Provavelmente o pior eurodeputado

PT

(fusão de duas crónicas de cariz local publicadas no diário As Beiras a 18/9 e ontem 6/11)

Durante a última legislatura, o trabalho da eurodeputada do distrito de Coimbra, Marisa Matias, recolheu elogios da direita à esquerda – eleita melhor eurodeputada na área da saúde pelos restantes eurodeputados – pelo empenho e qualidade do seu trabalho no Parlamento Europeu. Nesta legislatura outro eurodeputado do nosso distrito, Marinho Pinto (foto do site do PE), está à beira de bater a proeza de Paulo Portas que em 1999 depois de eleito permaneceu apenas três meses no Parlamento Europeu. Marinho vai deixar o seu lugar a um segundo eurodeputado impreparado do MPT, sem qualquer trabalho de casa reconhecido sobre políticas europeias. Para quem se candidatou com a missão de dignificar a política, começa bem…
Como muitos, considero que se Marinho Pinto é o nosso populista de serviço, estamos apesar de tudo bem melhor servidos que outros países onde as formas de populismo oscilam entre a xenofobia e a palhaçada, entre Nigel Farage e Grillo. Marinho tem intervenções pertinentes sobre temas como a magistratura e a justiça, capacidade argumentativa indubitável, mas para construir um programa político é necessário muito mais do que eu e o meu ego, é preciso um imenso trabalho de equipa, é necessária coerência, que suas as tiradas marialvistas e mal-educadas pouco ajudam. A grande questão é se o partido que pretende formar para alimentar o próprio e insaciável ego ainda conseguirá enganar muitos eleitores.
Como não minimizo o populismo e porque nas próximas eleições no distrito de Coimbra teremos no nosso boletim de voto Marinho e Pinto a encabeçar a lista do partido imaginado pelo próprio ego, convém conhecermos mais algumas proezas deste eurodeputado.
Segundo um observatório independente, Marinho e Pinto é o eurodeputado português mais faltoso, ocupando o 695º lugar na classificação da assiduidade entre a totalidade dos 751 eurodeputados. Particularmente reveladora é a falta de Marinho e Pinto à sessão em que se votou a proposta do grupo parlamentar que integra o Bloco de Esquerda e o PCP que visava o corte de salários e de subsídios dos eurodeputados. Recorde-se que durante um número populista realizado recentemente, Marinho e Pinto considerou o salário dos eurodeputados “vergonhoso” e “escandaloso”. Entre as palavras e os actos, valem os actos.
Em recente sessão organizada pelo seu novo partido que decorreu em Oeiras, a intervenção de Marinho e Pinto sobre o estado da justiça, a Europa e o combate à corrupção foi aplaudida presencialmente por Isaltino Morais, ainda em liberdade condicional por branqueamento de capitais e fuga ao fisco…
Viva o Populismo!

Comments

  1. “Provavelmente”???? Provavelmente????
    Provável é o Sol nascer amanhã de manhã!
    Isto é mais certo que 2+2=4!

  2. Joam Roiz says:

    Marinho e Pinto não é um populista, mas um idealista arrebatado, honesto e respeitável. Vem de gente humilde e subiu a pulso por mérito próprio. Pode discordar-se das suas posições políticas – e eu que conheci razoavelmente Marinho e Pinto de outras lutas, discordo em muito e muito – mas a qualidade da sua intervenção institucional e cívica na área da justiça ao longo da última década, são mais do que suficientes para estar atento às suas ideias e propostas. A sua vinda para a política “soma” em vez de diminuir. O nosso sistema político precisa de “idealistas”, nem que seja para combatê-los. Quanto ao seu desempenho como deputado europeu, Marinho e Pinto, ao contrário de Paulo Portas, nunca enganou ninguém: ainda durante a campanha eleitoral, numa sessão pública realizada em Coimbra e a que assisti, deixou claro que a sua candidatura ao parlamento europeu constituía uma forma de se fazer conhecer junto dos eleitores para firmar uma posterior candidatura às eleições legislativas. Assim, não pode constituir surpresa a sua menor assiduidade às sessões parlamentares. O Parlamento Europeu não é uma sala de aula, nem Marinho e Pinto é um aluno. Por outro lado, Marinho e Pinto não pode ser culpabilizado pela presença de Isaltino de Morais na sessão organizada pelo seu partido em Oeiras, uma vez que se tratava de uma sessão aberta ao público em geral. A referência ao caso por Rui Curado da Silva é o exemplo acabado da chicana política, uma tentativa soez de assassinato político. Quanto à falta de Marinho e Pinto à sessão em que se votou o corte de salários e de subsídios dos eurodeputados, o articulista deve aos seus leitores a revelação das razões que levaram o deputado a não estar presente. Sem isso, é impossível fazer-se um qualquer juízo de valor. Como nota final: não tenho nenhuma procuração para defender Marinho e Pinto; ideologicamente estou muito mais perto das posições do PCP e do Bloco de Esquerda do que das actuais de Marinho e Pinto; e, por último, considero que a política não se resume à mera propaganda e deve ser feita com a verdade e o rigor da ética republicana.

