Ainda sobre o salário mínimo

Obviamente que discordo do José João Cardoso e também do Vítor Cunha. Um e outro têm estado entretidos a esgrimir argumentos económicos contra e a favor o aumento do salário mínimo ou até a necessidade da sua existência. Ambos esquecem no entanto algo importante, diria mesmo fundamental. O direito individual. Se eu quiser trabalhar sem remuneração, ou por valor residual, devo ser impedido de o fazer? Nesta matéria entendo ser perfeitamente dispensável qualquer legislação. Cada trabalhador saberá melhor que ninguém o que pode ou não aceitar. Todos temos um valor abaixo do qual nem sequer mexemos um dedo. Só isso! A questão económica deriva da liberdade individual e não o contrário, como determina a existência de legislação, que tem o efeito perverso de colocar as pessoas no último lugar.

Comments

  1. Maquiavel says:

    Quando o ver, a si e a todos os parasitas que nunca trabalharam em outros sítios senäo onde têm cunhas, no desemprego, aí sim, veremos como ireis grunhir.
    Mas como os parasitas que sois, aposto que nessa situaçäo clamareis pelo “direito ao trabalho” e por um salário mínimo de 2000€.

  2. Cunhas nunca usei na vida. Mas talvez se esteja a ver ao espelho…

  3. Gottlieb says:

    ” Se eu quiser trabalhar sem remuneração, ou por valor residual …”
    hahahahaha boa piada, mas de mau gosto.

  4. Joao Calado says:

    Realmente, este post não lembrava ao diabo.

  5. A direita ainda não tinha conseguido defender o esclavagismo com esta subtileza de o comparar a uma liberdade individual…!
    Poupe-me, por favor, e não faça de mim estúpido que eu não deixarei.

  6. Nightwish says:

    Não percebo o problema, já não há emprego que não paga nada?
    Em termos económicos, é terrível, quem é facilmente substituível irá sempre ganhar o mínimo possível e a economia piora porque se gasta menos.

    • Poderia argumentar a questão económica. Conheço pessoas substituíveis com vencimentos superiores a algumas não direi insubstituíveis, que não existem, mas mais difíceis de substituir. No entanto não coloquei a questão em termos económicos, mas na liberdade individual.

  7. … como se fosse um exercício de liberdade o ser-se explorado!!

  8. Para quem não conheça as amplas “liberdades” que o autor do post defende passo a citar:
    25/01/2014 às 15,12 Por acaso eu até defendo o direito à existência de partidos nazis……
    26/01/2014 as 20,35 É que eu defendo a Liberdade mesmo daqueles que pretendem tirar a Liberdade aos outros (sic)
    Opiniões expressas no aventar.

  9. A si não lhe chega uma vez. Pretende reincidir para esse debate? A frase é retirada de um contexto mais vasto, o qual já foi amplamente debatido a seu tempo, em post adequado. Mas como é intelectualmente desonesto, nem sequer deixa link para o post em questão. Volto a referir que defendo bem mais que a existência desses que cita. Até o defendo a si, apesar de não receber de forma alguma lições de democracia, por parte de alguém que tem problemas em aceitar que outros pensem diferente…

  10. A “ampla” condescedência não convence…

  11. E quem julgaria o que é defensável ou não? E quem lhe diz que aquilo que defende não poderá indefensável para outros? Deverão existir limites às opiniões? Não lhe parece que isso seria limitar o pensamento?

  12. António Duarte says:

    Respondendo concretamente à questão colocada, se eu quiser trabalhar sem remuneração, ou por valor residual, devo ser impedido de o fazer, porque estou a prejudicar outras pessoas que precisam de angariar meios de subsistência que só podem conseguir através do trabalho.

    Se a mim o dinheiro não me faz falta, porque tenho outros rendimentos que não os do trabalho, ou arranjei quem me sustente, ou seja, se consegui a liberdade de não ter de trabalhar para viver, constitui um abuso da minha liberdade usá-la para fazer concorrência desleal a outros trabalhadores que precisam mesmo de trabalhar para viver.

