vim aqui várias vezes dizer que eras the man. Bem sei que não era ainda o teu tempo, bem sei (era eu a ver a vida do povo toda esfrangalhada e tu a fingir que não era nada contigo). Hoje ouvi-te a falar da responsabilidade que finalmente decidiste aceitar, no timing das coisas da política, nesse tempo que não é de modo nenhum o do povo, mas pronto, tu e vocês é que sabem, antes agora que nunca. Continuo a pensar que és the man e congratulo-me (como muitos mais) com o teu anúncio: cá te esperávamos, um bocado desanimados e já a preparar-nos para beber Camilo Alves, mas sempre acreditando que podia acontecer. Somos óptimos a esperar, apesar das muitas baixas.
Mas olha António, não penses que esquecemos o que foi o PS ao longo destes 40 anos. Não esquecemos, e por isso a responsabilidade a que agora te abalanças não é apenas a de formar «um governo forte» (palavras tuas), um governo que defenda os interesses do País (que deverão sempre ser, ao menos em grande parte, os do povo desse país, não achas António?), no país como na Europa, defendendo ao mesmo tempo uma ideia de uma outra Europa, que esta comprovadamente não serve António, e tu sabe-lo bem.
Que possas efectivamente ser the man, é o que nos desejo: alguém que pensa pela própria cabeça, capaz de dignificar a política, recuperando-a para a Democracia.
E, por favor, afastem as aves de rapina que tão mal fazem à Democracia. Negociatas e políticas poucos transparentes trazem à tona da água personagens que todos achávamos terem desaparecido em 1945.
Não desapareceram – basta olhar para a França, a Hungria, a Ucrânia.