Fim

António DE Almeida, no exercício da sua liberdade, escreveu o seguinte comentário neste post: “Por acaso eu até defendo o direito à existência dos partidos nazis”

Na altura, nem sequer dei grande importância, afinal “eles” andam por aí a enxamear as caixas de comentários.

No dia seguinte, durante a leitura deste blogue, cruzo-me com um post a elogiar um artigo de Henrique Monteiro ilustrado com uma frase de Milton Friedman. Fui ver quem era o autor do post e reparei que o nome não me era estranho. De seguida, perguntei se era a mesma pessoa. Para minha surpresa, respondeu que sim, era o defensor da “existência de partidos nazis”.

Quando aceitei participar no Aventar já sabia que neste espaço escreviam várias pessoas com ideias muito diferentes uma das outras. E isso agradou-me. Sempre acreditei que da discussão nasce a luz. Mas tudo tem um limite.

A Europa atravessa um período muito difícil da sua História. Ainda ontem tomámos conhecimento de que a extrema-direita está à frente nas sondagens para as próximas eleições europeias. Na Hungria é aquilo que vamos sabendo. Ou seja, eles andam aí e, pelos vistos, também por aqui.

Por isso, por uma questão de princípio, não participarei mais neste blogue. Nunca, jamais, em tempo algum, aceitaria partilhar o mesmo espaço com alguém que defende “a existência de partidos nazis”. Isto é o grau zero da discussão política.

Porque não quis tomar esta decisão de forma precipitada, ainda fui ler os posts anteriores de António DE Almeida. Infelizmente só confirmou a minha decisão.

Já agora, vou aproveitar este parágrafo para sublinhar quanto é irónica esta nossa passagem terrena. Pelo que percebi dos posts anteriores de António DE Almeida, este está (ou estava, não sei) a trabalhar em Angola. Portanto, não deixa de ser irónico alguém que defende “a existência de partidos nazis”, que têm como uma das suas bandeiras o lema “morte aos pretos” (a realidade demonstra que o praticam), estar a trabalhar precisamente no território da Mãe África. Ah ironia!

No entanto, gostaria de alertar que nesta casa, no  Aventar, continua a existir muita gente valorosa e defensora dos mais elementares princípios da convivência em sociedade. E, por isso, continuarei leitor deste espaço plural.

Mais uma vez, agradeço o convite e ressalvo que foi com muito prazer que aqui participei. Mas tenho princípios de que não abdico. Lá está, cada um tem os seus, estes são os meus. Apropriando-me de uma tirada de Marx (não é esse que estão a pensar, é outro) direi, “Estes são os meus princípios. Se você não gosta deles, não tenho outros…”

Continuarei no meu espaço a escrever e a divagar, orientando-me sempre pelos valores em que acredito e defendo diariamente. Ah, e nazis não são bem-vindos, claro…

Parafraseando alguém, “Não gosto de nazis, é uma coisa que me chateia, pá”.

PS. António DE Almeida, como prova de que não pretendo “tirar a Liberdade” a ninguém, sou eu que me retiro desta casa para que v. ex.a possa continuar a ter a liberdade de defender “a existência de partidos nazis”.

Comments

  1. ca.sapateiro says:

    Excelente atitude!
    Com nazis, nunca lado a lado. Sempre frente a frente.

  2. amarelo submarino says:

    Defender os partidos nazis, como defender a pena de morte ou a justiça pelas próprias mãos não é um exercício de Liberdade. Não podemos permitir tudo, não é isso a Liberdade.
    Concordo pois com a atitude de MCS, e também nunca mais comentarei aqui.

  3. Não deixe que os cães raivosos lhe tragam a noite escura.

    Fique…

  4. Aposto que o António de Almeida foi mais um recrutado aquando da saga anti Socrática duma parte da esquerda deste blog … (tenho um dedo que adivinha )

  5. Não nos conhecemos, o Aventar promoveu o encontro, foi muito bom enquanto durou MCS. Tinha sido a nova contratação de Inverno(opinião de um Aventador cujo nome não me lembro).Compreendo como é difícil estar num projecto em que há um elemento que diz estar de acordo com a existência de partidos nazis, está escrito, não vale a pena matraquear as palavras.Permita-me que lhe dê um fraterno abraço e encontro marcado
    Novaziodaonda

  6. O António de Almeida é uma excelente pessoa e democrata: o seu raciocínio tem por base a total liberdade política – é um ponto de vista.

