Contrata-se Director-Gerente

Salário: 485 euros ilíquidos.

Comments

  1. João Paz says:

    Quando o despudor dos esclavagistas perde qualquer réstia de vergonha. Mas o governo e seus amos estrangeiros querem mais e pior.

  2. Hugo says:

    Mais uma vez: quando a oferta cresce e a procura diminui ou se mantém, o resultado é a diminuição do preço. O mercado de trabalho não é diferente, sendo o preço o salário. Nos últimos 20/30 anos os sucessivos governos abandalharam a Universidade, abrindo as suas portas a tudo quanto fosse imbecil, porque 25 de Abril sempre, fascismo nunca mais. Os resultados estão à vista: uma oferta de trabalho muito superior às capacidades de absorção do mercado e em consequência uma diminuição do preço (salário). E enquanto se oferece 485 euros já é uma sorte, porque como vimos no post de ontem, há quem ofereça 0000,00€. Por outro lado, experimentem deixar a vossa chave de casa dentro da mesma e chamem um serralheiro para ver quanto é que lhe pagam por 15 minutos de trabalho.

    Outro aspecto que se pode tirar deste anúncio: a entidade empregadora pede um licenciado. Se este mesmo anúncio saísse no Diário da República, o valor não era de 485 euros, mas sim de 1200 e tal. Onde está a igualdade e onde está a injustiça de taxar mais os funcionários públicos?

    • nightwishpt says:

      Pois, isto de ter cursos e bons empregos não devia ser para todos, mas só para pessoas de boas famílias frequentadoras de colégios e faculdades privadas, não é qualquer gajo.
      Pá, e se o proletariado ganha 380€ no novo salário mínimo nacional, não sei para que é que algum deles ganha mais do que isto. Ainda por cima não se reproduzem, os fdp.

      • Hugo says:

        Devia ser única e exclusivamente para os melhores, para os que ao longo da sua carreira escolar trabalharam e se esforçaram para merecem o privilégio de ir para uma universidade PÚBLICA (porque as privadas, salvo raríssimas excepções, foram a força armada da destruição da Universidade). Hoje em dia, estes, com sorte, agarram-se a uns 485 euros em Vila Real, porque no passado uns idiotas com média de 12, tiraram uns cursos obscuros numas universidades ainda mais obscuras com umas médias obscurantíssimas e agarraram-se como lapas aos “bons empregos”, dos quais não podem ser removidos, apesar de não serem os melhores, porque direitos adquiridos, igualdade, constituição.

        • nightwishpt says:

          Também acho, deviam ser tudo precário. Aí é que havia boa investigação nas universidades.

          • Hugo says:

            A questão não é essa. A questão é a de termos pessoas menos capazes com trabalho (a desempenhá-lo mal e sem incentivo para melhorar) e pessoas extremamente bem qualificadas no desemprego, porque um dia houve um imbecil qualquer que se lembrou que todos os portugueses tinham que ser doutores e engenheiros, independentemente do seu mérito.

            Já agora não tenha dúvidas que nas Universidades os bolseiros – precários – fazem mais e melhor investigação que os senhores professores doutores – com contrato garantido para o resto da vida. Porquê? Porque os bolseiros – os que não têm cunha, obviamente – sabem que se quiserem continuar a fazer investigação e a ter trabalho, têm que mostrar serviço e trabalhar.

    • João Paz says:

      Bela resposta Hugo. Um dos objectivos centrais dos que mandam no governo (que, muitas vezes, ultrapassa mesmo as ordens que recebe) através da destruição do que a CEE ainda deixou de pé é o aumento abissal do número de desempregados para assim terem as mãos mais “soltas” para um rebaixamento dos salários quer no público quer no privado a caminho da escravização do século XIX, O Hugo ainda bate palmas, pelos vistos de pé, porque é de opinião de que 1200 euros é uma fortuna inadmissível na FP e no privado os serralheiros são uns milionários.
      Deixe-se de tretas porque não consegue fazer esquecer que há MENOS DE 0,1% DOS POPRTUGUESES que lucram com a violência terrorista que o governo provoca à generalidade dos portugueses. A TROCO DE NADA QUE NÃO SEJA MERA MENTIRA E PROPAGANDA RELES.

      • Hugo says:

        Também conheço esse truque retórico do desconversar, mas vamos por partes.

