Temos que lhe tirar o chapéu. Qual Sócrates qual quê? Paulo Portas é que é o verdadeiro animal político. Malhava forte em quem lhe apetecia nos tempos do Independente, Cavaco que o diga. Enxovalhava a “maçada” que eram os partidos políticos “burgueses“, constituídos essencialmente por quadros “muito medíocres, que não têm mais nada que fazer da vida ou que acham que aquela é a forma principal de subir na vida“. Escola na JSD, ascensão meteórica no CDS, deputado, líder parlamentar, eurodeputado, ministro da Defesa e posteriormente de Estado em acumulação com outras pastas – com uns insignificantes 8,72% nas Legislativas de 2002 – regressa ao governo para os Negócios Estrangeiros com Passos Coelho, que coloca em cheque 2 anos depois com um episódio épico da história contemporânea portuguesa, a “demissão irrevogável”, e acaba como vice-primeiro ministro. Há quem acredite que terá mesmo mais poder que o próprio primeiro-ministro. Confesso que sou um deles. E bastaram 14,30% nas últimas Legislativas. Portas dá-lhe muito forte na pandeireta.
Pelo caminho soube contornar tudo o que lhe apareceu pela frente, do caso Moderna aos fatídicos submarinos, e não há Carlos Alexandre ou Jacinto Leite Capelo Rego que se intrometa no seu caminho. Portas é o expoente máximo do trepador político que, sem as armas dos amigos grandes do bloco central, já mandou mais do que a esmagadora maioria das suas fileiras. No meio dos “muito medíocres, que não têm mais nada que fazer da vida ou que acham que aquela é a forma principal de subir na vida” Portas desfila de pandeireta como o flautista entre os ratos. Desta vez, a maioria fica com o papel de vilão e Portas, sempre a dar-lhe, até está disposto a dar umas explicações aos deputados. Mas só lá mais para a frente. Em breve. Até lá não o chateiem que ele não está para aturar a maçada dos Vistos Gold e tem muita pandeireta para tocar.
Cada um leva no que é seu.
Desde que não tentasse dar na pandeireta aos portugueses, levar na própria pandeireta seria apenas problema dele. O mal é dar poder a esta escumalha.
Nós somos um povo manso JMC. Lá no fundo até gostamos de levar na pandeireta…
Não subscrevo essa afirmação, uma vez que não votei na escumalha que desgoverna este país e dá na pandeireta aos portugueses.
Respeito os (des)gostos de quem leva, não tenho nada a ver com isso. Mas chateia-me que tentem violar-me, só porque foram eleitos por uns milhares de atrasados mentais. É uma coisa que me chateia a sério…
eu também não JMC. mas não deixamos de ser, enquanto um todo, um povo excessivamente passivo e aberto a algum grau de sodomização.
14%? Teve um bom resultado, mas nem chegou aos 12%…
http://eleicoes.cne.pt/raster/index.cfm?dia=05&mes=06&ano=2011&eleicao=ar
O seu a seu dono, João.
Deixei-me enganar pela Wikipédia. Não que ela me costume deixar mal mas desta vez lixou-me bem… Obrigado pela correcção 🙂
http://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%B5es_legislativas_portuguesas_de_2011
Um homem perigoso e o rosto do político não grato ao país. Toda a sua atividade política assenta no pressuposto de que os portugueses são todos ignorantes e fáceis de controlar pela comunicação social. Pessoalmente, acho-o ridículo, manipulador, incapaz de se ver ao espelho… uma verruga que irrompeu nas costas do arco do poder e difícil de remover. A oposição já não luta contra um partido, luta contra dois. Por isso, seria preferível que PSD e CDS/PP se fundissem numa única força política. Disse “fundissem”, não foi engano.
Apesar de concordar consigo Alcídio, não posso deixar de sublinhar que a estratégia tem sido tremendamente eficaz. Somos extremamente fáceis para tipos como o Portas..
Portas terá “muita pandeireta para tocar” ! Mas Ana Gomes, também parece ter muito trombone para tocar : “Submarinos – As pistas de Ana Gomes que podem tramar Portas” (Revista Visão de 5 de Fevereiro)! Veremos se, como o biltre diz, ela é “uma mentirosa compulsiva”…
ele arranjará maneira de se safar. espero que não mas temo que sim…