Hélder Rosalino, hoje, porventura estará mais aliviado. Sai do governo e regressa ao Banco de Portugal, esse albergue de trabalhadores ‘barões’, beneficiários de condições de remuneração imunes a sacrifícios, reforçadas de privilégios adicionais. Usufruem de regime de relações contratuais de trabalho próprio, sob protecção do BCE.
O Banco de Portugal, de resto, é um albergue de luxo, por onde desfilaram figuras destacadas da política. Do PR a Silva Lopes, incluindo Oliveira e Costa e muitos, muitos outros amparados do regime e/ou incompetentes para supervisionar o ‘sistema financeiro nacional’, como Vítor Constâncio.
O caso do BPN é paradigmático – há outros, como o BCP e restante banca – e pequena-grande parte do fadário das ‘contas públicas’ nacionais que justificam as injustiças, umas vezes tentadas outras conseguidas, de castigar através da diminuição os rendimentos de reformados e pensionistas, o grupo etário mais envelhecido e indefeso da sociedade portuguesa.
Hélder Rosalino, à semelhança de Vítor Gaspar também do BdP ou da amanuense Maria Luís de Albuquerque, nunca foi despertado e estacado por qualquer sentimento de ‘objecção de consciência’, na louca e abstrusa luta contra salários e reformas do sector público ou pensões dos privados. Ousou, em sintonia com Coelho, Portas e a Albuquerque, validar legislação com medidas de redução de 10% de rendimentos a quem aufere reformas acima dos 600 euros – o ‘memorando de entendimento’, página 3, no ponto 1.11 estabelecia:
Reduzir as pensões acima de 1.500 euros, de acordo com as taxas progressivas aplicadas às remunerações do sector público a partir de Janeiro de 2011, com o objectivo de obter poupanças de, pelo menos, 445 milhões de euros.
Perante a desfaçatez do governo, personalizada em Rosalino, é compensador ler o acórdão de inconstitucionalidade do TC e, sobretudo, saber que essa inconstitucionalidade e o buraco a que o ‘Público’ alude são, de facto, as prendas com que o demissionário Secretário de Estado regressa a Sintra, com mais tempo para saborear queijadas.
Sem que desiluda – dele tudo se espera – o multipartidário de carreira e desonesto Vital Moreira vem a público classificar a deliberação do TC de desproporcionada. Os argumentos, invocando pensões acima de 5.000 euros (será em futuro próximo o seu caso?), são próprios de quem à falta de carácter se aliou qualquer efeito demencial, a requerer que o PS, e rapidamente, o embale juntamente com Correia de Campos em saco de lixeira.
Pois é , isto tudo e muito mais ando a denunciar há mais de
30 anos . Toda esta gajada relacionada com o sistema finan-
ceiro , não tem um que se aproveites são todos charlatões
da pior espécie . É assim a nossa desonestíssima e corrupta
Banca , Sistema Financeiro e Político . Todos golpistas e
cretinos do pior que há .
Também ponho a mesma questão. O que faz este senhor no PS?
Deve estar com medo que a mesa não chegue para ele e que não haja impostos suficientes para lhe pagar os anos que sentou o douto cu na AR e mais o que arrecada pelas passeatas a Bruxelas.
Com estes políticos corruptos nunca há inconstitucionalidades .
O Fado do Cautelar.
.
Fiz a Avenida rasgada, comprida
Qual estrada florida,
Num hino à claridade.
No fim de tudo, escavaram, escavaram,
Prá abrir um canudo
E foi-se a Liberdade.
.
Uma homenagem a Rosa Araújo.
Os desgraçados reformados do BdP foram apanhados no corte das reformas pois foram considerado funcionãrios publicos. Os grandes tubarões do BdP, como o governador e seus muchachos não podem publicar os seus elevado vencimentos e regalias porque o BCE não deixa. Os que recebem pensões vitalicias, segundo uma lei de Cavaco 1º Ministro, são intocáveis. São milhares, mas à cabeça penso eu que tenna a maior pensão vitalicia de 9.000 Euros X 14 meses, está o Campos e Cunha. que ajudou o Sócrates a fazer lo programa Novas Fronteiras com que conquistou a maioria absoluta. Chegado ao Governo a 1ª medida de Sócrates, foi proibir os Ministros de acumularem pensões ou reformas com o ordenado de Ministro. Campos e Cunha deu-se como exausto e saiu do Governo, pois o ordenado não dava para pagar aos jardineiros. E assim se ganhou um grande inimigo. Agora Campos e Cunha pediu a reforma das Nova, junta a pensão vitalicia e em paga dos serviços prestados o Passos/Alforreca deu-lhe um taxo no CCB
Ou não fosse este um País de campos férteis e viçosos para quem tem cunha.
O Vital Moreira deve estar a tentar fazer “pontes” com os amigos da direita, assim o inexistente Seguro não suja as suas mãozinhas…
O Vital Moreira está muito bem onde está. Outros (poucos), também lá estão e não deviam estar. Quem é que ainda tem ilusões com o PS? Tenha-se coragem e diga-se bem alto: o PS não é um partido da esquerda. É melhor assumirmos que somos minoria. Só assim, distinguindo-nos, poderemos vir a ser maioria. Uma maioria que queira governar, restaurando o 25 de Abril.
O PS não é um partido de esquerda. Concordo. Tem, todavia, um historial de luta contra a ditadura que deveria constituir a agora tão propalada “linha vermelha” a respeitar pelos dirigentes socialistas. Acresce dizer que Vital Moreira foi desde sempre pelo partido do poder e por aquele que mais notoriedade e dinheiro lhe renda. Mesmo como, então inflamado, militante do PC. É um homenzinho abjecto.
É verdade que o PS tem um historial de luta contra a ditadura. A questão – e não é de agora – é que a “linha vermelha” foi há muito ultrapassada. A começar por Mário Soares quando “meteu o socialismo na gaveta”. Nunca o PS mais de lá saiu. Quanto ao Vital Moreira – que conheço desde 1969, por ter sido meu professor – de acordo. Porém, o meu juízo é político e não moral.
A estrutura de referências sociais e políticas poderá variar segundo as convicções e cultura de cada indivíduo. Será que a política, e quem a ela se dedica, se pode dissociar assim tão facilmente da ética e da moral? A meu ver, não. E foi, na Antiguidade Clássica, que se enunciaram os capítulos marcantes da filosofia, onde a política, ética, estética e lógica são indissociáveis. A moral, como palavra e conceito, deriva do conceito grego de ética, Há costumes (imoralidades) inaceitáveis em qualquer homem de bem, seja político profissional como o Vital ou cidadão comum; com responsabilidades acrescidas no primeiro caso.