    • Fernanda says:

      “a total liberdade política” é a anulação da liberdade.

  7. Tenho pena, muita pena… mas entendo-o perfeitamente!!
    Mas não dê importância a essa gente que nem o seu desprezo merece.
    Um abraço.

  8. João says:

    A estrema direita é proibida em Portugal. Como deveria de ser em qualquer país civilizado. Todos os militantes desse bando de criminosos conhecidos e assumidos estão sob termo de entidade e residência, isto para os que não estão presos. Defender o nazismo é defender um dos períodos mais negros da historia humana recente. É defender o período que mais bestas humanas deu a humanidade. Dizer que alguém que defende o nazismo é democrata é no mínimo idiota e deve ser tratado como alguém perigoso à sociedade.

  9. ruirebelogamboa says:

    Então o PC, o Partido Comunista, de Portugal e os demais do resto do mundo deviam ser banidos. Como se sabe, o PC foi e é campeão de crimes e atrocidades. De Estaline ao “querido líder” que, já agora, o PCP manifestou grande consternação aquando do seu falecimento. Dois pesos?

    • A.Silva says:

      Não seja estupido! O Partido Comunista Português sempre lutou pela democracia e pela liberdade em Portugal, por essa causa muitos dos seus militantes foram presos, torturados e mortos.
      Só uma pessoa cavernicola e reaccionária, pode esquecer isso e querer comparar alhos com bugalhos.

      • ruirebelogamboa says:

        O PCP sempre lutou pela Democracia? Bem, essa é nova. Se bem me recordo lutaram sim contra o regime do Estado Novo. Mas uma vez deposto o PCP queria implementar um democracia popular ao estilo dos países do Pacto de Varsóvia. E o que não falta é documentação a comprovar isso mesmo.
        Quanto aos insultos, guarde-os por favor.
        Mas por mim tanto o PCP como qualquer outro partido são livres de existir, senão estamos a abrir um caminho que passa por queimar livros na praça pública e que acaba sabemos todos onde. Eu não quero viver num país assim.

  10. Meu caro, repito agora o que antes escrevi:

    Sou profundamente anti-nazi. Aliás, a minha filha (10 anos) e por entender que estas coisas passam pela educação em casa para além da escola (e por ter dúvidas que na escola ensinam tal) já viu comigo vários documentários sobre o nazismo e aquilo que foi a acção de Hitler e dos seus seguidores. Entendo que a melhor forma de se evitar a repetição da história é ensinar no presente o que se passou no passado para que não se repita no futuro. E por isso foi comigo até às praias da Normandia numa “visita de estudo” em família para sentir, sobretudo no cemitério dos Aliados, a gratidão que todos nós, europeus, devemos ter por aqueles que deram a vida em prol da liberdade.
    Da mesma forma que, sendo ela criada no seio de uma família católica (apenas o pai é agnóstico) e tendo ela a disciplina de educação e moral (novo nome para catequese…) já viu documentários sobre a inquisição. Só para que não viva na ignorância…

    Dito isto: tenho sérias dúvidas, enquanto democrata, que a melhor forma de evitar o nazismo e outros ismos do passado passe pela proibição. Mais do que sérias dúvidas. Penso até que é um erro fruto da velha máxima do fruto proibido.

    Mesmo sendo profundamente, confesso, intolerante com a extrema-direita (mais até do que com a extrema esquerda por a achar mais folclórica que perigosa) não posso deixar de entender que o caminho mais correcto não é da proibição dos partidos nazis ou do género.

    Por isso mesmo, não compreendo o motivo da saída MCS. Não és mais anti-nazi que eu, acredita. Mas sê-lo não significa defender a proibição da existência de partidos nazis. Até porque não se consegue proibir a estupidez. E vou mais longe, sempre que vejo os pseudo-nazis (quase todos eles tão estúpidos que nem sabem o que foi o nazismo) em manifs fico contente: a figura que fazem e os actos que praticam provocam semelhante asco ao povo em geral, que se tornam os melhores embaixadores do anti-nazismo.

