O adensar da catástrofe Espírito Santo

(imagem: Expresso)

A confirmar-se que Governo, Presidência da República e Banco de Portugal teriam já conhecimento da situação do BES em Agosto de 2013, a situação em si adquire contornos de uma gravidade sem precedentes. Significa que houve negligência por parte do presidente da República que nos garantiu, por mais que uma vez, que as acções do BES eram seguras, significa que o Governo omitiu a gravidade da situação aos portugueses impedindo que medidas adicionais fossem tomadas e significa também que cai a falsa imagem de inocência e candura de Carlos Costa, o imaculado presidente do Banco de Portugal que agora se assemelha, mais do que nunca, ao seu antecessor Constâncio. O BCE poderá bem vir a ser a sua próxima casa.

Seria importante perceber quantas pessoas foram prejudicadas por este acto negligente. Saber quantos milhões se perderam e quantos milhões a mais dos nossos impostos tiveram que ser usados para o presente resgate que, à semelhança do BPN, não ia custar um cêntimo aos contribuintes mas que, também à semelhança do BPN, vai custar milhares de milhões aos contribuintes. A confirmarem-se estas informações, a decência, essa virtude caída em desuso para os lados do Terreiro do Paço, obrigaria a várias demissões. Mas se Crato continua por ai, este cenário é meramente especulativo.

Para a festa ser completa, as acções da PT estão hoje em queda livre no PSI-20. Segundo o Expresso, empresa chegou hoje a valer em bolsa menos do que os 900 milhões de euros que perdeu com o GES. Isto poderá significar uma nova catástrofe nas finanças de um país amordaçado e mais um encargo para os bolsos dos suspeitos do costume. Zeinal, qual rato no barco pirata, abandonou o navio a tempo. A Oi quer vender a operação em Portugal. Será mais uma empresa para vender por 40 milhões de euros aos nossos amigos democratas da China ou de Angola?