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Songs of innocence

Songs of innocence

 

Já uma vez escrevi: os U2 até podiam lançar um disco de fados que eu o compraria para juntar à minha colecção. Porém, uma coisa é coleccionar. Outra é gostar. E sou assaltado por justas dúvidas da qualidade que teria tal obra.

As mesmas dúvidas que tenho com os últimos dois álbuns dos U2 (“How to dismantle an atomic bomb” de 2004 e “No line on the horizon de 2009”). Nem me atrevo a comparar com “War” de 1983, “The Unforgettable Fire” de 1984 ou “The Joshua Tree” de 1987 – estes dois últimos são os meus preferidos sendo que se fosse obrigado a escolher “o melhor” não teria qualquer dúvida: “The Joshua Tree”. Ainda hoje é obrigatório na minha playlist e a ele volto sempre que me apetece ouvir boa música. Ou seja, todos os meses.

Esta madrugada fui surpreendido com uma prenda da Apple: descarregaram automaticamente e de borla o novo trabalho dos U2, “Songs of Innocence”. Não teve nada de inocente. Uma borla que serve todas as partes envolvidas: os U2 pela promoção e sabendo que nos tempos que correm não é a vender música que se ganha dinheiro (é a vender concertos), a Apple que sabe como poucos publicitar os seus produtos sem gastar grande coisa em publicidade e eu que, independentemente da qualidade da obra, teria de a adquirir na mesma.

Numa primeira análise, “Songs of Innocence” não acrescenta muito à carreira da banda. Não acredito que estas “canções inocentes” (ou da inocência, se preferirem) acrescentem um único seguidor novo aos U2 nem afastem os existentes. Nem tão pouco vai ajudar a aumentar ou diminuir a procura de bilhetes para a próxima digressão – em 2015 teremos os bilhetes à venda para o concerto em Portugal, mais um, que se tudo correr como previsto vai ser no início de 2016 e não será, tirem o cavalinho da chuva, em nenhum festival…

Vamos ao que interessa: “Songs of Innocence” não prima pela originalidade e um punhado de boas músicas não fazem esquecer que falta a este álbum qualquer coisa. Claro que gosto de “Every breaking wave”, “California”, “Song for Someone” ou “The Troubles” (com a fantástica Lykke Li) ou “Raised By Wolves”, talvez a melhor. É pouco. Principalmente quando penso em “Ordinary Love” ou “Invisible” que indiciavam qualquer coisa especial no futuro. Sabe a pouco. E não acrescenta muito à carreira desta banda que nasceu irlandesa e se tornou universal. Mesmo sendo ligeiramente melhor que os dois anteriores, na minha opinião…

Agora Bono afirma, numa carta aos fãs, que depois de “Songs of Innocence” vamos ter “Songs of Experience” que está quase pronto. É com a experiência que se perde a inocência, diz quem sabe, por isso só resta esperar e como sempre, nem que seja de fados, cá estarei para o juntar à colecção que vai do vinil passando pelas K7 sem esquecer as VHS, CD, DVD, etc. Sempre ansiando por uma revolução ao estilo da que os U2 nos ofereceram com a árvore de Josué.

Uma coisa posso confessar: quanto mais vezes ouço mais gosto. Ao contrário do que aconteceu com “How to dismantle an atomic bomb” e “No line on the horizon de 2009″…

 

(breve nota final: “Raised By Wolves” merece um destaque especial. Por lapso não a coloquei na lista das preferidas, vai agora)

Comments

  1. Nightwish says:

    O “How to dismantle an atomic bomb” e as atitudes convencidas do Bono mataram o meu interesse na música que produzem. É pena.

  2. Marcos says:

    Eu achei muito obvio na primeira ouvida, mas depois de uma analise mais profunda, mudei minha visão, trata se de um disco que tem muito a acrescentar.

    • Mauro Cézar says:

      Como fã , nunca vou deixar de gostar do u2 . Claro que não pode ser comparados aos seus primeiros trabalhos como joshua , war…temos que ressaltar que naquela década tinha acontecimentos diferentes momentos históricos que aconteceram. Sendo assim tendo certas inspirações para certas músicas como Sunday bloody sunday etc…podemos ressaltar que a cada álbum eles foram mudando e tentando se adaptar, sendo assim nos dando essa mistura de músicas e sonoridade diferentes. ( época “pop” que o diga!) Enfim quem é verdadeiro fã desses irlandeses sempre vai gostar do seu trabalho . a cada vez que você vai escutando você vai se apaixonando e gostando ainda mais Porque afinal é o u2! confesso que nesse novo cd deles fui me acostumando e gostando cada vez mais e agora não consigo parar de escutar estou viciado! a final não são todos que tem , bom gosto pra apreciar seu trabalho.

  3. Sim Marcos, quanto mais ouço mais vou gostando.
    “How to dismantle an atomic bomb” é talvez o pior trabalho dos U2 Nightwish.

Trackbacks

  1. […] tempo é bom conselheiro. Escrevi aqui sobre o último trabalho dos U2 logo após a sua publicação no iTunes. Agora, passados uns dias e […]

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