FAQ: Salário Mínimo

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O salário aumenta o desemprego?

Provoca e não provoca aumento de desemprego. Os empreendedores do salário miserável podem ter de fechar a loja, porque mais uns euros por ano fazem falta para as suas férias e há sempre outro negócio para montar. Mas, por pouco seja, aumento de salário é aumento de consumo interno, os beneficiários não fazem férias no estrangeiro, logo novos empregos vão ser criados.

Mas não há uns estudos sobre isso?

Há, se só estudarem o impacto do salário no encerramento de empresas chegam a uma conclusão. Se estudarem tudo, chegam a outra.

Porque é o nosso salário mínimo, e o médio, tão baixo?

Porque os patrões portugueses são dos mais calaceiros da Europa, investir tá quieto, conhecimentos de gestão, não faltava mais nada, a 4ª classe chegou-me perfeitamente para chegar onde cheguei, pá.

Como se pode afirmar isso?

Comparando a produtividade do mesmo trabalhador português com um patrão nacional ou com um patrão luxemburguês. O Luxemburgo só interessa aos patrões portugueses para não pagarem impostos.

Mas porque são assim os patrões portugueses? é genético?

Está no ADN da grande burguesia portuguesa, os 3% que vivem à custa do rentismo, ou seja do estado, desde o século XIX. O resto do patronato é, na sua maioria, tipo sucateiro da Face Oculta, o chico-esperto normalmente com habilitações para trolha e mentalidade de lucro fácil e imediato. Investir, gastam lá em casa, na casa de alterne e no stand de automóveis.

Porque está a direita contra um mínimo aumento do salário mínimo?

Tanto trabalho para aumentar o desemprego, provocando uma baixa generalizada dos salários e um crescimento global das grandes fortunas, e íamos agora deitar tudo fora, quando o estoiro que demos na economia abriu tantas oportunidades a quem aposta na competitividade pelo salário ainda mais baixo?

E a vingança será terrível, acabámos de descobrir que dois trabalhadores em part-time custam menos que um salário mínimo. Enquanto formos donos do governo, estais tramados.

PS – os meus agradecimentos ao astronauta Vítor Cunha, a quem roubei o título e me forneceu, como é hábito, alguma inspiração.

 

Comments

  1. LOL quando estiver desempregado e ninguém o empregar porque não vale sequer o salário mínimo fale sobre o salário mínimo. até lá remeta-se à sua ignorância sobre economia e sobre o país real.

  2. E já agora, se quer comparar ao Luxemburgo, porque não compreende que salários elevados são obtidos através de alta produtividade, só possível através da acumulação de capital. Aqui prefere-se a redistribuição de miséria.

    • Investimento, ó tolinho, investimento. O capital cá também acumulam, mas não o investem na economia produtiva. A especulação rende mais.

    • Trinta e três says:

      Porque é´que a produtividade é baixa? Que tem isso que ver com o salário mínimo?

      • Nada. O salário deveria ser medido pelo valor acrescentado pela força de trabalho, que não é bem a mesma coisa.
        Mas em Roma falo latim, e uso dentro dos possíveis a linguagem das escolas de negócios.

        • Pedro Paz says:

          Então porque é que não se mede o salário mínimo pelo valor acrescentado da economia? Porque é que se arbitra? E tem tudo a ver com produtividade! Se o nosso país for mais produtivo – como o Luxemburgo – gera mais riqueza e o salário mínimo pode (e deve) ser mais elevado porque todos ganham mais. Se a nossa produtividade não aumentou, porque é que o salário mínimo tem de aumentar? Não é um contra censo?

    • Nightwish says:

      E porque é que os Portugueses que são obrigados a emigrar são sempre vistos como muito trabalhadores?
      Ou porque é que a auto-europa nunca se queixa?

  3. Escatota Biribó says:

    Fabuloso, estava eu a apreciar o post do astronauta Vitor Cunha e a achar que ela dá luta, mesmo não me sentindo eu hoje com vontade para lutar, e aqui o João José Cardoso adiantou-se e muito bem, de forma bem inspirada.

  4. Jorge Martins says:

    Só há uma coisa no seu post com que não concordo . O vitor cunha é mais um troglodita!
    Cumprimentos.

  5. paulo tiago says:

    Do que se tira do estudo, não se percebe porque é que se pede uma subida para 500 e tal euros. O melhor era pedir logo 800, ou 900, para a produtividade subir em flecha.

    • Não chega. Também é preciso nacionalizar uns bancos, combater a fuga ao fisco e repor legislação laboral.
      Depois é simples: ou investem cá, ou emigram, e alguém investirá por eles.

