creio profundamente que é recorrente no mundo do futebol a história repetir-se constantemente. não sendo simpatizante de nenhum dos clubes presentes na contenda (sou fã do athletic de bilbao), tinha um post preparadinho na cabeça caso Diego Simeone e o Atlético de Madrid tivessem vencido a Liga dos Campeões. tenho como seguro que o trabalho que o argentino fez durante esta época no Vicente Calderón será alvo de estudo dentro de alguns anos. o seu a seu tempo, aqui no aventar. não tendo os colchoneros feito a festa em Lisboa, respeito os vencedores bem como todos os pobres tugas que hoje manifestam regozijo pela vitória de um falso “símbolo de portugalidade” que não é mais que um agremiador de dinheiro (uma máquina de dinheiro) outrora usado pelo estado espanhol como um projector de poder e um instrumento de controlo social.
40 anos depois (já sem Aragonés entre nós) a história voltou a repetir-se. 1-1 no tempo regular, 4-1 no prolongamento. 45 minutos horríveis do Real na primeira parte perante 45 minutos estratégicos à la Simeone. golo do Atlético. os colchoneros põem em prática o jogo no qual estão mais confortáveis: defesa profunda, agressiva, vasculante para todos os espaços onde o Real pacientemente ia fazendo circular a bola, não deixando jogar o Real entre linhas e, no plano ofensivo, contenção de bola para irritar o rival, de preferência no meio-campo adversário; ou seja, o estilo de jogo apresentado pela equipa de Simeone durante toda a temporada.
até que depois da equipa ter cheirado a baliza em vários lances, sérgio ramos marca e baralha por completo a equipa colchonera. no prolongamento, o génio de DiMaria (para mim o jogador mais influente em conjunto com Modric deste final de época) cava a vitória na champions e este Atlético revela o seu principal ponto fraco: quando permite que a equipa adversária ultrapasse o seu muro defensivo e consiga uma remontada, não tem força psicológica para avançar as suas linhas e tentar dar a volta à situação.
O “NACIONAL -PAROLISMO” em grande :
Jornalista da TVI pergunta a um adepto do Real o que achou do jogo. Ainda o fulano não tinha respondido e já o idiota perguntava ao espanholito o que achava da cidade de Lisboa !!
Provincianismo de merda !!!
estava no carro no final do jogo quando ouvi um da TSF a perguntar a um adepto do Atlético se ia esquecer a derrota com uns dias em Lisboa… e o adepto, como bom espanhol, respondeu que pretendia passar esta noite em sintra, disfrutar de um par de cervejas portuguesas e comer uma boa mariscada. se a primeira pergunta já tinha sido má, o dito completou com o ramalhete com: “de que meio de transporte vieste até Lisboa?”
Quando do terrível tsunami de 2004, foi encontrada, ao fim de alguns dias, uma criança esfomeada que vestia uma camiseta da selecção nacional/CR7. A pergunta que a jornalista portuguesa encontrou para colocar ao repórter inglês que amparava o sobrevivente foi, mais coisa, menos coisa, se o miúdo tinha dito alguma coisa sobre a selecção nacional ou sobre o CR 7. A sensação de vergonha pelos outros atingiu-nos como um raio, ao incrédulo repórter e a mim
De ‘um agremiador de dinheiro’ com pontes para o franquismo, temos o provincianismo expresso com a perfídia que é de uso ser promovida pela inveja e pelo basismo político.
O jogo da bola tem graça!
O resto é o que quiserem:
-máquina de alienação,
-máquina de fazer dinheiro,
-máquina de propaganda…
É simplesmente “o efémero”…
Fico muito surpreso com o que dizem: Ganhamos, ou ganharam.
Sim?!
Quem!?
os tristes dos adeptos?
Ah! E a estratégia?! E a força anímica?!
Isto vai ser estudado? O trabalho do Simeone?!
Surpreendente!!!!
Não beliscando o trabalho e o esforço dos treinadores e jogadores, os “gladiadores” dos nossos tempos, acho isso mesmo é apenas uma GLADIAÇÂO.
Já o jogo da bola pode ser praticado por todos.
O João Branco é fã do atlético de Bilbau. Português que se preze é assim! Gritar pelo Real porque lá está o Cristiano, uma máquina de fazer dinheiro (os do atlético de Bilbau dão aos pobres), é próprio de pobres tugas. O povo é assim: bruto, sujo, pacóvio, parolo e cheira mal dos pés. Pessoas finas como o João Branco quando passam o Ebro em direcção ao Norte, sacodem o pó dos sapatos, não vá a lama seca da terra da gente tuga riscar as esculturas do Serra.
Tiro ao lado. Esteja atento aos meus posts no Aventar. Dentro de alguns dias farei questão de lhe explicar a si e a todos os leitores o porquê de ser simpatizante do Athletic de Bilbao.
João Branco,
Não precisa nem tem de explicar as suas preferências. O que precisa é explicar os adjectivos com que mima quem tem preferências diferentes das suas. Quanto aos jornalistas bacocos, diz muito das nossas universidades mas não do povo que as paga.
Há 15 anos atrás, mais coisa menos coisa, quando nenhum jogador português figurava no plantel do Real Madrid, lembro-me perfeitamente do povo português torcer pelo Barcelona de Figo, Couto e Baía. Esses mesmos, hoje torcem pelo Real Madrid porque tem 3 jogadores portugueses. Se esses mesmos 3 jogadores forem vendidos ao Atlético de Madrid, serão do Atlético. Os portugueses mudam de preferências clubísticas externas como quem muda de camisa. Esses portugueses consideram que o Real Madrid vive à custa do talento dos portugueses. O tal símbolo de portugalidade. Os madridistas adoram Ronaldo, é certo. Ronaldo, o jogador. O clube continuará a ser espanhol. Um símbolo do Estado Espanhol. Um instrumento de projecção de poder. Um instrumento de alienação e controlo social. Não preciso sequer de ir aos meandros da coisa fazer um revisionismo histórico detalhado das ligações íntimas entre o Real Madrid e o Franquismo.
Apesar do rei espanhol ser adepto do Barcelona, ainda ontem se viu o tratamento diferenciado que deu aos jogadores dos dois clubes aquando da cerimónia de entrega das medalhas e da Taça. Os jogadores do Atlético foram cumprimentados com um aperto de mão enquanto os jogadores do Real receberam um caloroso abraço. Enquanto Koke ou Gabi, internacionais espanhóis receberam um aperto de mão, o seu colega de selecção Sérgio Ramos ficou abraçado ao rei mais de 30 segundos. Numa altura da vida espanhola em que a monarquia é atacada por todos os lados, o rei capitalizou bem o momento.
Na sua análise gostei sobretudo das relações íntimas…
Quando o Ronaldo for do Atlético, torcerei pelo Atlético. Quando o Real mudar o nome e o símbolo por um mais republicano também você mudará de opinião. Gosto tanto de futebol como gosto de camisas.
Quanto aos ataques ao rei… ontem estiveram juntos: o rei e o presidente. Se os espanhóis tiverem olhos, que vejam.