Pela Alba independente, sonhar não é pecado

ESCOCIA-

Não acredito que o dia de hoje acabe com uma Escócia independente. Conheço tão bem a perfídia da Velha Albion, sou português, ou seja nativo de uma ex-colónia britânica (e às vezes ainda parecemos) que duvido sempre quando se trata de a derrotar.

Une-me aos escoceses essa mesma História, o Walter Scott que me sabe sempre ao travo doce do malte da infância, a parte Astérix das terras que os romanos não conquistaram, a gaita-de-foles catedral dos instrumentos e nem por isso o uísque, que os prefiro de outras paragens.

Mas acima de tudo sou escocês como sou palestiniano, basco e catalão, irlandês ou galego, filho de uma pátria conseguida com mais sorte que juízo e muito sacrifício, seja os dos que caíram no séc XIV ou nos levantamentos populares que forçaram a fidalguia ao golpe de estado de 1640 ou em tantas outras guerras mais esquecidas, e por isso solidário com os povos que outros sequestraram..

A independência da Escócia pode abanar a Europa, e europeu também sou dos seus povos e do direito a se governarem.

Seria um sinal, também, de que estes tempos trazem um tempo onde até o desenho das fronteiras pode aproximar-se da História e da liberdade.

Estou céptico e desconfio que isto acaba como o William Wallace do filme, mas se a minha intuição andar entupida ai vai ser lindo, pois vai, e logo à noite pago uma rodada.

Comments

  1. Nativo de uma ex-colónia britânica? Ser português é isto? Eu não quero ser português, prefiro ser alemão, russo, continental.

  2. Mas acima de tudo sou escocês como sou palestiniano, basco e catalão, irlandês ou galego, filho de uma pátria conseguida com mais sorte que juízo e muito sacrifício

    madeirense, açoriano, algarvio… com esses a liberdade e o autogoverno não são sequer hipótese.

  3. há muitos que não desejam ser portugueses ou galegos… portugal e a galiza não servem pra nada.

  4. João Soares says:

    Para quando o “EIXO ATLÂNTICO” Livre e Independente ????

  5. Também torço sempre pela autodeterminação dos Povos.

    • Eu cá só torço pela independência da parte ocidental da 2ª circular, mai nada!

  6. Jasus, o que prá’qui vai. Nem mesmo os escoceses defensores do sim se lembraram de William Wallace. Depois, ao que me lembro, foi o rei escocês que se tornou rei inglês e depois ajuntaram-se as nações, o que é sempre bonito. Nacionalismos romanticos tendem para o fascismo.

    • As nações juntarem-se uma por cima da outra é bonito?
      Lá está. gostos não se discutem

      • De facto vejo sempre a Escócia lá no alto e mais abaixo os ingleses. Mas os ingleses sempre gostaram de ficar por baixo, é um gosto lá muito deles. Os ingleses agora respiraram um pouco de alívio desde que os escoceses Tony Blair e Gordon Brown deixaram o nº 10. Mas onde é que raio, nos dias de hoje, se pode falar em domínio inglês sobre a Escócia ou Castelhanos sobre Catalães ou galegos? Não era Franco galego, raios!? Escocês, escocês, só conheco o Nessie, mas esse não votou.

  7. Ò João Cardoso, poderia explicar-nos essa dos levantamentos populares contra os Filipes? Estou sempre pronto a aprender! A morrer de amores agora por Filipa de Vilhena? Na sua idade pode cair-lhe mal!

    • Acho que já o fiz por estes lados, um destes primeiros de Dezembro.é mera historiografia.
      Posso repetir no próximo, mas a resposta resolve-se com mera pergunta: porque diacho João, Duque de Bragança, em dois ou três anos diz sim ao que tinha dito não, e se arrastava há décadas, com a vassalagem sua e de antecessores?

      • Não tivesse o senhor de Olivares carregado nos impostos e o povo queria lá saber se devia orar virado para Madrid se para Lisboa. Se na própria Espanha se contestava o Filipe porque não haveria o João de se pôr a salvo? Quanto aos escoceses estão somente convencidos que vão deixar de pagar impostos e viver do petróleo das Shetlands mas estas já dizem que ficam independentes também. Trabalhadores de todo o mundo uni-vos. Já ouvi isto em qualquer lado…

        • Essa versão requentada da dos 40 fidalgos passou em que telenovelas das 15?
          Por favor, o magistral trabalho do António Oliveira está compilado. Pelo menos na BN deve haver exemplares disponíveis.

  8. Uma grande lição de democracia e liberdade o que este referendo nos mostrou. Sabe bem pertencer a uma UE que dá esta lição do que é a liberdade e autonomia dos povos.
    Apetece dizer = os cães ladram e a caravana passa. Que lição para os nossos ibericos amigos de Madrid.

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