Ser bolseiro não deveria ser profissão, mas condição.

mf Vale a pena ler Henrique Monteiro sobre a questão das bolsas. Cabe ao governo gerir correctamente os dinheiros públicos. Em matéria de bolsas de investigação importa defender os interesses do país, jamais o dos bolseiros. Ser bolseiro não deveria ser profissão, mas condição. Conheço bem Portugal, infelizmente sei o que a casa gasta…

Comments

  1. romualdo says:

    ser escriba não deveria ser profissão, mas condição. Conheço bem António de Almeida, infelizmente sei o que a casa gasta…

  2. Nightwish says:

    O Friedman sabe bem do que fala, a maior culpa é dele.

  3. Hugo says:

    Como ex-bolseiro acho o artigo do Henrique Monteiro muito interessante. Estava mais que visto que mais cedo ou mais tarde o sistema usado pela FCT nos últimos anos ia estourar. Produziam-se PhD’s como quem produz solas de sapatos sem que ninguém se tenha perguntado se o país ou os próprios doutorados retiravam disto algum proveito material ou imaterial. O doutoramento era um fim em si e não um meio para. Ou melhor, era um meio para disfarçar o alto desemprego entre os jovens licenciados. Nunca ninguém parou para pensar em criar carreiras, aproveitando o capital humano que se ia formando com as bolsas da FCT e em aplicar o conhecimento que se produzia ao cidadão comum, de forma material e imaterial. Não. Todos os anos entravam mais umas centenas de bolseiros que iam fazer o doutoramento e substituíam os que o concluíam e não conseguiam um pós-doc. Entretanto, as prateleiras das bibliotecas das universidades iam-se enchendo de livros – para inglês ver. Era livros e pó. Era um sistema que funcionava muito bem enquanto houvesse dinheiro. Quando este terminasse acontecia o que está agora a acontecer. O ideal era ter-se formado um núcleo duro de jovens investigadores que garantisse as necessidades de investigação de um país como Portugal e depois diminuir drasticamente o investimento na formação de mais doutores e reforçar o investimento na investigação. Mas isso chocava com duas coisas: em primeiro, 25 de Abril sempre, fascismo nunca mais, somos todos iguais, se aquele é doutor eu também quero ser; em segundo lugar, o lobby da Universidade. Diminuir o investimento em formação inconsequente (Ciências Sociais e Humanas no topo) punha em causa o orgulho e os galões de muito boa gente. Falar de fechar universidades era como dizer a um judeu para comer carne de porco. Um escândalo. E então em vez de se enfrentar esse lobby, deixou-se a coisa correr. E hoje temos o que temos. A geração mais bem preparada de sempre – de longe! – não consegue arranjar um emprego (e pior, está numa idade em que a mudança de carreira não é fácil), porque o mercado de trabalho não tem interesse em PhD’s e o Estado já não consegue financiar investigações como dantes. Mas águas passadas não movem moinhos e importa agora tentar minorar os estragos de uma política completamente errada. No entanto, o que se vê não é isso. No último concurso cerca de 90% dos candidatos COM DOUTORAMENTO viram as suas propostas rejeitadas. São centenas de pessoas, muitas das quais com currículos invejáveis, enorme experiência de investigação e importantíssimas redes de contactos. A este número podemos juntar os que ficaram de fora no concurso investigador FCT. Contudo, a FCT continua a esbanjar dinheiro a formar mais doutores, tanto no concurso individual como nos chamados programas doutorais. O Estado continua a estourar dinheiro em licenciaturas que não garantem qualquer tipo de empregabilidade e constituem apenas má, péssima despesa pública. E depois – e isso é o que ainda mais me chateia – vêm falar em exigência, excelência e rigor. Que excelência pode haver quando se manda embora capital humano extremamente capaz e se contratam pessoas com pouca experiência ou sem experiência nenhuma?

    • Nightwish says:

      Dizer que são inúteis é não (querer) ver o que se faz lá fora. Depois é ver os mal educados a fazer o que fazem na educação…

      • Hugo says:

        Isso ainda é o pior. Lá fora é igual, mas há mais tempo. E nós em vez de aprendermos com os erros dos outros, não, cometemos exactamente os mesmo erros.

        Já agora, o Crato também é doutorado.

  4. Fernanda says:

    Ai, o Henrique Monteiro!

    .E ai a citação do Milton Friedman para apoiar este argumentário do Monteiro!

    Ai!

  5. Fernanda says:

    No início:

    “Chamem-me o que quiserem”
    -Palerma

    No fim:

    “Para ser honesto não chego a perceber”
    -Se não percebe, informa-se antes

    No meio:

    Uma imensa demagogia.

