O Observador oficial da extrema-direita pariu uma proposta de nova Constituição. Fui ver. Onde está:
Artigo 1.º
República Portuguesa
Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
Riscavam a vontade popular, e o resto.
Ainda não substituíram pela jurisprudência divina ou o voto censitário dos empreendedores, nem assumem que querem uma sociedade presa, injusta e de caridade.
Fica para o próximo sonho erótico, seja com a tropa, ou com um Sebastião vindo e cavalgando seu submarino branco, ou mesmo a América após a vitória de um candidato do partido do chá.
Sr. Cardoso, ilumine-me se faz favor: o que é a vontade popular?
É a vontade dos cidadãos em geral por oposição à vontade de uma faixa selecta do cidadãos que sai sempre a ganhar.
É só uma proposta. Até à versão final ainda riscam o “soberana” e a “dignidade da pessoa humana”.
Se faltou à aula do Iluminismo, problema seu. Procure na net.
A vontade popular é, nomeadamente o resultado eleitoral. Os que mais defendem a constituição atual, estão volta e meia na rua a pedir a demissão dos governos, que foram eleitos… pela vontade popular.
A vontade popular só, interessa quando coincide com a minha.
cumps
Rui Silva
Conhece a origem da expressão “votar com os pés”?
Já agora o João José Cardoso votava pelo pessoal todo, uma vez que não “vota com os pés” e assim a vontade popular seria bem e legitimamente representada.
cumps
Rui SIlva
Já vi que não sabe.
Votam com os pés, dizia-se dos alemães que fugiam da RDA.
Discorda?
Discordo.Porque se se aplicasse , também não se manifestavam quase diariamente nas ruas.
cumps
RS
Também era a ideia que eu tinha da vontade popular. Agora já só me falta saber porque é que a Constituição diz que Portugal é uma Republica (…) baseada (…) na vontade popular, mas depois um pouco mais para a frente logo impõe limites ao que a “vontade popular” pode escolher…ou seja o povo manda como quer ser governado, mas…com juizinho.
Quais limites?
Imposição: forma republicana de governo;
Restrição: Não são consentidas associações armadas nem de tipo militar, militarizadas ou paramilitares, nem organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista.
Eu pessoalmente até concordo (apenas incluiria também a ideologia comunista e o fundamentalismo religioso por uma questão de igualdade) mas não deixam de ser limites e assim não podemos falar em “vontade popular” como um direito absoluto e totalmente livre do povo poder eleger quem bem entender que o deve representar/governar.
Claro, proibir a ideologia comunista. Deixamos o Calaboto à solta a sai o salazarista doentio que sempre foi.
Vou-lhe contar uma novidade: este regime foi criado por uma revolução que derrubou o seu regime, o de 33. E a monarquia foi à vida, em 1910. Chama-se legitimidade revolucionária, e é nela que reside precisamente a vontade popular.
Não entendeu? estude História, é assim que funciona o mundo.
Essa agora João José´Cardoso. Então para si se alguém condena a ditadura comunista só pode ser Salazarista.
Se for um Inglês será também Salazarista?
E já agora não acha que a “legitimação revolucionária” devia ser votada?
Não, não é assim que funciona o mundo. Olhe o exemplo da Inglaterra, não precisou de revoluções para ser um País avançado no que á liberdade diz respeito.
Também leio muitas vezes aqui grandes louvores a países de Regime Monárquico…
cumps
RS
Comecemos pela ignorância: vá estudar a História da Inglaterra, nomeadamente a do séc. XVII. E quanto a liberdade de expressão num país onde um republicano pode ser preso apenas por defender uma república, teve piada.
O seu salazarismo não está apenas no anti-comunismo primário, que é precisamente o pai dos fascismos. Está também no ataque à Constituição, e aos conceitos que invoca para discordar dela. E sim, foi votada, por uma Assembleia Constituinte eleita, ao contrário do “plebiscito” anedótico de 33.
Meu caro João José Cardoso , seculo XVII ? ? ?
A Inglaterra limitou o poder do Rei no inicio do Sec. XIII.
Você aconselha você os demais a estudarem História…
O nosso Portugal era ainda um jovem
cumps
RS
Em primeiro lugar, não se vota num governo em Portugal, pelo que estes não são eleitos, nem tão pouco num primeiro-ministro.
Em segundo lugar, vota-se de acordo com promessas eleitorais em geral e com um programa de governo em particular. Usar todas as mentiras possíveis para obter a cruzinha e depois chamar a isso democracia não tem o mínimo de legitimidade.