    É a minha opinião.

    • Miguel Cabrita says:

      Bem dito.

    • FMS
      Um democrata como tu que manipulou a opinião publica através dos mais baixos golpes não interessa a ninguém.

      • Nightwish says:

        Bom para ti. Agora volta lá para a mesa da garotada.

      • Fernanda says:

        “não me esqueci” (17:34h)

        Bem observado!

        Aguarda-se que o artigo da revista possa ser lido pelos descendentes. (e até ser lido na escola para análise sobre o discurso)

        já agora, na escola são ensinadas estas matérias. Lamentavelmente, a maioria dos alunos não pode visitar as praias da Normandia nem campos de concentração nazis. Mas visionam-se filmes e documentários.

  11. Lamento obviamente a sua saída, para mais motivada por algo que teima em ler, mas que não está lá. O que afirma é apenas uma parte do meu comentário. Por isso transcrevo sem qualquer edição o meu comentário na íntegra.

    Por acaso eu até defendo o direito à existência dos partidos nazis, bem como os maoístas, estalinistas ou sejam lá o que forem. Todas as ideias devem ser permitidas. Claro que as restrições ficam para as práticas. Ou estaríamos a condenar a liberdade de pensar… Mas isso já é outro assunto. Voltando a este, não lhe parece que esse tal tipo que falou no final, concordaria consigo quando ridiculariza os tais 20%? É que se não defendermos a Liberdade ela desaparece, aí sim, concordo consigo. Quanto ao resto, as suas ideias são tão válidas quanto as minhas e Democracia é isso mesmo, submeter-nos todos ao escrutínio universal e aceitarmos o resultado. Quando ganhamos e quando perdemos… Mas quando ganhamos, há que não esmagar quem perde. Se 80% da população discorda do P.R., então critiquem o presidente, é legítimo. O que não considero legítimo é falar em lobotomia para adjectivar os 20% como seres não pensantes, ou inferiores. Cuidado, a fronteira para defender um colégio eleitoral num futuro próximo, é ténue. Só isso!

    • Continue a defender com liberdade as suas posições.Não se deixe intimidar com donos da verdade. Todos somos donos da verdade. Liberdade é respeitar todos.Exiga sempre que o respeitem.

    • Joaquim Amado Lopes says:

      António de Almeida,
      Não sou visitante assíduo do Aventar e não me recordo de posts seus mas ao ler o post do MCS fiquei na dúvida sobre se a sua (do António) posição seria a defesa do nazismo (como MCS pretendeu fazer crer) ou a defesa da liberdade de pensamento. Com este seu comentário fica claro que o que defende é a liberdade de pensamento.
      Assim como fica claro que a reacção de MCS é completamente despropositada e revela uma absoluta intolerância para com ideias diferentes das dele.

      No essencial e pela estúpidez e intolerância que revela, MCS coloca-se ao nível dos nazis que tanto detesta e despreza. Talvez mesmo abaixo porque nem sequer admite frequentar o mesmo espaço com quem defende a liberdade.

    • António de Almeida diz:

      25/01/2014 às 15:12

      Por acaso eu até defendo o direito à existência dos partidos nazis, bem como os maoístas, estalinistas ou sejam lá o que forem. Todas as ideias devem ser permitidas. Claro que as restrições ficam para as práticas.

      E de repente a luz pairou, qual açôr esboaçando.Por vezes somos compensados pelo esforço.
      O que diz AdeA no texto acima é que defende um partido nazi “democrático”
      Porque não há partidos sem práticas políticas!!!
      As ideias já são permitidas em todo o espaço em que o homem existe!!! (homem substantivo colectivo) e portanto não precisa de defensores.
      Assunto encerrado!