    _ Que contraria o fim e justifica o início

    Ao lado:

    A citação do Friedman

    _Usada neste caso

    Ao lado da citação do Friedman:

    – demagogia sobre demagogia, sendo que o “Conheço bem Portugal, infelizmente sei o que a casa gasta…” dá o tom populista à coisa.

    A mistura de demagogia e populismo!

  6. Fernanda says:

    Será que o HM percebe esta?

    A de se fazer brain drain e importar brain?

    Pedro Lomba sublinhou que «a atração de investimento também é feita com a captação de pessoas que ajudem a contrariar esta dinâmica de saída de jovens portugueses, procurando atrair quadros de empresas, estudantes, investigadores e investidores».

    E concluiu: «Esta é uma das saídas para a crise, até porque a importação de cérebros é uma forma de reter talento»

  7. Pedro Lomba ou não sae do que fala ou está a gozar com a nossa inteligência

    «a atração de investimento também é feita com a captação de pessoas que ajudem a contrariar esta dinâmica de saída de jovens portugueses, procurando atrair quadros de empresas, estudantes, investigadores e investidores»

    Isto é treta! Algum investigador virá para cá quando os que estão vão embora? Ele sabe do que fala???Os investigadores europeus com eu colaboro já me disseram: “Quando é que te vais embora?E os teus post-docs?Temos aqui lugar eles!”.
    Este gaijo sabe o que custou ter ciência ao nível europeu e o pouco que se conseguiu em 20 anos está a desmoronar-se aos poucos?
    Mais, o Pedro Lomba deveria ter ouvido as palavras de um grupo de investidores da Deutschland há dias atrás no evento em que eu fui promover tecnologias nossas:”We do not invest in Portugal because their science and technologial production is still undeveloped enough and now it looks that it will be much worse. All those PhDs leaving will be a problem for us”.
    E já agora ao autor do post. Há muito bolseiro que ainda o é porque o Estado não contrata pessoas para algumas das funções e porque as nossas empresas, as que poderiam contratar não o fazem porque não lhes interessa(monopolios protegidos, clientelas fáceis) e as que precisam não têm nem visão para isso nem dinheiro para aguentar a conta corrente quanto mais para investir em capital humano.

    HM e H & M e tretoides energumenos todos juntos não percebem nada disto.Opinam sem conhecer a realidade e usam o senso comum e os seus “inner-beliefs”. Houve inquisitores mais sensatos do que estes há uns quanto séculos atrás.
    E quanto ao Pedro Lomba…no more comments.

  8. Um esclarecimento:
    O autor deste post é o mesmo António de Almeida que num post mais abaixo disse que “eu até defendo o direito à existência dos partidos nazis” ou é apenas coincidência de nomes?

    • António de Almeida, tomarei o seu silêncio à minha pergunta como um “quem cala consente”.
      Nesse sentido, amanhã irei comunicar a minha decisão sobre a minha futura participação neste espaço.

      • Sim, sou a mesma pessoa. Não permaneci em silêncio, apenas estive fora da net o dia todo. Tenho vida para lá da net, felizmente.
        Quanto à minha defesa da existência de partidos nazis e antes que pretend deturpar o que disse, defendo sim o direito à existência de todos. Nazis, maoístas, estalinistas, adoradores do demónio ou fundamentalistas religiosos, não me interessa. No plano das ideias, para mim todos as podem expressar livremente. Na prática, qualquer acto que infrinja a Lei deve ser punido. Percebe a diferença? É que eu defendo e prezo a Liberdade, mesmo daqueles que pretendem tirar a Liberdade aos outros, como parece ser o seu caso, que não suporta quem discorda de si…

        • Fernanda says:

          Confuso.
          Defende a (L)iberdade dos que querem tirar a (L)iberdade aos outros? E porque é que escreve liberdade com l maiúsculo? Porque é mais livre?

          • Escrevo Liberdade com maiúsculo por opção, já que a considero o mais importante dos valores civilizacionais.
            Sim, um nazi gostaria de me privar da Liberdade. Um maoísta, estalinista, fascista ou qualquer outro seguidor de ideologias totalitárias também. Eu defendo e acredito que todos eles são livres para defender as ideias. Lutarei contra todos eles… Infelizmente algumas pessoas não percebem isso, ou provavelmente até percebem bem, mas optam por citar apenas a parte que lhes que convém.

  9. Para que ninguém tenha o trabalho de ir à procura do post, e da “joia” do comentário aqui fica a pérola:

    António de Almeida diz:

    25/01/2014 às 15:12

    Por acaso eu até defendo o direito à existência dos partidos nazis, …………….