  6. Vigilante says:

    É muito modesta esta subida do SMN. Se é para dizer e escrever disparates sobre ciência económica, decrete-se no mínimo 5000€. 10.000€. Aliás, porquê parar aqui? 50.000€. Aumenta o rendimento, gera procura interna e crescimento económico. 200.000€/mês para toda a gente! Já!

  7. Que ignorante. Você não faz a mínima ideia das razões que levam à diferença salários luxemburgo vs. portugal. Ou mesmo irlanda vs. portugal. Ou Holanda. E se resolver tentar saber com alguma humildade, não gostará da causa.

  8. Pedro M says:

    Bem, se p nosso patronato é asdim tao mau como descreve, como acha que vao conseguir lidar com o aumento do SMN. É que pela descricao, nao dao para mais, e nao so vai fechar a empresa, como a casa de alterne e o stand de automoveis. Diga-se de passagem que a sua descricao de empresario diz muito sobre si. Resta saber pq é que ha tanto professor desempregado qd com tamanha falta de concorrencia à altura, podiam ser todos multi-milionarios…

  9. jojoratazana says:

    João José Cardoso, não perca tempo com avençados como o vitor cunha, além de viver,do saco azul, pago por nós contribuintes.
    Não passa de um palhaço provocador, assim como os pobres de espírito que por lá pastam.
    Alguém que escreve: vitorcunha
    22 Março, 2014 09:28
    Tinha pais mas com a austeridade tive que os cozinhar.
    Não é gente de certeza.
    Está tudo dito.

  10. Daniel G says:

    Que texto tão idiota e ignorante. Quem não sabe do que fala está melhor calado. Para além de economia não ser (obviamente) o seu forte e dar estes bitaites desparatados, ainda pior é a generalização que faz sobre todos os patrões. Esses patrões de que fala, que vivem à grande e sempre metidos em esquemas são na realidade a minoria dos patrões. Os outros TRABALHAM e muito. Muitas vezes até mais do que os seus empregados. E trabalham DE CERTEZA muito mais do que a corja de funcionários públicos que parasitam o nosso país. Se todos os patrões são como diz, torne-se um e viva à grande. Nem comento a sua ideia dos beneficios do aumento do SMN porque qualquer pessoa com dois dedos de testa sabe que isso é pura estupidez.

    • Com dois dedos na testa, será o seu caso, o discurso calceteiro e mentiroso que sai é o do costume, incluindo não ter percebido nada do que leu.
      Com o cérebro a funcionar atrás da testa, estuda-se primeiro e depois sempre se evitam dislates.

  11. Pedro Martins says:

    Que conversa de tasca, que este post é….

  12. Manuel Costa Guimarães says:

    E que tal deixar-se de post ignorantes e abrir uma empresa a sério. Aí, já todos poderemos contemplar a luz da sua capacidade de gestão, enquanto que distribui rios de dinheiro pelos seus colaboradores.

    • A repetição da palavra ignorante não faz uma verdade, apenas destapa a incapacidade de rebater os factos apresentados.
      E colaboradora era a vagina da senhora sua mãe: quem trabalha em troco de um salário não colabora, ó Guimarães. Vá insultar os trabalhadores portugueses para a sua retrete, sff. aqui não volta a fazê-lo.

      • Manuel Costa Guimarães says:

        Como não sou o único a deixar a descoberto a sua ignorância, volto a repisar: só alguém totalmente alheio à realidade empresarial é que pode afirmar que não investem ou que, tendo ou não a 4ª classe, lhes chega.
        A generalidade dos empresários portugueses são altamente competentes e dão a vida pelas empresas e pelas pessoas que lá trabalham e o crescimento das exportações em contra-ciclo só vem demonstrar isso, além da constante evolução técnica dos seus produtos, que cada vez mais rivalizam e/ou ultrapassam os melhores e deixam de competir (irracionalmente) com economias de baixo valor.
        Quem trabalha em troco de um salário colabora sim. Colabora para o manter e se a empresa melhorar a sua performance, está a colaborar para aumentar esse salário. Se lhe quiser dar outro nome, esteja à vontade, mas não seja tão vidrinho.
        Só você é que acha que alguém está a falar pelos trabalhadores.
        Dito isto, volto a lançar-lhe o desafio de abrir uma empresa de forma a pôr em prática todos esses seus conceitos iluminados de boa gestão.
        Quanto a utilizar o insulto de baixo nível como “colaboradora era a vagina da senhora sua mãe”, só revela a sua falta de controlo emocional e de educação.