        O que referi foi a péssima gestão que se deu à Universidade em Portugal nas últimas décadas, de tal modo que hoje em dia uma pessoa licencia-se para trabalhar ou de graça (ver post de ontem) ou por uma miséria (485 euros). Ao mesmo tempo, profissionais que não necessitam de formação superior safam-se melhor. Na minha opinião, isto, além de ser tremendamente injusto, constitui uma péssima despesa pública, porque os contribuintes andam a pagar cursos que não servem para arranjar os tais “bons empregos” que se referiu. A bem dizer, não servem para nada.

        Em relação ao seu comentário, eu não embarco nessa teoria da conspiração de que a CEE/UE e o governo quiseram/querem destruir Portugal. Em primeiro lugar, porque eles devem ter coisas melhores para fazer. Em segundo lugar, porque a taxa de desemprego só superou os níveis dos anos anteriores à adesão em 2009, já em plena crise da dívida. (http://www.pordata.pt/Portugal/Taxa+de+desemprego+total+e+por+sexo+(percentagem)-550). Eu obviamente não bato palmas ao empobrecimento do país, mas caso não tenha reparado, estamos em crise e é preciso cortar na despesa que os governos do passado (com claro destaque para o executivo socretino) nos deixaram. E o que vejo são as pessoas com melhores salários a queixarem-se e a fazerem greves que prejudicam os que ganham 485 euros, como o futuro director gerente de Vila Real. E ainda por cima a queixarem-se invocando a igualdade consagrada na constituição. O que pergunto é: se não são iguais nas regalias laborais e salariais porque carga de água haverão de ser iguais nos cortes?

        Quanto ao facto de 1200 euros ser uma fortuna admissível, claro que não é. O que é inadmissível é um funcionário público ganhar mais que um funcionário do privado pela mesma tarefa, porque é este último quem cria a riqueza que vai pagar o ordenado daquele. E este é um dos problemas de Portugal, que já não é de agora, pois já no século XIX se dizia que um jovem que saia da faculdade o que queria era arranjar um emprego numa repartição pública; os outros que trabalhem e gerem os impostos para lhe pagarem a avença.

        • João Paz says:

          A divida soberana sempre foi usada através dos séculos para impor leis iníquas nos países dominados. Se quiser posso -lhe dizer que Karl Marx no volume IV de “O Capital” o analisa de uma forma magistral.
          E certamente não foi por acaso que a CEE , depois de nos impor o fecho de inúmeras empresas entre quais os estaleiros navais, as minas , a frota de pesca etc etc etc sempre obrigou a empréstimos para “completar” as “ajudas” de milhões que eram “fornecidos” e que desde essa altura determinaram onde podíamos investir e os sectores onde estávamos proibidos de investir.
          Assim, destruição das forças produtivas e contracção obrigatória de empréstimos (directa e a mais das vezes indirectamente a bancos alemães) se foi “construindo” de forma acelerada uma dívida soberana que agora serve de pretexto para que os alemães possam vir a ter uma mão de obra pouco qualificada, os qualificados embora necessários vêem-se obrigados a emigrar, “ao pé da porta”.
          Essa é a CAUSA PRIMEIRA (há outras de que poderia destacar as de origem ideológica do governo) para o embaratecimento do salário na FP E NAS EMPRESAS PRIVADAS (11% no último ano)
          Não esqueço que algumas universidades não reuniam as condições mínimas tendo sido algumas encerradas mas essa ´
          e uma questão secundária porque sempre tivemos, e continuamos a ter, menos licenciados por mil habitantes do que os países mais evoluídos.
          É verdade que a minha anterior resposta se referia ao seu primeiro comentário e, por isso, não abrangia a questão das universidades mas de facto refugiar-se nessa questão e tentar torna-la central é uma fuga para a frente a todo o custo.

          • Hugo says:

            A velocidade de endividamento do país foi de facto estonteante… quando o engenheiro dos domingos tomou conta do poder:

            http://www.pordata.pt/Portugal/Administracoes+Publicas+divida+em+percentagem+do+PIB-824.

            A dívida em % do PIB em 2004 era apenas 2 pontos superior à de 1991. Depois veio o descalabro. A culpa é da troika, da CEE, da Merkel, do Reagan e da Thatcher. E agora os malvados dos credores querem o seu dinheiro de volta. Onde é que já se viu, quererem que um Estado de Direito e de bem assuma contratos livremente assinados.

