O estranho caso das chamadas de valor acrescentado ou quem manda nisto tudo são as televisões

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Desde que foram inventadas as chamadas telefónicas de valor acrescentado são uma mina de ouro para burlões e outros vigaristas. Houve o tempo do telesexo, hoje estamos na fase banhadas através da net e também das televisões e seus passatempos.

Traço permanente: as dívidas incobráveis que estragam o negócio às empresas de telecomunicações. Vai daí algumas decidiram, sobre pressão da Deco e da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, criar  um barramento automático destes números para clientes sem saldo. Quem não demonstra ter dinheiro que não tenha vícios.

É óbvio que o negócio das televisões neste campeonato é sujo e baixo, ao ter como público alvo analfabetos funcionais ou não, gente que nem se apercebe do risco e despesa onde se está a meter. É óbvio que num país civilizado se protegem esses consumidores, convencidos que interactivo é à borla ou custa pouco dinheiro. Em 2013 SIC e TVI ganharam 99,8 milhões por esta via.

Ora, quando uma SIC reduz os lucros para metade, alguém tem de intervir: a ANACOM proibiu os barramentos. ANACOM significa Autoridade Nacional de Comunicações e é responsável pela impunidade com que o cartel das telecomunicações nos assalta o bolso, vende acessos ilimitados à net que têm limite, aceita fidelizações até à eternidade, etc. etc. O capitalismo à portuguesa no seu melhor.

Comments

  1. Nightwish says:

    A culpa é do estado que não tinha nada que se meter no assunto, se deixasse a concorrência funcionar as pessoas escolhiam de outra forma.
    /sarcasmo

    • ZE LOPES says:

      Ó Nightwish, francamente! Por que razão se hão-de pagar pensões a improdutivos? Pois, para eles concorrerem a “roletas” promovidas por empresas casino-liberais (mas só na TV! A entrada nos casinos deve-lhes continuar a ser vedada, porque usam gravatas de muito má qualidade, até parecem atacadores, brrr…)! De outro modo ainda iam gastar aquilo em férias e outros luxos! Ou até comida! Sujeitos a obesidade e a apanharem diabetes…

  2. “O capitalismo à portuguesa no seu melhor.”

    -A frase final faz com que estejamos de acordo. Em tempos trabalhei numa multinacional em Portugal, que a determinada altura se deu conta que pagava chamadas para o golo da jornada, televotos e linhas eróticas. Não precisou barrar chamadas, introduziu a necessidade de código individual antes de cada chamada, cada colaborador tinha o seu e acabou-se o regabofe.
    E existem crianças em casa, que serão obviamente inimputáveis, mas os pais não. Também por isso surgiram os barramentos, sempre a pedido do cliente. Ora um barramento é ilegal? Tenham dó. A soldo de quem anda a ANACOM? Criam reguladores para salvar os clientes das operadoras, mas afinal quem os salvará do regulador?
    Só vem dar razão aos que como eu afirmam, não são precisos reguladores. São precisos sim, leis claras e Tribunais que funcionem. O resto é burocracia e despesismo, paga pelo contribuinte…

    • Rui Silva says:

      Caro António de Almeida,
      julgo que tem toda a razão. Porque será que custa tanto a alguns o livre arbítrio, e a responsabilidade individual ?

      cumps

      Rui SIlva

    • Raquel says:

      Caríssimos Luís e Rui Silva
      Sou jornalista da revista Sábado e gostaria de falar convosco sobre o tema, para um artigo que estou a preparar. Podem indicar-me com a máxima brevidade?
      Obrigada

  3. luis says:

    Vergonhoso, indecente, sem qualificação possível são os programas “DILEMA” na SIC e “CARTAS DA ALMA” na TVI. Enquanto todas as outras situações são jogos de forma bem explicita, estes valem-se de pessoas que, em grande número, apresentam indícios de perturbação ou atravessam dificuldades para as extorquir. Não há vergonha……

  4. Raquel says:

    Caro António de Almeida que publicou o post, “O capitalismo à portuguesa no seu melhor.”
    Sou jornalista da revista Sábado e gostaria de falar consigo sobre o tema, para um artigo que estou a preparar. Pode indicar-me um contacto (mail ou facebook) com a máxima brevidade?
    Obrigada

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