Há pouco mais de uma hora, no leste da Ucrânia onde rebeldes pró-russos supostamente semeiam o terror financiados e equipados por Moscovo, foi abatido um avião comercial da Malaysia Airlines com 295 civis a bordo. Desconhece-se, até ao momento, quem terá sido o responsável pelo aparente atentado. Contudo, fonte do Ministério do Interior ucraniano confirmou que o avião foi abatido por um míssil disparado na região de Donetsk, um dos redutos dos separatistas. Os rebeldes pró-russos já vieram a público negar qualquer envolvimento no sucedido.
Receio que a instrumentalização do sucedido possa ser o pretexto que alguns esperavam para colocar em marcha um conflito em larga escala. Há empresas de armamento e outros senhores da guerra a esfregar as mãos na perspectiva dos muitos milhões que poderão facturar, numa primeira fase armando alguém (os senhores da guerra vendem armas, quem as compra não é problema deles) e, numa fase posterior, reconstruindo o país a troco do controle dos recursos mais valiosos do país, um pouco à semelhança do que foi feito no Iraque.
O aparente crime de guerra a que a Europa acabou de assistir traz à memória o que de pior tivemos no século passado. O impacto deste acontecimento poderá até ser controlado mas já se começaram guerras por menos. Ainda assim, o simbolismo de mais um episódio trágico no drama ucraniano é assustador e poderá ter repercussões que se pensavam erradicadas do Velho Continente. A perspectiva não podia ser pior. Oxalá tenha sido uma avaria no aparelho…
“Receio que a instrumentalização do sucedido”
quem começa o texto com “rebeldes pró-russos supostamente semeiam o terror financiados e equipados por Moscovo” não receia a instrumentalização, usa e abusa dela..
porquê Alfredo, não é verdade que se tratam de rebeldes pró-russos? dizer a verdade é instrumentalizar?
“dizer a verdade é instrumentalizar?”
quando tu próprio usas a palavra “supostamente”, é porque estás a admitir que pode ser mentira. é muito diferente de “dizer a verdade”..
assim, a frase podia ser:
“no leste da Ucrânia onde neo-nazis pró-ucrânia supostamente semeiam o terror financiados e equipados por Kiev”,
o que daria uma leitura completamente diferente ao texto.
e assim aprendeste o que é a manipulação.
Eu digo supostamente porque não estou lá para ver e tenho como princípio não acreditar em tudo o que os media dizem. Mas que me parece mais provável que sejam pró-russos ai isso parece. Pró-Europeus não são de certeza! Mas esse supostamente era mais para o “financiado por Moscovo” do que para o facto de serem pró-russos.
Os neo-nazis estão na parte ocidental da Ucrânia. Uma coisa é comer tudo o que dizem os media, outra muito diferente é viver no mundo em que só os ocidentais e a direita fazem de maus da fita. O regime russo é feito da mesma areia que o norte-americano e até podem ter sido os nazis com o apoio do ocidente a fazer cair aquele avião (é até bastante conveniente para os seus interesses) mas é pouco provável.
Fico à espera da aula de introdução à manipulação. mas sem cartilhas por favor! Extremas, sejam a direita ou a esquerda são a exacta mesma merda e estão-se a cagar de igual forma para todos nós.
“Pró-Europeus não são de certeza!”
como assim? para a europa o kadafi, o ditator egípcio, o sadam e o assad eram business as usual.
bolas, até o salazar foi aceite na NATO.
“Fico à espera da aula de introdução à manipulação”
não precisas. o teu post mostrou que tens competências para passar por equivalência. como o relvas.
Business as usual, no doubts about that. Mas da última vez que fui ver, os rebeldes assumem-se como separatistas certo?
De resto não tive intenção de manipular o que quer que seja. Eu não tenho dúvidas que a tentativa da UE de absorver a Ucrânia e “encurralar” a Rússia é a origem do problema. Tão pouco tenho dúvidas que este incidente é muito conveniente aos interesses do Ocidente. Mas dai até olhar para Moscovo como menos imperialistas que os seus primos ocidentais vai um longo caminho. Felizmente, não estou preso a pressupostos partidários que me forcem a tratar diferente aquilo que é igual. A sua comparação abusiva com o Relvas, que me insulta, diz muito de si e da forma parcial como olha para o problema.