    • Não é um populista? Nunca enganou ninguém?
      A sério? Você tem noção das palermices que escreveu? Da hipocrisia? O Parlamento Europeu não é nenhuma sala de aula nem o citado é um aluno? Aluno é o que ele devia ser que eu chumbava-o já: em decência, em noção da democracia, em humildade, em saber, em honestidade, estava mais que chumbado! O homem é uma besta!
      E você tem a lata de vir aqui defender um aborto destes? Santa paciência!….

  3. Isto é só o aquecimento inócuo. Eles que se preparem que quando começar a doer as outras facções vão começar a campanha a malhar forte e feio.A politica não própria para moles.

  4. Joam Roiz says:

    Meu caro jmc, não pense que me arrasta para o seu nível. Faça o favor de me dizer onde está a minha hipocrisia, onde está a minha palermice. Eu refiro-me a factos; você, jmc, não contesta nenhum deles. Eu digo “palermices”, sou “hipócrita” e Marinho e Pinto é uma “besta” e um “aborto”. Você não comenta, insulta, não argumenta, arrota, não fundamenta, produz aleivosia. Deixo-lhe um poema do saudoso Carlos de Oliveira: Torto/morto/aborto//lagarto/mas nasceu/como eu/de um parto. Depois não me venha falar em noção de democracia, em decência, em honestidade ou humildade; não consigo vê-las no seu comentário. Repito: a política não pode ser só propaganda e o debate político/ideológico só é fecundo quando há um mínimo de respeito pelo outro. Quando não é assim, a democracia resvala; deixa de ser o poder do povo para o povo, para se transformar no poder oligárquico de uma casta mais ou menos alargada.

    • Você tem a sua opinião, eu tenho a minha. Felizmente diferente.
      Quer factos? Então o seu amigo gritador que se candidate às eleições e o povo português dirá, nas urnas, se é você que tem razão ou se sou eu e o homem não passa de uma ventosidade do sistema.
      se você acredita em democracia, o resultado das eleições dirá quem tem razão. E facto mais facto que este não haverá.

  5. Maquiavel says:

    Primeiro, em termos profissionais, Grillo é um cómico. Tal como o Herman José. E nunca ouvi referirem-se ao Herman como “palhac,o”. Talvez porque politicamente o Herman näo faz sombra a ninguém nem criou um movimento (nem sequer partido) que foi o mais votado na sua 1.a eleic,äo.
    Em termos político o Grillo é tudo MENOS palhac,o, economico-socialmente é de Esquerda, se bem que às vezes descamba para a pura ESTUPIDEZ, como quando tece loas a Mussolini ou à Mafia. Mas isso faz parte de ser populista, pelo menos esses votos näo caem nos neofascistas da Forza Nuova…

  6. João Soares says:

    O sr. Rui Curado devia consultar o professor Bambo , pois parece mesmo padecer de “Mal de Inveja “.
    Não sei se o Marinho e Pinto é populista,xuxalista ou etc..ista,
    sei apenas que ganhou democráticamente as eleições para bastonário,e que teve a coragem de dizer algumas verdades na abertura do ano judicial na tromba dos mais altos dignitários deste país de boa gente mas muito imbecilizada.
    Esses factos incomodaram muitos patifes acomodados no sistema .O veneno com que o sr Rui Curado adorna a sua prosa
    faz-nos suspeitar que poderá pertencer ao grupo dos “incomodados” pelo Marinho e Pinto.
    Será ?

  7. Joam Roiz says:

    jmc dixit: “Quer factos? Então o seu amigo gritador que se candidate às eleições e o povo português dirá, nas urnas, se é você que tem razão ou se sou eu e o homem não passa de uma ventosidade do sistema”. Eu não sei se Marinho e Pinto vai ou não merecer a confiança do eleitorado, se vai ou não ser eleito deputado. Não sou adivinho; mas, ao contrário de você, ainda estou suficientemente lúcido para distinguir entre “factos” e “previsões”. Espanta-me, por isso, a sua sabedoria. A quase um ano das eleições, ter assim tanta certeza sobre a vontade do eleitorado, deixa-me mesmo, acredite, muito “pequenino”. Julgo que nem a melhor agência de sondagens conseguiria agora chegar a tanto. Mas não me custa gabar-lhe a sua vocação para pitonisa. Uma nota final: não sei de onde retirou a ideia de que sou amigo de Marinho e Pinto. Se foi por referir que estive com ele em algumas lutas, isso não lhe dá o direito de concluir que sou amigo de Marinho e Pinto ou que Marinho e Pinto seja meu amigo. Na vida política ou na vida social, encontramo-nos com muita gente, mas isso não significa que se seja amigo. Marinho e Pinho é um velho conhecido meu; só isso.

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