Liberdade, capitalismo…

Dificilmente uma empresa estatal é inovadora. A busca de novas soluções, ganhos de eficiência e produtividade tendem a ser frequentes numa empresa privada. Porquê? Porque o seu principal objectivo é lucro. Novas soluções significam na maior parte das vezes novos produtos ou serviços, que levam à conquista de mercado, aumento de vendas, que se traduz no crescimento da empresa e retorno do investimento para o accionista. Não é linear que o número de empregos seja proporcional ao aumento de valor, mas a qualidade e remuneração do trabalho costuma andar de mãos dadas com estes princípios. Também não é por acaso que nos rankings anuais das melhores empresas para trabalhar surjam nos lugares cimeiros empresas que se enquadram no perfil que acima descrevi, detentoras de marcas que praticamente todos conhecemos e consumimos diariamente, muitas vezes sem sequer nos apercebermos. Também não costumamos ver estas empresas nos noticiários, excepto talvez nas páginas económicas quando realizam alguma operação em Bolsa ou anunciam lucros. São empresas que não costumam empregar políticos ou mendigar favores. E não passa pela cabeça de quem quer que seja defender a nacionalização de qualquer destas empresas, pois tal significaria o colapso imediato, com prejuízo para os Estados em matéria de impostos e aumento brutal do desemprego.

Mas ser privada por si só não garante sucesso. Se por um lado acredito no livre mercado com o capitalismo enquanto instrumento, na demanda legítima de qualquer empresa pelo lucro, a questão é simples, uma empresa satisfaz consumidores e atinge objectivos ou encerra, já as empresas que operam em monopólio ou oligopólio também se servem do capitalismo, procurando a mesma eficiência que as empresas que operam em mercados concorrenciais alcançam, buscando o lucro, mas sem concorrentes a inovação é menos necessária e pior, afixam os preços de acordo com os seus custos, indiferentes à realidade económica dos seus consumidores, pois estes sem alternativa terão que continuar clientes. É aqui que poderemos enquadrar algumas privatizações em Portugal das quais muito desconfio. E sem concorrentes é possível aumentar custos, oferendo emprego a políticos e amigos, como pagamento pelos serviços prestados pelo Estado. Porque vão ter sempre quem suporte os custos. Pagam os contribuintes e pagam os clientes, normalmente são os mesmos e pagam 2 vezes por um mau serviço.

Comments

  1. “Dificilmente uma empresa estatal é inovadora. A busca de novas soluções, ganhos de eficiência e produtividade tendem a ser frequentes numa empresa privada. Porquê? Porque o seu principal objectivo é lucro. ”

    António, pode esclarecer melhor o que entende por “inovação” e “lucro” na tal de empresa estatal?

    • A NASA, para partir de um exemplo, é estatal ou tem origem na iniciativa privada? Elucidem-me.

    • Nascimento says:

      “Dificilmente uma empresa estatal é inovadora”
      Ó António estás-te a referir aos CTT, né?E já agora, se ela ,a dita ” empresa” , nã é “inovadora”, atão os gajos são muiiiita parvos ao abocanhá-las né?Ora PORRA !Que raio de masoquistas estes “empresários”…

  2. Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

    Mas que grande confusão!!! Quando escreve … “Dificilmente uma empresa estatal é inovadora. A busca de novas soluções, ganhos de eficiência e produtividade tendem a ser frequentes numa empresa privada. Porquê? Porque o seu principal objectivo é lucro…”, demonstra-se que a análise está completamente compartimentada e ferida de morte, porque se não vai às causas de raiz para analisar as diferenças.
    O que faz avançar uma Empresa, é a qualidade dos gestores e o estabelecimento de objectivos. Nas Empresas públicas, os gestores são na grande, grande, grande maioria das vezes clientes, boys, chame-lhe o que quiser mas, na grande, grande, grande maioria das vezes, pessoas que ocupam um cargo político e nunca Empresarial e portanto, gestores incompetentes.
    Estamos a falar de Empresas ou de Clientelismo?
    Empresa é sinónimo de Planos Directores ( e portanto Objectivos) e de competências adquiridas e não nomeadas.
    E que objectivos tem uma Empresa Pública?
    Será que esses boys, clientes ou lá o que são, sabem o que é um objectivo? E os que os lá põem, sabem definir objectivos? Pare-se de comparar o que não tem comparação. Esta história da comparação das Empresas Públicas e Privadas é em tudo igual à comparação entre a “produtividade” chinesa e a ocidental.
    Já agora: Sabe o que é um PADRÃO?
    Sabe, na realidade, do que está a falar?
    É evidente que acredita no livre mercado. Mas “Livre”, não quer dizer “De qualquer maneira”. Há regras e há padrões e é só com base nisto que podemos efectuar comparações.
    O resto é “compartimentação” política e ideológica.