    • Convém transcrever o todo e não apenas a parte que lhe interessa. Porque não deixou o link? Não lhe convém? Grande democrata…

      • Ao cuidado de António de Almeida.
        Já há muito que percebi que o meu conceito de democrata não se ajusta ao seu. Ficou incomodado? Porquê?
        Eu não digitei fiz exactamente uma COPIA e retirei o que não interessava, tendo em conta o comentário do MCS MCS.

  10. Porque publiquei sem querer aqui vai o resto: O seu comentário é um caso de polícia e uma nódoa no blogue que mais prezo e no qual todos os dias venho “beber” saberes e conhecimentos. A situação politica uma maioria um presidente, permite que apareçam vestes castanhas que estavam guardadas no armário.

    • Se acha que o meu comentário é um caso de polícia, esteja à vontade, apresente queixa. Quanto a vestes, castanhas ou qualquer outra cor, a resposta foi dada no meu comentário ao qual foi buscar a frase que lhe interessou. Não tenho receio de autos de fé ou qualquer forma de tribunais inquisitórios. Percebo que não se sinta confortável com a Liberdade dos outros, mas não abdico da minha, de dizer ou escrever o que penso. Seguramente que jamais me leu em tom jocoso defendendo qualquer espécie de proibição a quem quer que seja. Não lhe reconheço qualquer espécie de superioridade moral, muito menos o Direito de julgar o que está certo ou errado. Reconheço-lhe sim o Direito a opinar livremente, debater ideias sem preconceitos, mas para isso terá que proceder de igual forma respeitosa para com os outros. Obviamente que partir do princípio que os adversários foram submetidos a lobotomia, ou adjectivos de baixo torpe, não me parecem bem. Por mim, encerro aqui a discussão sobre este assunto, que já foi longe de mais…

  11. Paulo Sarnada says:

    Oh, sr. Tono Almeida,
    Se a frase do Sr, Frideman é para levar a sério, porque é que aqueles que recebem os dinheiros públicos não o devolvem, num acto de constrição e decência para que aqueles que são maioritariamente expoliados deixem do o ser?
    Partidos nazis? Sim senhora!!!!!!!!!!!!

  12. Infelizmmente os pobres e pior, os pobres de espirito, em países mal governados defendem como “direito” ter uma colher para rapar no tacho público.Suprema alegria fazer parte da Brigada das Colheres sem que se esqueça quem abastece o tacho. Será a merkl? a troika? opainatal? ..certoé que alguns desses querem umas comissoes geitosas para abastecer o tacho;que paguem os netos que têm bom corpo.

  13. Ia comentar noutros moldes, mas desisto de gastar palavras. É que não vale mesmo a pena tentar palavrar com quem não faz a mínima ideia do que está a falar. Ou então a explicação será outra.

  14. lidia sousa says:

    Os guereiros cegos: Numa dada altura, numerosos Kaanoklé. sairam em expedição. Ao fim de vários dias de marcha, pararam para dormir, O chefe diz: “esta noite, meus filhos, vamos dormir aqui e amanhã prosseguiremos o nosso caminho”
    Durante a noite, o pássaro Vuot-vuot pôs-se a cantar. E todos os Guerreiros desataram a rir porque ele cantava muito mal. O pássaro zangou-se por ver que troçavam dele. Voltou a cantar e os homens recomeçaram a rir: “Como canta mal, este homem!” Apenas um dele ria menos. No dia seguinte quando se levantaram , aperceberam-se que tinham todos cegado: era a vingança do pássaro. “Estou cego! – Eu também!–E eu também gritavam eles. Quanto aquele qie tinha rido menos.via alguma coisa e proclamava Eu não estou completamente cego! Sou o único a ver qualquer coisa. “Então tens de ser o nosso guia” E ele passou a ser o condutor deles”
    Este trecho é dedicado ao proponente a NAZI, que por enquanto não assume apanas acha que é um direito de escolha. Também me apetece dar-lhe um tiro num sitio que nãoposso dizer.é apenas um direito de escolha matar ou não matar alguém? Isto não é um caso de policia é um casio de estupidez e falta de respeito,

    .#

    • lidia sousa says:

      Espero que essa besta que diz chamar-se António Almeida tenha percebido o meu texto e que lhe dê uma cegueira repentina nos olhos, porque no resto já é cego, ou não fosse ele “amiguinho” do obstruso Henrique Monteiro.

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  3. […] António DE Almeida, como prova de que não pretendo “tirar a Liberdade” a ninguém, sou eu que me retiro desta casa para que v. ex.a possa continuar a ter a […]

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