Exame Psiquiátrico Para Condutores

carro-arma
Em Braga, à saída do comboio, salto para a espinha da minha bicicleta dobrável e faço-me à rua do Caires. Duas faixas em cada sentido, uma delas quase sempre ocupada por malta do “Movimento Volto Já”.
Ultrapassa-me um condutor num Fiat branco, a uma nesga de me derrubar.
Pára mais à frente (à espera de alguém que vinha já). Paro ao lado da criatura que abre o janela e a quem, educadamente, tentei passar um pouco de cultura geral e gotículas de Código da Estrada. Nem todos os condutores o conhecem porque nem todos tiraram a carta, apenas a pagaram.
“Isso era dantes no meu tempo, agora tens que ter cuidado porque os carros dão-te um toque e vais c’o caralho”. Assim.
– O senhor está enganado, actualize-se.

E fui-me embora.
Uns minutos depois, a albina criatura volta a cruzar-se comigo num STOP, que não respeita. Pára o carro já com o focinho no meio da minha faixa. O gajo ri-se e eu, educadamente, faço-lhe um gesto simpático a querer significar “Tu não ’tás bom da cabeça. Trata-te”.
Pergunta: não deveriam os condutores serem sujeitos a exames psiquiátricos a cada, sei lá, cinco anos? “

Comments

  1. tekapa23 says:

    Pelo menos, os exames deveriam verificar mais as questões de segurança activa e passiva, e ser inteligíveis na prova escrita. E os instrutores ? Frequentemente vejo-os a fazer as manobras em derespeito pelo código. E os polícias !?!?

  2. MJoão says:

    Pode crer que sim!
    Há umas semanas aconteceu-me algo que ainda me deixa estupefacta . Ia a entrar na autoestrada para Viana , lá muito bem ao longe um automóvel e nenhum outro circulava por ali. Fiz-me à estrada sossegada. Poucos segundos depois tinha um palerma num mercedão colado à minha traseira, eu não me manifestei. Não bastando, colocou-se no meio da estrada às guinadas a tentar atirar-me para fora da via ou a ver se me batia. Como continuei nas calmas do Senhor, ultrapassou-me e travou de repente, com um certo “azar” dele pois eu já ia a sair … também lhe fiz o tal gesto de “não andas bom da cabeça!”. Estas fitas todas, foram observadas por uma criança que a criatura levava no banco de trás .
    Se eu continuasse na estrada que mais é que ele iria fazer? Como vejo com frequência comportamentos estranhos em tipos com carros de gama alta, muitas vezes me questiono se não há um código da estrada só para eles.

  3. Miguel says:

    É muito perigoso andar de bicicleta, os condutores ficam impacientes e há quem mesmo tenha ódio aos ciclistas… Ainda hoje li isto:

    http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Braga&Concelho=Braga&Option=Interior&content_id=4410574

    Infelizmente os ciclistas têm de ter atenção redobrada.

  4. José Pinto says:

    Exames periódocos, como se fazem às viaturas. Mas infelizmente instauraram uma renovação administrativa (basta pagar a renovação). :/

  5. Eu Mesma says:

    Era eu estudante do Politécnico, um dia, fui consultar livros para a Biblioteca Nacional. Na passadeira do Campo Grande, quase em frente à BN, deu o verde para os peões. Comecei a atravessar. Nem a cinco metros de mim, passa a alta velocidade um safardanas qualquer. Não quero pensar se eu estivesse mesmo no local.
    Taguspark, há poucos anos. Trabalhava lá como recepcionista, e como saía tarde, tinha de fazer a pé cinco quilómetros por bermas de auto-estrada porque o autocarro mais próximo era precisamente a cinco quilómetros, em Porto Salvo, e não se lembraram de colocar nem passeios nem passadeiras de peões – nem iluminação tinha naquela área. Um palhaço qualquer resolveu sair da faixa dele para se meter comigo, em contramão, e não chocou com outro carro que vinha na direcção certa porque se desviou no último minuto.
    Algés, ano passado. Fui forçada a sair do passeio porque um calão qualquer tinha de estacionar numa esquina E em cima de uma passadeira de peões; por causa da calanzice dos idiotas que julgam-se donos do mundo lá porque conduzem um carro, ia sendo atropelada por uma doida que vinha à brida toda a subir a rua.
    Exame psiquiátrico para os condutores? Sim, e é para ontem. E já agora, facilitem a cassação da carta ou melhor ainda que metam na lei a interdição para a vida de conduzir. Iam cair a pique as estatísticas de condutores, mas pelo menos, os acidentes e feridos e mortos também seriam muito menos.

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