Se tenho a gabar uma atitude de António Costa, por sinal filho de uma notável jornalista portuguesa, destaco um virar de página na tradicional subserviência dos dirigentes políticos perante a comunicação social. Compreende-se, qualquer um por despeito pode meter uma vírgula onde não houve uma pausa e desmentir nunca resolve o assunto, mas está mal.
Primeiro foi a recusa em responder ao que agora é moda: fazer esperas e meter o microfone e perguntas à frente, mesmo que o assunto não tenha relevo de maior, num exemplo de violência jornalística que me recorda certos brasileiros, quando apanham um algemado pela frente. Todos temos o legítimo direito a não sermos chateados.
E agora soube reagir a um texto, de opinião, é certo, que uma voz dos donos no Expresso dirigiu ao PS e a si próprio. Fez muito bem, não faltava mais nada que um dirigente político não pudesse criticar a opinião alheia. Os jornalistas não são inimputáveis: podem e devem ser criticados, tanto no exercício da sua profissão como no seu, legítimo, direito a opinar.
Curioso que João Vieira Pereira faça do caso um escândalo de lesa-majestade, afirmando nomeadamente que nem quando investigou o BES, e sentiu medo, tenha recebido uma mensagem directa dos visados. Curioso porque cá na casa conhecemos bem como trabalhava Paulo Padrão, director de comunicação do BES, e não foi isso que se entendeu no Expresso a propósito do nosso caso.
Escrevo isto porque pela extrema-direita vai um burburinho, tendo um sms pessoal de António Costa sido tomado como pressão inqualificável, já que o Director do jornal é seu irmão. Um dos problemas da burguesia, nepotista, habituada à solidariedade da casta, eternamente monárquica, é não perceber que nem todos funcionam como eles; outros são republicanos, colocam até o lugar à disposição quando na família mais chegada se alcança uma grande responsabilidade política. É genético, é de classe e falta dela, não há cura para o mal.
eheheheh! ai se fosse o Relvas…Como dizia uma das referências do partido do Costa: para os amigos, tudo; para os inimigos, nada!; para os outros cumpra-se a lei.
Este post é um verdadeiro anilingus.
Nunca nos devemos espantar com a incapacidade da burguesia em perceber que aplaudir pontualmente um adversário político é perfeitamente normal em democracia.
Tinham de entender o que é a democracia, o que quem invoca um Relvas nunca conseguirá.
Eu entendo, com limitações, mas entendo. Você é que pelos vistos gosta de ver o chicote na mão de alguns, desde que goste deles. Não há nada como a superioridade moral da esquerda para justificar o Injustificável, não é?
Quanto ao Relvas, o sr Cardoso percebeu bem porque é que eu falei nele; ou já se esqueceu o que aqui escreveu quando foi do “caso” com o Publico?
Estamos a comparar telefonar à directora com mandar um sms ao próprio. Já sei, beira da estrada e estrada da Beira é tudo asfalto.
É preciso lata! Em primeiro lugar, o jornalista não se referiu, uma única vez, a António Costa. Comentou o programa e táctica do PS. Em segundo lugar, o António Costa não respondeu à crítica: enviou um sms a insultar.
Para concluir, já não é a primeira vez que o Costa insulta jornalistas por não gostar das opiniões.
Em primeiro lugar não é preciso citar o nome para insultar alguém. Em segundo lugar, pagou-lhe da mesma moeda.
E faz ele muito bem em responder à opinião de quem quer que seja como muito bem entenda.
Chama-se democracia, que ainda é um sistema onde se vota, supostamente em liberdade, e não às ordens dos cães que ladram à voz do dono. Como é o caso deste cavalheiro, useiro e vezeiro na pregação do catecismo neoliberal.
Adoro estes democratas! Há falta de argumentos, carregam nos adjectivos e nos insultos. O António Costa respondeu a opiniões com insultos, não as rebateu. Resumindo: demonstrou ser um burgesso e ter a mesma consideração pela liberdade de imprensa que tinha o 44.
Opinião o tanas, eu li o artigo. Se aquilo não é insultuoso, é o quê?
Leste-o pelo português antigo ou pelo acordo ortográfico?
Estou habituado a ler em várias ortografias. Agora que para um neoliberal aquilo não seja insulto, compreendo, à força de se chafurdar na lama um charco parece água limpa.
Em matéria de tentar condicionar a comunicação social, o PS tem um passado triste. A sua luta pela Liberdade de expressão no PREC, à qual Portugal muito deve, serviu de pretexto para muitas tropelias. O pior de todos terá sido Mário Soares…
Isso não nego, muito pelo contrário. Mas não é o caso, que não passa de um desviar de atenção para o que os OCS querem fazer nas campanhas eleitorais, isso sim, um grave atentado à democracia.
Bem, aqui estamos quase de acordo. Todos advogamos o bom senso, só que o diabo está nos detalhes. Imaginemos que o partido A tem um dia calmo em termos de campanha, já o líder do partido B comete uma gaffe daquelas capazes de condicionar toda a eleição. Que deve a comunicação social fazer? O mesmo tempo a ambos? Evitar omitir opinião à gaffe do líder do partido B? Nas autárquicas a comunicação social abdicou de cobrir as eleições. E nada prática nada a obriga a fazê-lo. Apenas a manter imparcialidade absoluta, caso o decida fazer…
Uma coisa é o critério jornalístico, gaffe é gaffe e merece destaque, outra fingir que só concorrem 5 partidos às eleições. É o que eles pretendem.