A vontade popular é cada vez mais um chavão. Acha que um país pobre pode ser livre? Acha que quem come a ‘sopa dos pobres’ vota em Liberdade? Já refletiu que seja qual for a sua (do pobre) opção de voto em nada vai alterar o seu estado? Sabe que nas próximas legislativas mais de 20% dos inscritos nos cadernos eleitorais vive no limiar da pobreza? Sabe qual vai ser o resultado das próximas legislativas? Não sabe? Eu sei….. vai ficar tudo na mesma. Ficando tudo na mesma acha que vai ser respeitada a vontade do povo? Eu acho que não! Servirão para alguma coisa estas legislativas? Não! Nem para mudar as moscas.
Vejo os mesmo perigos no fascismo, no comunismo, em monarquias absolutistas ou teocracias…todos, na História, estabeleceram severos limites às liberdades individuais em prol das suas ideias sobre o bem comum…prefiro os insipidos, incompetentes e corruptos, mas inofensivos PP-PS-PSDs…
Claro. À falta do Oliveira, fique o regime novembrista dos partidos únicos. Não se enxerga mesmo, o homem.
E a legitimidade revolucionária dás-lhe o direito de impor às gerações presentes e futuras as formas de governo que podem escolher? A lei do mais forte prevalece sobre a vontade popular futura? Onde é que está a LIBERDADE no meio disto tudo?
A liberdade é precisamente o que sempre, mas sempre, ao longo da História, só foi conquistado através de revoluções. Não fossem elas e ainda estávamos no absolutismo.
Liberdade é o Syriza ganhar as eleições e só poder fazer o que a Alemanha quer. Liberdade é na Madeira haver uma maioria absoluta com 18% dos inscritos nos cadernos eleitorais. Liberdade é passar fome mas poder mandar os governantes p’ro c****. Liberdade é 300.000 jovens abandonarem o país sem autorização dos pais…… quer que continue?
Caro José Almeida,
O Siriza ganhou as eleições na Grécia, não foi na Alemanha nem em Portugal.
cumps
Rui Silva
A lei do mais forte prevalece sobre a vontade popular futura?
Queria antes dizer a vontade do vencedor da revolução prevalece sobre a vontade popular futura?
Vontade popular futura é o quê? o seu desejo?
E as revoluções são ilegítimas porquê? porque derrubam tiranias?
Mas normalmente criam novas tiranias.
Veja a implantação da Republica em Portugal. Nunca se sujeitou á legitimação popular, negou o voto as mulheres, aos homens sem instrução ou riqueza, e por fim lançou o País na mais perfeita miséria abrindo caminho á Ditadura Salazarista. Só neste processo revolucionário perdemos décadas de desenvolvimento em relação aos outros países europeus.
Veja o caso mais recente “25 Abril de 74” Só por sorte não aconteceu a implantação de outra ditadura, mas quase.
cumps
RS
A monarquia é que se sujeitou à legitimação popular, não negou o voto as mulheres e aos homens sem instrução ou riqueza, e por fim não lançou o País na mais perfeita miséria abrindo caminho à República.
Ó homem, leia livros.
Ou seja, você gosta é de Revoluções, porque gosta, prontos. Não gosta para que algo seja mudado .
Mas está certo, uma revolução, ironicamente é isso mesmo , uma volta de 360º. No fim fica tudo na mesma.
Cumps
RS
Prontos, se o diz, quem sou eu para o contrariar a meu próprio respeito.
Estes pequenos tiques salazarentos são assim tão irrepremíveis?
Pois, como a revolução de 74, a revolução indiana, a revolução para acabar com o apartheid, a revolução irlandesa, a revolução protestante…
Como a revolução francesa e a russa não obrigaram muitos outros países a mudarem rapidamente o direito das pessoas… O status quo é que é.
É engraçado que aqueles que falam mais de “mudança” são os primeiros a negá-la, chamando automaticamente “fascistas” ou “extrema-direita” a quem propõe que a Constituição seja mudada, não apresentando motivos válidos para o não o fazer. Curiosamente são os mesmos que defendem muito a “legitimidade popular”, mas só quando lhes convém. São os mesmos que apelidam de fascistas tudo o que não concorda com eles, mas são os primeiros a proteger crápulas como aqueles do PREC que quase implementaram uma nova ditadura, precisamente violando o “espírito de Abril”, o espírito da democracia, com o qual tanto gostam de encher a boca mas de nada sabem. Quando se é para discutir uma reforma do poder político, cai-se no vazio, porque quem propõe uma reforma constitucional é um “fascista.”
Podem dizer o que quiserem, mas têm exactamente a mesma mentalidade dos fascistas que tanto criticam:
1933 ” Podes ter a ideologia que quiseres – desde que devas respeitinho ao Doutor Salazar e ao Estado Novo, se não és um perigoso “comunista”.
1975 ” Podes ter a ideologia que quiseres, desde que respeites o “socialismo” e que tenhas respeitinho à Constituição que não votaste e aos “militares de Abril” que andam a matar pessoas indiscriminadamente, senão és um perigoso ” fascista”.
Descubram as diferenças.