Mário Rodrigues Teixeira nasceu a 3 de Setembro de 1932, em Rio Tinto, Gondomar.
Dos 7 aos 13 anos, acompanhou a Segunda Guerra Mundial, pelos comunicados de guerra dos Aliados que lia nos jornais para o seu pai. Seguia-se a colocação das bandeiras a sinalizar num mapa as movimentações dos exércitos envolvidos. Desde cedo foi, assim, aprendendo países, fronteiras e povos.
Feitos os estudo liceais no Porto, ingressa no Superior e é admitido na Escola de Belas-Artes do Porto, no curso de arquitectura. É todo um mundo de efervescência cultural e política que se abre a seus olhos. Estudantes de arquitectura, pintura e escultura convivem e influenciam-se em laços de camaradagem e de cumplicidade. Ao que se junta o Mundo Juvenil, como laboratório de novas ideias e desejos de mudança de regime político. São as novas elites.
Vários nomes se cruzam, naquela que viria a ser uma das mais importantes gerações – a Geração de 50 -, que de régua, esquadro e lapiseira, viriam a redefinir concepções.
As reuniões do Sindicato dos Arquitectos que abre as suas portas à presença de estudantes de arquitectura em plenários e convívios. As gerações misturam-se. As tendências e os ideais. A intelectualidade entranha-se e floresce.
O serviço militar, a Escola de Oficiais, a artilharia. Vendas Novas, Figueira da Foz e Lisboa.
De seguida, a esperança de mudança. E o General “Sem Medo” Humberto Delgado, com quem conversa em Espinho. E o primeiro sabor amargo de derrota, com as eleições de 1958.
Mais tarde, os gabinetes de arquitectura, como de Arménio Losa ou Joaquim Gomes. Os primeiros trabalhos, parcerias e colaborações.
Depois os escritórios conjuntos, em ruas nobres da cidade do Porto, como a Rua de Ceuta.
Aos 29 anos, o casamento.
Aos 34 a paternidade, com uma filha.
Finalmente a tese de licenciatura, com o Concurso de Obtenção de Diploma de Arquitecto (CODA).
Segue-se África, Angola, Luanda. E de novo, aos 40 anos, a paternidade, desta vez com um filho.
A Revolução dos Cravos precipita o regresso à metrópole.
Intensifica-se a acção política filiada no PCP. Tão intensa quanto o PREC.
A vereação na Câmara de Gondomar, a par da integração nos quadros da Função Pública na área do planeamento urbanístico.
Após uma desgastante carreira de PDM´s e de gestão urbanística, a reforma vem aos 70 anos.
O descontentamento com as promessas falhadas de Abril. O Portugal despido de idealismo. E a doença pulmonar que aos poucos foi tolhendo os passos. Mas nunca a força interior de dizer “não!”
A 25 de Novembro de 2013, aos 81 anos, deu o seu último e derradeiro sopro de vida, vencido na mais dura guerra da sua vida, após tantas batalhas ganhas com sequelas.
Por fim, a paz que nunca conseguiu encontrar em vida. E o vazio que deixa a quem lhe disse o último “Adeus, Pai”.
era com Homens desta fibra que se construiu um Portugal Democrático que os atuais governantes teimam em destruir.
Receba um forte abraço, dum desconhecido, mas sentido.
Almocei algumas vezes com o Artº Mário Teixeira na companhia de um grande amigo comum (1982/84), o MIranda (do JN). Recordo um Homem afável e sempre disposto a uma boa gargalhada. S.P. à família.
Trabalhei alguns anos com o seu pai na CCRN.
Fica a recordação de um Homem muito afável e que respeitava todas as pessoas, quer fossem quadros técnicos, quer fossem quadros operacionais.
Em nome da secção de Pessoal da CCRN apresento os nossos sentidos pesames.
Secção Pessoal
Um abraço grande.
Perda de uma referência de valores.
Fica a recordação da verticalidade que caracterizou toda a vida do Senhor Arquiteto Mário Teixeira.
Fraterno abraço!
JFA
Meu irmão não queria deixar de te dizer publicamente que adorei o texto que escreveste em homenagem ao nosso pai.
Também eu espero que o pai encontre a Paz.
O nosso pai na sua vida foi amado por uns e talvez odiado por outros…
Que se lixe o que o outros pensem de ti para nós, és o maior e viverás sempre no nosso coração.
Maria Cristina Teixeira
A todos que por aqui passarm e deixaram sentidas palavras, o meu profundo e reconhecido obrigado.
JMT