    Claro que o essencial que está aqui em causa, como já lhe disseram, não é uma questão de liberdade individual, mas de conjugação de diferentes direitos e liberdades e, mais do que isso, do tipo de sociedade em que queremos viver e dos valores mínimos de dignidade humana de que não aceitamos abdicar.

    Uma discussão demasiado complexa, como vê, para ser discutida na base do simplismo da liberdade liberal.

  13. jojoratazana says:

    Já agora porque não propor ao patronato, que crie o regime de voluntariado?
    Para que estes sabões da direita, que são contra o ordenado mínimo, poderem defender o seu direito trabalhando de borla.
    Já agora pagar menos de 550 euros por mês, por oito horas diárias de trabalho é roubo.

  14. Vá lá perguntar ao gajo que está a viver debaixo da ponte como é que se sente em matéria de “direitos individuais”… Esta coisa do neo não sei quê, porque de liberalismo tem pouco, tendo muito mais de palermice, anda a mexer com a cabecinha de muita gente… Daí que, para muitos, os direitos individuais sejam uma espécie de grande balda para aquilo que lhes interessa, porque depois, noutras matérias (por exemplo de costumes) são uns retrógrados de primeira apanha. Enfim, a moda só vai passar quando houver a próxima revolução mais ou menos bolchevique, e isso ainda vai levar umas décadas… Ou não… 😉

    • Vá sonhando com “amanhãs que cantam”…

      • jojoratazana says:

        António Almeida, o próximo amanha não canta.

      • Apelidar a discordância de comunista é redutor… e esclarecedor!

      • … antes ser ingénuo e alimentar sonhos de solidariedade humana do ser politicamente uma ratazana hipócrita como o tem sido muita da “Intelligentsia” neoliberal na moda. Restando dizer que a maioria dos ratos vive à conta do trabalho e impostos dos outros…

        • jojoratazana says:

          Se é para mim estás totalmente equivocado, pois sou um humanista, totalmente crente na solidariedade dos povos.
          Totalmente contra os terroristas do capitalismo selvagem.

  15. De facto tem de ser garantido o nosso direito à escolha do que queremos para nós, mas não para os outros. Até o direito de sermos escravos se assim o quisermos. O que não temos direito é de tornar os outros escravosl.
    É para isso que serve o salário mínimo: para que não se tenha o direito de tornar os outros escravos.

  16. Ferdinand says:

    O banqueiro, o grande comerciante, o político alpinista-social adoram este tipo de “liberdade individual” que o António de Almeida defende, pois estão muito bem posicionados para serem bastante livres às custas dos outros que têm a “liberdade” de escolher um pack de iogurtes como “salário”…

    Enfim, simplismos anarco-capitalistas…

  17. Caro António de Almeida,
    percebo a questão da liberdade individual que expõe e concordo com a filosofia inerente, mas esquece um pormenor, essa liberdade não pode ser aplicada num sistema capitalista e penso que nem é preciso dizer porquê.

    Agora se a proposta for a introdução de um direito como o RBI, Rendimento básico incondicional, então sim, vamos contribuir para a sociedade ao valor que cada um ententer e naquilo que entender.

  18. jose dias fernandes says:

    E Eu a pensar que este Artista nos tinha deixado. Afinal tal como o Relvas está de volta

  19. Dora says:

    “Se eu quiser trabalhar sem remuneração, ou por valor residual, devo ser impedido de o fazer?”

    Este tempo nublado faz mal.

    • Não. Não deve ser impedida de o fazer. Quem deve ser impedido de o fazer é quem a emprega. Porque se está a aproveitar da sua disponibilidade, para seu próprio benefício e em prejuízo de quem precisa do ordenado para viver. Se não precisa do dinheíro, vá de férias, descanse, cuide do jardim, faça trabalho voluntário, mas não tire o pão da boca dos outros.

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