    • raza says:

      Acho muito bem e se este MCS nao sabe lidar com a democracia e liberdade dos outros que vá embora que as opinioes dele tb n fazem mta falta..e so ladrar ladrar em cada post! E mesmo de esquerda..ladram muito e n fazem nada

  12. Miguel Cabrita says:

    Sou de esquerda e defendo a existência de qualquer tipo de partido que defenda qualquer tipo de causa. Sou á partida contra qualquer tipo de proibicionismo quanto á liberdade de expressão e ao direito de associação.

    Baseamos o nosso asco ao nazismo nos crimes cometidos pelo partido nazi alemão, mas aceitamos não discutir os crimes do comunismo sovietico e convivemos com um partido comunista que apoia um regime de uma Coreia do Norte, totalitário, opressor e de raiz comunista. Belissima contradição.

    O Nazismo ou qualquer forma de fascismo não se combate proibindo a formação de partidos fascistas. É como a lei seca americana, proibiu-se o alcool mas ele não deixou de ser bebido. O fascismo e o Nazismo hoje aparece sem rosto, sem um alvo a abater sem alguém que mereça sem o seu descrédito e por isso vai medrando, sem que se vá dando conta.

    Tal como pensar que só por termos um regime parlamentar e haver eleições vivemos em democracia, ilude-nos da natureza olgárquica do regime onde jaz o mais profundo asco a tudo o que é liberdade e direitos populares e as verdadeiras causas da destrução corrente das nossas liberdades e direitos enquanto povo.

    Probir partidos fascistas é varrer para debaixo do tapete, sentir-se surpreendido que a sujidade continua na sala é ou ingenuidade ou hipocrisia. Julgar que a história se repete sempre com os mesmos nomes e adjectivos não tem classificação.

  13. Lamento que no seu raciocinio a democracia tenha donos/lados. Sou velho o sufeciente para lamentar que o primarismo nos tenha arrastado(mais nosPrec) pata diferenciar as pessoas entre os bons(nossa seita) e os maus(a seita deles). É essa praga que permite que com pouco debate pesoas primrissimas como MarieLePen consigam uma popularidade grande. Isso e palhaços travestidos de politicos como Holland que em vez de debaterem com seriedade os problemas reais que a França tem vêm com soluçoes de banha da cobra.Não trave esse combate pois gente séria é mais que necessaria aqui,seja da extrema esquerda/direita.

  14. Abriu a época da caça.
    As eleições estão à porta, as sondagens são conhecidas, a Central tem muito trabalho pela frente.Boa viagem

  15. Obrigado a todos pelos comentários.

    Quero só lembrar (e com esta me retiro em definitivo) que o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (sim, era este o nome) foi eleito “democraticamente” em 1933, ou seja, “ganhou” eleições (1932). O crimes horrendos só vieram depois.

    E julgo que por estes comentários se pode deduzir que há uma grande confusão entre “liberdade de pensamento” (lá diz a música, “não há machado que corte a raiz…”) com a “defesa de existência partidos” criminosos

    NB.
    Constituição da República Portuguesa, art.º 46
    “4. Não são consentidas associações armadas nem de tipo militar, militarizadas ou paramilitares, nem organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista.”

    Para que não haja MESMO dúvidas vou colocar a negrito o parágrafo no post. Visões maniqueístas nunca foram o meu caminho. Se não aceitasse opiniões diferentes nunca teria sequer iniciado a minha participação neste espaço plural. Espero que isso fique bem claro.

    • Joaquim Amado Lopes says:

      MCS,
      O problema está precisamente nesse artigo da CRP e na sua pretensão de querer determinar o que são “partidos criminosos”.
      É que há muita gente que acredita que os partidos comunistas (sim, também o PCP) são tão maus quantos os partidos fascistas. E os países onde os comunistas estiveram e estão no poder são precisamente aqueles onde mais crimes contra a liberdade foram e são cometidos.
      Proíbir os partidos que defendam o fascismo sem proíbir também os que defendam o comunismo é um contrasenso e não vê ninguém a querer proíbir o PCP. PCP esse que, aliás e como notou muito bem o Rui Rebelo Gamboa em resposta a A.Silva (ver uns comentários acima), nunca lutou pela liberdade ou pela democracia mas sim pela instauração de um regime de inspiração soviética, a própria negação desses dois conceitos.