  3. Américo Montez says:

    “Dificilmente uma empresa estatal é inovadora” … a não ser que seja chinesa.

  4. Nightwish says:

    Deve ser por isso que os privados gostam sempre de ir buscar a baixo preço ideias a universidades…

    • Nightwish says:

      A NASA era privada, a BBC era privada, as investigações científicas de base são todas privadas, as pesquisas de medicamentos são todas privadas, o CERN era privado…
      Depois apresenta um ranking de empresas com maior lavagem cerebral…
      Vá perguntar aos clientes dessas empresas o quão contentes estão com elas! Pode começar pela Cisco e pela Microsoft, só para lhe facilitar.

  5. António Duarte says:

    Eu o que vejo nas empresas privadas que nos costumam apontar como referência não é a busca do lucro, mas sim a maximização do lucro.
    E aqui aposta na inovação serve, acima de tudo, para tentar projectar a empresa num nicho de mercado novo ou pré-existente onde possa adquirir uma posição dominante que lhe assegure lucros fáceis durante muitos e bons anos, sem a maçada da concorrência e com a possibilidade de cobrar, pelos produtos ou serviços, muito mais do que o seu valor real.
    As telecomunicações, a informática e as tecnologias associadas estão recheadas de bons exemplos do que acabei de referir…

  6. noman'sanisland says:

    Nem mais, Ernesto Martins Vaz Ribeiro! E o António Almeida assobia para o lado…

  7. Joam Roiz says:

    As empresas de que António Almeida fala são aquelas que, para além de explorarem os trabalhadores (salários em média baixos, emprego precário, rítmos de trabalho altíssimos, horas extraordinárias que os trabalhadores se vêem obrigados a fazer, sob pena de despedimento, pagas a preço de saldo), funcionam em monopólio, oligopólio ou cartel, obrigando os consumidores a pagar preços que vão muito para além do valor real dos produtos ou serviços que lhes vendem ou lhes prestam. Não é por acaso, nem por inocência, que António Almeida se “esquece” de nomear sequer uma delas. Mas de artigos ou comentários anteriores, não é difícil descobrir em que “equipa” o António Almeida joga: a equipa dos “donos da bola”.

  8. Para esclarecimento. O post inclui um link. Quem fala em baixos salários e coisas do género, está a comentar outra coisa qualquer. Não será seguramente este post…

  9. noman'sanisland says:

    continuando a assobiar para o lado….

  10. Hélder Pereira says:

    Sempre a mesma velha falácia que o Estado é mau gestor e o privado é que é sempre bom. Se for em sectores sem concorrência e con prebendas estatais, então aí é que se faz uma gestão privada sublime! E vira o disco e toca o mesmo, não vira nunca esta direita fandanga.

  11. joao lopes says:

    sempre,sempre a mesma conversa.o privado é o “bom”,mas não se esqueça do “privado encostado ao estado” ,que vão desde isençoes fiscais,subsidios para tudo,até há mais pura corrupção , e agora a mais completa impunidade de empresarios e gestores (horarios desregulados,excesso de horas de trabalho,abuso de autoridade,alias a conversas comum é:se não estas satisfeito ha mais cem á espera).

  12. António Lourenço says:

    Este senhor já mudou de nome, pseudónimo etc, uma centena de vezes, a porcaria que escreve é sempre a mesma!

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