Ex.mo Senhor Presidente da FCT
As anomalias várias registadas no último concurso de atribuição de bolsas de doutoramento e de pós-doutoramento configuram um atentado grave à transparência e mesmo ao princípio de reconhecimento do mérito em igualdade de circunstâncias.
Para além dos resultados desmentirem o que foi oficialmente transmitido aos avaliadores de ciências sociais, letras e humanidades, pela anterior responsável do departamento de avaliação da FCT, em reunião plenária no Hotel Altis (nomeadamente a de que a linha de aprovação seria, em todas as áreas, correspondente a 10% do total de candidaturas apresentadas), constatou-se uma disparidade por domínios que penaliza claramente as ciências sociais, incluindo a sociologia, em cujo painel de avaliação estava inserido.
Mais grave ainda, vários resultados foram alterados pela FCT (conforme se poderá verificar pelo contraponto entre a ata assinada por todos os membros do painel e os resultados oficiais), prejudicando gravemente inúmeros candidatos.
Entendo que a política científica tenha referenciais e orientações que se alteram com o quadro do poder. Mas não posso ser cúmplice de processos de atropelo à transparência, ainda que legitimados por um qualquer fanatismo ideológico que perpassa o discurso da FCT.
Assim, enquanto a atual direção da FCT se mantiver em funções, recuso-me a desempenhar o papel de avaliador, por aquela não me merecer as condições mínimas de confiança.
Com os melhores cumprimentos
João Teixeira Lopes
Professor Catedrático da FLUP
É preciso tomar partido com acções, que vão para lá das palavras. Bem haja professor.
Isto não é motivo para anular e repetir o concurso? Creio que esta questão do painel de Sociologia (http://www.aps.pt/cms/files/conteudos/file/DESTAQUES%20NEWSLETTER/Carta%20Presidente%20FCT%20Painel%20Sociologia.pdf) mostra claramente que o concurso é feito à base de cunhas e compadrios e não obedece minimamente aos padrões de qualidade, excelência e exigência que o presidente da FCT tanto gosta de papaguear na televisão.
Este é o país que temos, funcionando em perfeita harmonia cosmológica.
O cuelho culheia, portas porteia, o sapo sapeia, o vento venteia,o mar mareia; e você, pessoa qualificada, é uma peça da máquina, tem de agir por forma a interagir com os diferentes integrantes e manter esta espectacular harmonia cuelhal.
O peixe não vê a água!
A coordenadora Beatriz Pailla lá também se demitiu