      E desdenhar da democracia só porque não gosta do resultado demonstra bem que se há alguma coisa que não pode afirmar é que visões maniqueístas nunca foram o seu “caminho”.

      • Nightwish says:

        “E os países onde os comunistas estiveram e estão no poder são precisamente aqueles onde mais crimes contra a liberdade foram e são cometidos.”

        O que é triste é quantidade de gente que acredita nesta merda.

        • Joaquim Amado Lopes says:

          LOL

        • URSS, RDA, Roménia, Polónia, Bulgária, Albânia, Camboja, Vietname, China, Coreia do Norte, Cuba, isto só para nomear algumas das estrelas mais brilhantes do universo comunista. Vamos contabilizar os milhões de mortos causados pelos nazis vermelhos? Pode ser que depois se acabem as tristezas por haver gente a acreditar nestas “merdas”.

    • Nightwish says:

      “Quero só lembrar (e com esta me retiro em definitivo) que o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (sim, era este o nome) foi eleito “democraticamente” em 1933, ou seja, “ganhou” eleições (1932). O crimes horrendos só vieram depois.”

      Bem, o Salazar também ganhava eleições, não eram era muito livres. Há muita coisa que rodeou essas eleições.

    • R. Silva says:

      o “Partido [Nazi] (…) foi eleito “democraticamente” em 1933, ou seja, “ganhou” eleições (1932). O crimes horrendos só vieram depois.”

      tantas asneiras com a wikipedia aqui tão perto..

      em 32 houve duas eleições para o parlamento: em julho o partido nazi teve 37% dos votos, mas como não conseguiu coligar-se (porque seria…) houve novas eleições em novembro. nestas segundas eleições, o partido nazi perdeu votos em TODOS os estados (Länder) e, obviamente, voltou a não conseguir formar governo. o presidente von Hindenburg, em vez de convocar novas eleições, ou pedir aos outros partidos para tentarem formar governo, aproveitando a desculpa do incêndio no Reichstag (provocado pelos nazis), suspendeu as liberdades civis e permitiu que o governo MINORITÁRIO do partido nazi legislasse sem ter que submeter as leis à aprovação do parlamento. e o resultado final já todos conhecemos.

      não há nenhum paradoxo em defender a liberdade (na acepção democrática do conceito) e proibir partidos nazi/fascistas. de facto, defender a liberdade passa por proibir os partidos nazi/fascistas.

      a confusão que estão a tentar lançar é esta: proibir os partidos nazi/fascistas significa varrer o problema para debaixo do tapete. mas nada longe da verdade. proibir os partidos nazi/fascistas não implica não discutir ideias. proibir um partido nazi/fascista não é proibir a liberdade de estudar e debater o nazi/fascismo, é proibir que a democracia possa ser varrida para debaixo do tapete à primeira oportunidade.
      a pedofilia é proibida, mas não é por isso que não se falam de casos e não se discute a actuação da igreja ou de outras instituições.

      quanto ao PCP ser anti-democrático, muitos de vós devem (ou deviam) saber que o PCP esteve quase a ser ilegalizado, depois do 25 de Novembro, exactamente por isso. felizmente, de parte a parte, prevaleceram as cabeças mais sãs e as regras democráticas foram aceites como regras do jogo e o PCP está perfeitamente enquadrado na nossa democracia.

      • Miguel Cabrita says:

        “a confusão que estão a tentar lançar é esta: proibir os partidos nazi/fascistas significa varrer o problema para debaixo do tapete.”

        Terá a sua razão, se me conseguir explicar o que é que é o PNR e o Pinto Coelho são se não um fascista assumido e um partido fascista/nazi apesar da pomposa proibição de partidos fascistas na Constituição ou a FN em França.

        Você dirá aquilo que eles dizem de si próprios, que são partidos nacionalistas, mas isso não chega para nos iludir acerca do que realmente são estes partidos. Mudaram de nome mas as causas são as mesmas.

        Explique-nos então, se conseguir, a utilidade de proibir tais partidos.

      • ruirebelogamboa says:

        “de facto, defender a liberdade passa por proibir os partidos nazi/fascistas”
        Bem, assunto encerrado então. Se escreveu é porque deve ser verdade.