          • nightwishpt says:

            Perceba uma coisa, a dívida é completamente irrelevante, excepto dentro de um euro que só serve à Alemanha de qualquer maneira.
            E já que é para respeitar contractos, porque é que o estado não respeita os contractos de trabalho e as leis sobre trabalho precário? E que tal respeitar a constituição?
            Ah, já me esqueci, a melhor medida de progresso para um país é quanto paga à banca.

          • Hugo says:

            Um diz que a culpa é da dívida. Outro diz que a dívida é irrelevante. Afinal em que ficamos?

            Em relação aos contratos (sem C antes do segundo T), estou perfeitamente de acordo. Todos deveriam ser respeitados. O problema é que o Estado não tem dinheiro para o fazer. Agradeça ao inginheiro-filosof.

  3. O engº dos Domingos não se formou numa PRIVADA ?? Na Independente ?? Na Lusófona ?’ que se diz Cooperativa para sacar subsídios ao Estado ?? A Independente que foi extinta como nunca nenhuma tinha sido com os maiores escândalos que nunca houve ?? ?’ as PRIVADAS são melhores ?? ai que não e são SEMPRE financiadas em parte pelo Estado mas os alunos pagam balúrdios – para quê ?? Porque podem entrar com nota mais do que negativa vindos do ensino médio público e/ou privado mas “entram sempre” coitadinhos porque as privadas não querem deixar o lucro e sem alunos fecham e deixam entrar todos – os alunos das públicas não são pobres ou ricos – são os que querem bom ensino e pagam propinas embora baixas e os que nem isso podem pagar têm direito a “bolsas” (e acho bem – mas que estudem e não andem, como nas privadas, a procurar um atestado de incompetência –

  4. Será que os portugueses que vão fazer doutoramentos à Sorbonne e a Cambridge e Oxford é por serem “privadas” ?? E Cambridge reivindica ser a mais antiga da europa mais do que a de Coimbra – não sei – deve ter uns “dias” de diferença – gostava de saber se os “Estudos Gerais de Lisboa passados para Coimbra e deram a universidade – são de que ano

  5. É impressionante como no momento em que vivemos uma crise, como nunca vivemos antes, esta é uma crise económica,financeira mas acima de tudo é uma crise de valores.
    E ainda encontramos quem consiga defender o indefensável, o ensino superior deve ser para todos os que querem e tem capacidade para o seguir, existem sempre ovelhas negras, mas isso não dá a ninguém o direito de achar que a barriga ou a vida de um licenciado é mais importante que a de um serralheiro! Na organização social em que vivemos todos fazemos falta na construção e desenvolvimento do País e todos absolutamente todos os cidadãos deveriam ter um salário justo que lhes permita viver com dignidade. Aqui sobra inconsciência social e muita falta de cidadania. Hugo eu não tenho nenhum curso superior mas ao longo da minha vida de trabalho sempre fiz formação, na minha área de trabalho, considero-me competente no trabalho que faço e gosto de ver que sou justamente remunerada pelas mais valias que trago para a empresa em que trabalho. São os meus impostos mais os dos serralheiro , carpinteiros, pedreiros, médicos, enfermeiros, arquitectos, advogados e todas as outras profissões, foi com os nossos impostos, que muitos dos que defendem salários de miséria, se formaram e se tornaram licenciados. Pense nisso

    • Hugo says:

      Eu não acho nem que 485 euros é um salário justo, nem que um serralheiro vale menos que um licenciado, nem que há pessoas mais ou menos importantes na nossa sociedade. De uma vez por todas, o que critico é uma política de ensino superior que desvalorizou ao longo do tempo as licenciaturas e os conhecimentos adquiridos nas universidades, ao permitir que qualquer pessoa pudesse entrar na Universidade, independentemente de ter qualidade para tal ou não. Em muitas áreas a consequência foi uma enchente de licenciados que superam em muito as necessidades do mercado. O resultado é este: 485 euros para quem tem uma licenciatura; e no post de anteontem era 0 euros. É isto que eu acho absolutamente vergonhoso. Acho vergonhoso que uma pessoa ande a estudar quatro ou mais anos ao mais alto nível e a gastar milhares de euros aos contribuintes portugueses para depois ganhar menos que uma mulher-a-dias ou, em alguns caos, para desempenhar funções que uma pessoa com o nono ano desempenharia. É desperdício de dinheiro, é desperdício de tempo e mais importante é desperdício de capital humano. Já vi que a maioria das pessoas aqui não se incomodam com isto. Estão no direito delas. A mim incomoda-me e muito.

    • sinaizdefumo says:

      Aplaudo de pé, Lucina.

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