Quanto vale a vida de um canalha?

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Por exemplo, admitamos que um ano vida de uma pessoa normal vale 1 QALY, e que uma pessoa com hepatite C vê a qualidade de vida reduzida em 50%, ou seja, 0.5 QALYs. Se o tratamento para a hepatite C permitir recuperar esses 0.5 QALYs durante 30 anos, então o valor desse tratamento será de 0.5 vezes 30, 15 QALYs.

Mais uma vez tenho de agradecer ao Mário Amorim Lopes o imenso favor de demonstrar que o neoliberalismo mata, e  muito. Não tanto como os fascismos, dizem, porque não mata a eito e com milícias, assassina com folhas de cálculo e uma religião a que chamam economia. Como os mortos ficam mortos na mesma, e a lógica ditatorial (é óbvio que um regime neoliberal é insustentável em democracia) não varia tanto como isso, lá vai cumprindo o seu papel sucessório, arquitectado pelos hayekes e pelas randes deste mundo.

Quanto à pergunta: eu acho que a vida do Mário Amorim Lopes não tem preço. Mais que não seja, perder um idiota tão útil seria um desperdício.

Comments

  1. É a estupidez que mata.
    A estupidez é a coisa mais mortal deste planeta.

  2. Paneleiro says:

    Estás à venda, Cardoso?

  3. Reblogged this on O Retiro do Sossego.

  4. Rui Moringa says:

    O argumento do usado pelo Sr. Amorim Lopes é uma abstração que tem a sua legitimidade, mas não deixa de ser uma posição ideologica sobre a saúde dos Outros. Pegar no caso de uma negociação para comprar medicamentos ou tratar doentes e compará-lo com a forma de medir uma vida, não lembra ao diabo.
    O método Qualy para medir uma vida interessa muito às seguradoras e por isso, não me espantaria se para fazer um seguro me falassem assim.
    Agora, interessar a um Estado, revela muito da posição liberal (!?) do autor. Hayek não faria melhor.
    Como combater a pobreza? Não se preocupem com isso (Estado) deem-lhes cobertores e uma malga de sopa e não mais do que isso porque o Estado não deve tratar dos pobres.
    Alias, compra-se medicamentos para os desempregados porqe podemos vir a precisar deles. Em caso contrário fariamos uma avaliação Qualy e aqueles com um indice baixo exportavamo-los para “algures”.
    Dira agora eu: A Qualy do pobre é baixa, porque nos devemos preocupar em comprar tratamento para eles?
    De facto, o liberalism não é um Humanismo.
    De facto, estamos num mundo de loucos!!!!

  5. Rui Moringa says:

    Ah e esse senhor ensina!!
    Educar é que não…

  6. joao lopes says:

    mais um artigo elucidativo do pasquim/mega blog do psd.para quem começou por reabilitar a imagem do mario machado,pode-se dizer que o “observador” é coerente.aceitam-se sugestões para mais artigos no pasquim,como por exemplo “h.matos exige que o mundo seja quadrado” ou o “ze fernandes tem provas que o ulrich é comuna”

  7. reisms says:

    quando o contabilista pretende passar por analista…

Trackbacks

  1. […] tasca, uma das melhores do mundo para o Financial Times, já sabíamos no mundo neoliberal do Mário Amorim Lopes, que de informático para ali foi contabilizar o preço de uma vida humana. Lopes e Vieira fizeram […]

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