Tens razão: é a classe e a falta dela.
E já que falaste em falta de classe, o que é que escreveste (ou pensaste) de algo parecido feito pelo Miguel Relvas?
Parecido? olha, lê o comentário acima. Não gosto de me repetir.
http://www.cm-lisboa.pt/uploads/pics/_ASR6111_Je_Suis_Charlie_01.jpg
Li o artigo de JVP e não tenho dúvidas que o jornalista emitiu a sua análise ao trabalho dos economistas e descobriu (se gosta ou não disso é com ele, a democracia também existe para ele poder ter a sua opinião de esquerda ou de direita), a real proximidade do documento à estratégia do PSD-PP atual e claro denunciou o facto.
Li o SMS de Costa e fez-me perspetivar os tempos da perseguição pessoal a jornalistas incómodos, se bons não sei, claro JVP denunciou o facto (a democracia também existe para ele o poder fazer livremente).
Sim, seguramente que outros políticos de quadrantes vários também tentaram controlar os OCS, só que um mal se vier de Portas ou Relvas não é pior do que se tiver proveniência de Sócrates ou Costa, é simplesmente tão NOJENTO como esta tentativa, só que esta perspetiva o pior pois vem de alguém que ainda aspira por mais poder e foi número 2 de Sócrates com tudo o que este personifica de perseguição a alguns jornalistas.
Para alguém que quer ser diferente de Sócrates e do tempo de Passos assusta que seja pelo facto de pelo programa e pelo sms indiciar que quer reunir o pior dos dois mundos.
Mentira: JVP não critica o trabalho dos economistas, mas sim o facto de o PS lhes ter pedido esse trabalho.
Nem podia ser de outra forma, porque tanto o JVP como todos os que aqui vêm ao choradinho estão de acordo com esse trabalho, e isso é que vos dana: ficaram sem poder discordar das propostas do PS porque elas, mais vírgula menos parêntesis, iguais às do PSD e seu táxi.
Como não podem discordar do essencial, andam agora entretidos com um fait divers da treta. E vão ter que inventar muitos mais nos próximos tempos.
É uma chatice, mas é a vida.
Mentir por mentir também o JJC pode ter a sua interpretação, se é que JJC acredita na sua mentira. JVP começa logo por dizer: O que me leva a pensar que o relatório “Uma década para Portugal” está muito mais à direita do PS do que seria de esperar.” Por isso é uma análise crítica ao trabalho com o pensamento dele. Concorde-se ou não com ele.
Portanto, de isenção por isenção, tanto JJC como JVP tomam a que querem,
A mim não me dana nada, mesmo que JJC minta ao dizer isto, só não sei se acredita ou não nessa mentira de tal me danar.
Chatice é JJC é chamar fait divers ao assunto quando foi ele, como autor deste post, coloca o assunto à discussão.
Não tenho complexo em dizer que egoisticamente me convém que o PS ganhe, não tanto para aplicar o programa de Passos, embora suspeite e tema que tal, ironicamente, seja conseguir-se uma viragem mais à direita da Constituição e da interpretação de TC.
Em termos de longo prazo não sei se será vantajoso ou não para Portugal essa mais que provável viragem à direita da Governação de Costa, embora sendo menos exposta às críticas de pessoas como JCC suspeite que pode ser bem menos social para as próximas gerações.
Vamos a factos, estes são os dois excertos que correspondem à crítica da António Costa:
https://aventadores.files.wordpress.com/2015/05/jvp1.png
..
https://aventadores.files.wordpress.com/2015/05/jvp-2.png
E por último: o tema do meu texto é a atitude, correcta, de António Costa, que já tinha mandando uma jornalista armada em emplastra dar uma volta, e precisamente o sururu que a direita anda a fazer com uma crítica feita em privado, e com toda a legitimidade, concorde-se ou não com ela.
Comparar isto com o Relvas, ou com o Sócrates, já é do campo do delírio.
Sim, tudo o que não seja concordar consigo é delírio, não é o único a pensar assim em relação aos seus pensamentos. Alguns tornaram-se mesmo muito maus como seres humanos quando tiveram o poder nas mãos, outros não, felizmente estes casos também existem, embora raros.
Eu prefiro tentar ser isento, a ir nas suas imposições.
Admiro a sua visão de atitude correta de Costa, tal como a da maquinação (não vi o twitter mencionado) referido no post do Insurgente (desculpa se para si é um delírio eu ler este blogue, embora também nem sempre vá pelo que eles dizem já que muitos têm a mesma isenção de JJC, só varia o ângulo).
“O irmão de António Costa afirmou na sua conta do Twitter que a resposta de JVP, no seu habitual artigo de opinião (suplemento Economia, página 3), “foi tudo decidido em equipa”. Portanto, decidiram que o sms-ataque foi ao autor e não ao jornalista. E isso não merecia grande destaque…”
O sentido de seita é tramado; que o diga a Exma Sra Dr Estrela que tem uma imparcialidade igual a do deste post. um mimo!!
A minha imparcialidade é muito clara: eu discuto, discordo e até combato, o programa económico do PS.
Quem não o pode fazer porque tem um igual, embora sem vaselina, inventa casos por causa deste sms.