Cumprem-se hoje 34 anos desde o dia em que Francisco Sá Carneiro – a.k.a. D. Sebastião laranja – faleceu no muito mal explicado desastre aéreo de Camarate. Segundo a mitologia social-democrata, não tivesse Sá Carneiro sido assassinado e teria sido o melhor primeiro-ministro da história mundial. Com Sá Carneiro a liderar o país, Portugal seria hoje, muito provavelmente, uma das principais potências económicas europeias. Mas como mal teve tempo para aquecer a cadeira, vamos ficar para sempre sem saber. Afinal de contas, o que mais há neste país são primeiros-ministros incompetentes com direito a um ano de estado de graça.
Curiosamente, muitos destes saudosistas “carneiristas” (que bem que este termo se aplica) nunca foram tão efusivos a exigir respostas das inúmeras comissões de inquérito ao caso Camarate que deram em absolutamente nada. Talvez por envolver gente mesmo muito grande, caso do imperador maçónico Henry Kissinger, que muito provavelmente comprou um quilo de laranjas e rosas parlamentares para que o episódio fosse cuidadosamente enterrado, como é hábito de tantos banqueiros e “empreendedores” deste país que, pelos mais variados motivos, fazem uso de deputados do centro para abafar este ou aquele tema. E que bem que eles o fazem.
Mas o mais admirável nestes saudosistas é assistir a manifestações de apreço pela dignidade de um homem cujos meandros “subterrâneos” nunca foram dissecados como acontece hoje com José Sócrates ou Passos Coelho. Talvez por isso, muitos dos que hoje puxam do bom nome de Sá Carneiro para indirectamente se identificarem com a figura mitológica do saudoso são escumalha da mais baixa que existe. Outros meros aspirantes mas já versados na arte da mentira. Mas vá lá, haja um dia em que no PSD se fala em social-democracia, essa ideologia renegada para os lados da São Caetano. Coitado do homem, deve dar grandes voltas na campa só de ver no que o seu partido se tornou. Que descanse em paz. Se conseguir…
Caro João, Sá Carneiro é um mito lusitano, que vai muito para além do PSD. Politicamente no século XX apenas o gen. Humberto Delgado o acompanha. Em rigor nunca desiludiram, porque o primeiro quase não exerceu o poder, um ano de transição num governo intercalar, uma aberração felizmente extinta, que mais não era que oferecer uma campanha eleitoral detendo o poder. O segundo nem o deixaram exercer, primeiro vítima de chapelada eleitoral e depois assassinado para calar a sua voz incómoda. Cada um à sua maneira, mas o fenómeno não é exclusivo de Portugal. Caso Kennedy não tivesse sido assassinado talvez não fosse o mito que também é. Hoje fala-se da crise dos mísseis e dos casos mundanos. Como teria sido o Vietnam e toda a luta pelos direitos com J.F.K.? Para mais estes políticos não envelheceram, fica uma imagem para a eternidade com certo glamour…
Não é um exclusivo da política. Quantos campeonatos teria ganho Ayrton Senna? Quantos filmes teria protagonizado James Dean? Quantos temas teriam sido imortalizados por Jim Morrison, Janis Joplin ou Ian Curtis? Nas artes então a lista é infindável…
Assino por baixo António. Mas nunca tinha pensado no detalhe do “forever young”, faz todo o sentido!!!
Foi pena….
Foi pena ser um aviãozito tão pequeno e não ser um Boeing carregado de políticos: Sócrates, Soares velho e filho, Cavaco, Dias Loureiro, Tó Zéro, Costas, Passos, Portas, Relvas…
Que belo seria o nosso país…
Esse anti-americanismo primário… Não poderia ser um airbus?
ahahahahaha excelente Ad nauseam 🙂
belo seria se quem tem contas a ajustar com os portugueses as ajustasse numa cadeia com uma moldura penal bem superior à que existe hoje. Matá-los? Nada disso: no mundo ideal a escumalha vai presa por muitos anos e divide a cela com uns tantos pares.
1 – Ainda não havia Boeings– 2- o sebastianismo está sempre presente – pertence ao genoma nacional
Somos nós que pagamos mais uma comixão ou paga-se a ela própria?
há 34 anos um piloto profissional forneceu uma explicação que achava como a mais provável: falta de combustível na fase de subida é fatal e não aguenta mudar de tanque.