Estado salva milionário do BPN da falência

Não é preciso acrescentar palavras, basta ler no DN:

Com uma dívida de 193 milhões de euros, Emídio Catum recebeu luz verde da Parvalorem para aderir a um plano de recuperação.

A nojeira resume-se a isto:

  • Emídio Catum,  através da sua empresa Pluripar, está entre os principais devedores do antigo BPN e, como tal, da Parvalorem.
  • A Parvalorem gere o buraco BPN. Por sua vez, Francisco Nogueira Leite, do grupo de Passos Coelho, gere a Parvalorem.
  • A Parvalorem deu luz verde ao Processo Especial de Revitalização, pedido pela Pluripar, isto é por Emídio Catum, para tentar contornar a falência. Ou seja, salvou a Pluripar da falência.
  • Em causa está uma dívida de 193 milhões de euros.

BPN, PSD e amigos: toda uma teia de interesses a minar o Estado. Estou a ser injusto – parece-me ouvir? Então porque é que neste caso o fisco preferiu a falência à recuperação? Há filhos e enteados, é isso?

Mais um caso para recordar de cada vez que o primeiro-barítono vier para a televisão com a cantiga do bandido. Ah e tal, os sacrifícios e o rigor.

Já agora, o negócio falido de Catum envolveu troca de terrenos, construção e futebol. É top.

Comments

  1. Será porque numa falência os credores vêm nicles batatoides e num plano de recuperação há, pelo menos, a esperança numa recuperação, parcial ou não, da dívida?

    • Nightwish says:

      E quando as PME vão todas à falência e ninguém ganha para pagar impostos, o estado recupera o quê para pagar as rendas?

      • Se os credores dessas PME que estão a ir à falência acharem que compensa investir num plano de recuperação, fá-lo-ão. Isso acontece a pontapé todos os dias. Inclusivamente quando um desses credores, por acaso, é o Estado.

        Claro que algumas já não têm ponta por onde se lhe pegue. Também há para aí ao pontapé. Nesse caso, pois então, é deixar falir.

        • Nightwish says:

          Esse país mítico de que fala deve ser um sítio agradável.

    • Nascimento says:

      Mas é claro …
      A “esperança”,é uma questão de Fé. Não é ? Pois é assim : se eu dever 100 mil ao estado estou fo…., se eu dever 168 milhôes for “empresáriO”, e ainda mui “liberal”, á pala do Estado,e se fizer parte do circulo da Mariazinha , tenho de certeza viabilidade,não é?Ó MARCOS VAI Á MERDA

  2. No comments at all

  3. j. manuel cordeiro says:

    Nem poderia concordar mais, não fossem os dois tópicos que referi no post:

    1. Porque é que o fisco, um dos credores do caso a seguir, recusou o PER?
    “Aceite pelo tribunal o Plano de Recuperação, vida nova? Errado. As Finanças interpõem um recurso judicial que impediu a recuperação de arrancar. Há um ano. Apesar das Finanças e da Segurança Social terem assegurado o ressarcimento de 100% da dívida em 150 prestações, acrescidas de juros a uma média de 6,25%, as Finanças não aceitaram que os juros antigos e as
    coimas fossem perdoados em 80%. Uma gota no conjunto de todo o processo. (Note-se que, entretanto, as Finanças perdoaram 100% dos juros e 90% das coimas, em dezembro último, a quem pagou impostos em atraso por razões tão absurdas como fugas para off-shores, etc…).”
    http://www.jn.pt/opiniao/default.aspx?content_id=3709694

    2. Dá-se o caso da Parvalorem ter viabilizado um negócio envolto em polémica, o que me leva a questionar a respectiva viabilidade e, em particular, se não foi uma questão de amiguismo que motivou a viabilização.
    “Emídio Catum, empresário de Setúbal que foi o mentor do polémico projeto Vale da Rosa, que previa a troca de terrenos do Vitória de Setúbal e a construção de uma urbanização que incluía um novo estádio para o clube”.”
    http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=3728171&especial=Revistas+de+Imprensa&seccao=TV+e+MEDIA

  4. anita says:

    “Estado salva milionário do BPN da falência”
    fica melhor:
    Estado salva seu amigo e do BPN da falência

  5. talvez utilizar o mesmo criterio para a divida portuguesa e esta dê para entender. Ou seja coerencia.

Trackbacks

  1. […] Emídio Catum, o milionário que o governo PSD/CDS-PP salvou da falência, já o J Manuel Cordeiro se havia aqui debruçado. O PSD, sempre o PSD, continua a ser grande denominador comum de tudo o […]

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