        • Podem vir mais 50 ignorantes repetir que o sou. Convinha é que argumentassem com base em factos, essa coisa comezinha que pode começar assim:

          Os empresários portugueses apresentam uma média de habilitaçõesliterárias inferior à dos trabalhadores, noticia esta sexta-feira o jornalPúblico com base em números do Instituto Nacional de Estatística(INE)

          Quanto ao crescimento das exportações não ponho em causa a capacidade de gestão da Galp e da refinaria de Sines: é daí que vem o tal de crescimento. Claro que há empresários portugueses que são bons gestores, mas vá comparar o investimento na produção que faz a globalidade com o que se especula na bolsa, verifique como as grandes fortunas sempre se abotoaram em torno de rendas (desde o tempo do monopólio dos tabacos), numa palavra, estude, e depois demonstre a ignorância alheia.
          Insulto de mais baixo nível que chamar colaboração a trabalho assalariado, talvez exista, mas não conheço. Tal como desafiar-me a lançar uma empresa, não passa da repetição da lengalenga ideológica do capitalismo que nos trouxe até aqui. Pura propaganda da seita de fanáticos que nos governa, à ordem dos 3% da população, que chafurda entre a política e os grandes negócios.

          • Manuel Costa Guimarães says:

            Como +/- 90% das empresas são micro ou pme’s de serviços, óbvio que essa média tem esses valores, o que não retira o mérito a quem, ao contrário de si, arriscou couro e cabelo para abrir uma empresa.
            Não, não é só da Galp que vem esse aumento. Isso é insultuoso para as empresas que têm aumentado o seu volume de negócios à custa de muito trabalho.
            Ao contrário de si, eu vejo todos os dias esse aumento de investimento e o sacrifício que é necessário para que isso aconteça. Não preciso do INE ou do Público para o verificar.
            A maior parte das empresas não são de grandes fortunas e é aí que está o seu problema: a maior parte das empresas são de pessoas com um rendimento médio que querem melhorar a sua vida e a vida de quem os rodeia. Ainda para mais, têm que levar com discursos absurdos como o seu, em que trata a generalidade dos empresários da forma vil como o faz. Se é professor, deveria agradecer a esses empresários os sacrifícios que fazem para pagar os impostos para pagar o seu ordenado.
            Você esconde-se por trás da palavra propaganda, de forma a disfarçar a sua própria falta de coragem para deixar o bem bom do ordenado do Estado e arriscar num negócio próprio.

          • Não preciso do INE ou do Público para o verificar

            Uma chatice, quando os números contrariam as fábulas. O crescimento das exportações é na quase totalidade combustível refinado. Os nossos empresários são na sua maioria analfabetos, incapazes de perceberem que um baixo salário arrasta baixa produtividade. O nosso capitalismo pior do que de serviços vive da especulação financeira, tal como Cavaco o desenhou na década de 90.
            Quanto ao resto, adoro a ideologia do empreendedorismo, sobretudo num país onde, e como diz, “+/- 90% das empresas são micro ou pme’s”. Mas devolvo-lhe o desafio: vá viver 6 meses com o salário mínimo, e depois falamos.

          • Manuel Costa Guimarães says:
          • Grande exemplo. Ao contrário do calçado, onde a indústria portuguesa trabalhou bem e o salário mínimo foi ultrapassado, concorrer com a Ásia mete nojo. E voltando ao essencial, é ir ver a percentagem no pequeno crescimento das exportações que o têxtil tem.

          • Manuel Costa Guimarães says:

            Concorrer com a Ásia?! Em que século é que você vive?
            As têxteis mudaram muito nas últimas décadas, de forma a competirem com concorrência de alta qualidade e enorme valor técnico e não com concorrentes de baixa qualidade e pouco valor acrescentado.
            Deixe de desvalorizar o trabalho dos outros e faça alguma coisa para aumentar o crescimento das exportações, em vez de papaguear conversa anti-capital.

          • Pedro Paz says:

            “O nosso capitalismo vive de especulação financeira”. O João Cardoso disse isto. Já que gosta tanto de estatística lanço-lhe um desafio: que percentagem de rendimento gera o sector financeiro em portugal em relação aos outros sectores todos? Será que é mesmo o nosso capitalismo que vive de especulação financeira sendo o sector tão baixo? Empregando tão poucas pessoas? – outro desafio: que percentagem do emprego e do VAB o sector financeiro ocupa na realidade portuguesa?
            É que ao que parece, a economia real que gera impostos para serem estragados no seu ordenado é a das PME’s. Esse é o nosso capitalismo.
            E quer que o estado – que está a gastar mal o nosso dinheiro – invista na criação de empregos. É o que todos dizem. Mas quem cria empregos são as pessoas que empreendem.
            Pode por favor explanar como quer que o estado invista na criação de emprego? – Esta pergunta é sem ironia.

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  2. […] que discordo do José João Cardoso e também do Vítor Cunha. Um e outro têm estado entretidos a esgrimir argumentos económicos […]

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