto tem
    isso e obrigar gente que se formou há 10 anos e nem uns dois anos de serviço têm pagarem uma prova para continuarem desempregados

    e isso é o mais triste de tudo
    isso e obrigar uma mãe de dois putos a matá-los à nascença na escola por falta de meios para o fazer noutro lado…

    recrutar os melhores….e como saber quem é de facto o melhor

    obviamente admito-o muita gente 4 ou 5 valores abaixo de mim e que se licenciou com nota muito inferior à minha é muito melhor professor do que io….

    não é por uma pessoa ter um conhecimento enciclopédico ou o cérebro como uma lâmina como o almirante Tojo….tora tora tora
    que isso faz dele o melhor…..
    o melhor do quê?
    amentavi amentatum puto ….nihil me alienum puto ó puto

  5. Quero ser professor…

    Sonhei um Mundo Novo
    e abracei com ilusão
    os maus e bons momentos
    que vivi nesta Missão!
    Em cada aluno construo
    o futuro da nação…

    Deixei para trás a família,
    amigos, os elos de ligação…
    Enfrentei com coragem
    a distância e a solidão,
    conquistando em cada ano
    uma precária contratação…

    Vivo sem carreira,
    sem estatuto,
    sem escalão…
    A entidade empregadora
    responde-me com ingratidão…

    Não passo de um excedente,
    sem direito a vinculação,
    mesmo com tantos anos
    de serviço na função…

    Sou mão de obra barata
    do Ministério da Educação,
    um mero contratado,
    sujeito a prova de avaliação
    para certificar que sabe fazer
    o que sempre fez com dedicação…

    Querem roubar o meu futuro,
    o meu sentir,
    a minha emoção!
    Mostro deste modo
    a minha indignação!
    O meu protesto
    é tomada de decisão
    Exijo respeito pela minha profissão!
    BASTA!
    DIGO: NÃO! NÃO!
    NÃO!

    António Sequeira
    Professor contratado desde 1996
    16/11/2013

  6. Todos os funcionários públicos deveriam ser submetidos a exames quando tiverem que passar de escalão ou para ser promovido.
    Todos os professores e funcionários públicos mantiveram-se acomodados, mantendo-se na morrinha, portanto permitiram q hoje um chico esperto se intrometa com professores com 20 anos de ensino.
    Afinal os professores q fazem os testes não têm anos de experiência, não são dotados dos conhecimentos superiores.
    Um professor diz saber mais que o diretor da escola, um diretor da escola diz saber e masi que diretor regional, este diz mais que o diretora nacional e este mais que a ministra da educação.
    Em Portugal é assim, resultado subiram à custa dos partidos e não da competência, portanto os exames aquando promoções e passsagem de escalões deveriam ser realizadas provas escritas.

    • À custa dos partidos??? Nas escolas??? Mas isso é uma afirmação sem qualquer tipo de enquadramento na nossa realidade…
      JP

  7. Troll à vista, valha-me S. Gregório!

  8. nightwishpt says:

    “A greve é um direito constitucional, veremos esse problema na altura própria.”

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  1. […] vez a prova. Não é nem o Alfa, nem o Crato do nosso sistema educativo, mas é algo que está a mexer com a […]

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