O sangue e a vida: os bons, os maus e os ladrões

sangue
Os dadores de sangue são um exemplo luminoso do que é o altruísmo, ou seja, a capacidade dar ou amar se esperar nada em troca. As suas insignificantes retribuições eram pouco mais que simbólicas: um sumo e umas bolachas -quando havia – isenção de taxas moderadoras e uma ou outra vantagem perfeitamente justa em marcações de actos médicos.

Este governo de psicopatas – que, por esse facto, desconhecem o que seja altruísmo ou simples empatia – conseguiu lembrar-se de uma medida de agressão a estas pessoas: obrigou-as (a elas que, por definição são, ainda por cima, geralmente saudáveis) a pagar taxas moderadoras, como se a isenção de que beneficiavam fosse um privilégio. A estupidez patológica da medida é evidente. Os atingidos sentiram-se, natural e justamente, ofendidos, tanto mais que muitos deles tinham já dificuldade, por brutalmente atingidos pela crise, em deslocar-se aos centros de colheita.

Há pouco ouvi, mais uma vez, o alerta dos serviços de saúde sobre a falta de sangue e a situação de emergência que está a ocorrer neste domínio. Porquê?- perguntavam-se. As entidades oficiais têm uma explicação: diminuíram as colheitas. Ou seja, mais uma vez, usa-se a argumentação tautológica como justificação. Que não é melhor que defender que “é assim porque sim”. Os ladrões da nossa vida nem sequer imaginação têm. Só lhes resta a condição de más pessoas.

Comments

  1. Luis Caldas says:

    José atenção que a história da falta de sangue nos meses do inverno é recorrente… Se efetuar uma pesquisa repara que nos meses do inverno e no verão as dádivas diminuem…o frio e a praia são a justificação para a coisa…

    Independentemente da política, os dadores não deixam de dar porque lhes tiram a isenção, a política do IPS essa sim tem influência…

  2. Os psicopatas do governo resolvem a falta de dadores, com um sorteio de uma motorizada.

  3. sinaizdefumo says:

    É isso, só isso Sr. José Gabriel, só más pessoas podem sequer pensar numa medida dessas.

  4. Nota-se logo quem é que não dá sangue…

    As isenções das taxas moderadoras só acabaram nos hospitais; nos centros de saúde, os dadores de sangue ainda são isentos.

    Além disso, e como o próprio nome indica, os dadores de sangue são isso mesmo, dadores; não são vendedores. Qualquer dia estamos a defender subsídio de eleitor para que as pessoas votem, ou prémios para quem pede factura (espera lá…).

    Eu dou sangue porque sinto que isso é um dever enquanto cidadão saudável – até já tentei recusar o suminho e a sandocha por diversas vezes, mas os técnicos armam logo um pé de vento (“oh, menina, acha mesmo que 110 quilos de gente se vão abaixo por causa de meio litrinho de sangue?”) – e não porque vou ficar isento de uma dúzia de euros.

    • sinaizdefumo says:

      Ora, a si, uma dúzia de euros num le faz difrença…

    • Joao luis says:

      Isso é mentira pois DURANTE ANOS FUI dador de sangue,(QUE ATÉ É RARO), apresento sempre o cartão de dador e as raras vezes que vou à consulta no centro de suade dizem que para ser isento tenho de dar sangue de 3 em 3 meses.A ultima vez que me disseram isso dei o cartão à funcionária ela que o devolvesse e que pedisse ao ministro da SAUDE E A TODOS OS GOVERNANTES QUE FOSSEM MAIS A FAMILIA E OS JOTINHAS DAR SANGUE. DE 3 EM 3 MESES.

      • Tudo treta.

        A isenção é válida por um ano para todos os dadores que entreguem a respectiva credencial (emitida no ponto de recolha) no centro de saúde, bastando para isso que já tenham feito mais de 30 dádivas ou duas nos últimos 12 meses (o que vem a dar uma dádiva de 6 em 6 meses e não de 3 em 3).

        Além disso, dar sangue de 3 em 3 meses não é nenhuma complicação – é o intervalo mínimo recomendado pela OMS. Eu tento sempre que não ultrapasse os 5 meses.

  5. Paulo Sarnada says:

    Sr. José Gabriel,
    Li o seu texto com atenção e respeito a sua opinião e, mais do que isso, a sua mensagem.
    Agradeço,sinceramente, que escreva e faculte a possibilidade, de ler, graciosamente, o produto do seu trabalho.
    Não me choca que os dadores de sangue podessem ser isentos também do pagamento das taxas nos hospitais.
    Se fossem as quebras de dádivas no Inverno poderiam ser, eventualmente menores.
    Contudo, na base dos princípios, tenho que discordar do comentário do Sr. Jão Luis:
    – Primeiro se é um verdadeiro dador não deveria ter como condição para tal a isenção do pagamento de taxas;
    – Segundo a funcionária do Centrod e Saúde não tem de devolver nenhum cartão ao Ministro e suportar a falta de cortesia revelada no gesto.
    Dar, não é trocar.
    Dar é um acto de generosidade e não uma permuta ou troca.
    Lamentável.

  6. anasir says:

    Só que as pessoas andam tão desmoralizadas, que se sentem menos levadas a dar sangue… Triste, mas compreensível.

  7. E depois não sei se os intervenientes nesta diversão de opiniões houve um ano talvez 2012, em que o INS teve uma avaria no sistema de conserva do plasma – que até dava a outros hospitais que precisavam, de repente centenas de amostras foram par o lixo – mais uma vez pois que já nem visito muito o aventar, cada cabeça opinião oposta ao outro – Assim como que no caso de membros de partidos em que um responde ao que o outro e salta o outro como um saltitão não não é nada disse – não é isso — bem só falta chamar mentiroso em directo como se alguém fosse obrigada a concordar o que nem é o caso dos dadores de sangue a menos que nos hospitais haja cada vez mais a confusão que durante décadas não houve – José Gabriel – Não me choca que os dadores de sangue podessem ser isentos também do pagamento das taxas nos hospitais.- não me leve a mal que nesta sua frase podessem, nesta caso, é com “u” – pudessem – o português é difícil e com o AO vai ficar estraçalhado – e como nem sei ler a nova gramática com um vocabulário que me deixa estarrecida – se é como aprendi há muitos anos “pudessem” na sua frase é futuro do condicional – tempo de verbo que agora deve ser designado por uma trapalhice qualquer, não percebendo eu como as crianças aprendem ou, então, justificará o facto das notas de português estarem a baixar inexplicavelmente há alguns anos – e o mesmo com a oralidade pois até quem não devia errar são as jornalistas dos telejornais que trocam sílabas tónicas por átonas ou vice-versa e a lerem uma vez por outra uma palavra em inglês, não sei onde aprenderam nem têm ao lado ninguém que as corrija nem se lembrar de perguntar a colega mais velho – vale tudo e assim se propaga a ignorância da língua e não só e tenho pena já que esta língua é muito bela tanto falada como escrita

  8. muito bem dito. Só resta aos eleitores perceberem que governadospor jotinhas incompetentes e mais irresponsaveis só devemos temer caozoadas destas

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