  16. Pedro says:

    Caramba, isto é o que se chama overreacting. O homem disse que defendia a existência de partidos nazis, maoistas, estalinistas, etc. Quer dizer, se calhar não basta acusá-lo de nazi, talvez ele seja mesmo nazi-mao-estalinista e etc. Pior que o Darth Vader e o Hanibal Lecter juntos ;;) Really, MCF? E se fizessemos todos de conta que somos adultos e concluir que o António de Almeida limitou-se a advogar a liberdade de associação politica, ainda que se possa considerar, talvez com fundamento, que essa liberdade absoluta é perigosa?

  17. MCS: também eu sou nova colaboradora do Aventar. Por favor, não vá. Fique. Como se pode lutar contra este negrume que nos invade e ameaça afogar, se nos pusermos de parte? Não é lutar a partir de dentro muito mais eficaz do que retirarmo-nos, por não querermos tocar ombros com quem professa o que repudiamos?

    Compreendo, e partilho de corpo e alma, o seu nojo a alguém, seja quem for, que defenda a ideologia Nazi – ou qualquer outra ideologia que defenda, entre outras coisas, por exemplo, a supremacia racial branca. Mas o que temos mesmo mesmo que fazer é afogarmo-los a eles e aos ecos do que tais criaturas defendem e pregam, pregando nós próprios, entre tantas outras coisas, a igualdade, a liberdade e a justiça social.

    Não vá, MCS. Esta ‘casa’ aqui, tal como o planeta, é grande e variada. Como diz, há por aqui muita gente valorosa e digna. Fique. Lutemos. Muitas mais vozes se juntarão a sua. Disso, eu tenho a certeza. Fique. Juntos seremos muitos, desunidos perderemos.

    • Nina, é com emoção que leio o seu comentário. Alguém que chegou “ontem” e já tomou partido.Há grande mulher! Permita – me que assine o seu comentário.

  18. Não é por morrer uma andorinha que acaba a primavera. Cada um segue o caminho que lhe parece mais adequado. Eu nunca
    abandonaria a trincheira só porque nela se tinha instalado um rival. O mundo é feito de contrários, pois só assim pode haver equilíbrios. É com o exemplo, a palavra e as ações que pudemos aperfeiçoar a convivência pacífica. Fugir, é deixar que o rival tome conta do nosso espaço.
    (Adenda: bem me custa vir aqui e encontrar um tal Moreira de Sá, que utiliza a blogosfera para atacar políticos, utilizando falsos perfis, e foi aluno do “Dr.” Relvas. Mas o mundo é feito desta diversidade: há gente honesta e há gente desonesta).

  19. cgjmm says:

    ah a liberdade de expressão é tão boa , desde que enfileiremos claro !mas a democracia não é uma pluridade? os nazis não chegaram a governar pelo voto? mas afinal é ou não é uma coisa boa ter democracia?

  20. o humorista francês Pierre Déproges dizia

    “Pode-se rir de tudo, mas não com seja quem for.”

  21. “pode-se discutir sobre tudo, mas não defender seja o que for”

  22. Fernanda says:

    Chame-se o palavrossaurius…

  23. portela says:

    A humanidade criou e vai criando ídolos, porquê? Precisa de muletas, não sabe a verdade, teme por si e teme pelos seus. Mas Nietzsche, o ariano, superou tudo isso e com um martelo na mão, deitou abaixo uns quantos deles . Questionado sobre os estragos que fez e como iria repará-los disse: “melhorar a humanidade eis a última coisa que vou prometer”. Isto é o que qualquer ídolo faz, mas não diz. Porquê? Deixava de ser ídolo, perdia o emprego.

    • portela says:

      Milagres? Nem Dom Dinis, o melhor governante de todos os tempos afora, casado com a Rainha Santa.

  24. Miguel Cabrita says:

    Ou como não combater as ideias às quais nos opomos. É assim.

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  1. […] Tal como disse aqui que tinha iniciado a minha participação no Aventar, comunico aqui o fim dessa participação. O último post foi este: […]

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