Uma perguntinha singela

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Apesar de compreender (e sem pingo de anti-comunismo primário, faço notar), a posição histórica do PCP relativamente ao PS, cuja social-democracia os comunistas teimam em encarar como um mal maior do que o liberalismo económico do PSD (e estas designações precisariam de mudar, pois claro), não conheço presentemente outra solução governativa com verdadeiro interesse para o povo que não seja a de ajudar o PS das PPPs, coitado, a governar à esquerda. Assim, pergunto: vai o PCP chegar-se à frente para um acordo pré-eleitoral com o PS, ou bastar-lhe-á continuar a fazer oposição (sem resultados que o povo veja na sua vida concreta) e esperar (apesar da grande fé que põe na espera) pela “sublevação histórica” das massas indignadas, num dia qualquer de um futuro sem horizonte à vista no tempo útil da vida das actuais gerações? A pergunta é extensiva ao Bloco de Esquerda e a todos os partidos e movimentos emanados da utopia socialista do século XX.

Comments

  1. Konigvs says:

    Acho que a pergunta deveria ser extensível aos outros 156789 partidos/movimentos/ de esquerda… e neste momento que acabo de escrever, já se dever ter criado mais uns dez que acabaram de sair do Bloco de Esquerda.
    O problema da esquerda é andar sempre a ver qual é a pilinha que curva mais para a esquerda. E graças à esquerda, um senil de direita chegou a presidente da república, o governo minoritário do PS caiu, veio do FMI e o PSD, com a muleta do CDS comeu o resto.

    • Esses partidos de esquerda que refere são apenas grupelhos pagos pelo ps-bochechas. E deixe-me dizer-lhe que o psd e a muleta não são de direita, mas sim de extrema-direita veja-se os campos de concentração que o governo e o ps implementaram nos hospitais, e sim o ps é igualmente fascista como o cds e o psd, portanto são a nova união nacional, se houver dúvidas basta ver quantas pessoas já morreram devido ao fascismo económico, social e político.

  2. Acordo pré/eleitoral entre PS e PCP? é retórica, certamente.

  3. Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

    A cara Sarah pode não ter qualquer pingo de anti comunismo primário, mas na sua redacção parece evidente a ideia que se o PS tiver que governar sozinho é porque as forças de esquerda (PC e BE) se não “chegam à frente”.
    Pessoalmente entendo que a posição política do PS tem sido, desde há quarenta anos, pegar fogo à barraca e chamar os bombeiros de seguida, permitindo que a direita e a extrema direita se organizassem para o assalto a que assistimos, que ainda hoje dura e que tem reduzido este país a escombros. E neste contexto pergunto se foi a esquerda que se demarcou do PS, ou se não terá sido o PS que, decididamente, escolheu o seu caminho, juntando-se definitivamente à direita. O PS de hoje já não é vermelho e a sua cor actual, tal como as políticas, estão muito mais próximas do laranja.
    E termino com uma questão: Estaremos a assistir neste início do século XXI ao aparecimento de um movimento neo fascista que de utópico nada tem?
    Tenho a certeza que sim e seria bom que o PS definisse de uma vez por todas a companhia e a linha política que pretende seguir e assim sendo que se “chegasse mesmo à frente”.

  4. Mário Reis says:

    No seu ambíguo programa nem consegue assegurar que vai revogar as medidas mais duras impostas pelo liberalismo económico do PSD que o PS acelerou desde 2005. Vistas com olhos de ver, as suas propostas inserem-se num projeto de compromisso com a continuidade. São autenticas vigarices.
    Acenam com a cenoura na oposição.
    O que garante o PS senão aprofundar a estrutura imperial de favor às corporações que lavam as mãos sobre responsabilidades futuras, necessidades sociais, dignidade e valores como a liberdade, justiça e fraternidade.
    Sara, um PS oportunista e colaboracionista no processo de formação de uma união europeia que renunciou aos trabalhadores e aos seres humanos em geral é o que nos interessa?

    • Sarah Adamopoulos says:

      A União Europeia, anteriormente melhor designada por Comunidade Económica, não foi jamais criada para servir ‘trabalhadores’, como lhes chama.

      • Mário Reis says:

        Minha cara,
        A prova, são os longos de 40 penosos anos, aí está: quem nos colocou no buraco em que estamos, assinaram documentos programáticos que destróiem Portugal e os sonhos de abril e deixa “os portugueses às penas do calvário.”
        Bem gostaria de dizer coisa diferente, mas como não vivo em estado de negação, não posso deixar de ver as coisas como elas são. Desde 77 que deixei de os seguir… O seu ADN, digo-o com conhecimento de causa, é de vigarista. O oportunismo e o taxismo é o que interessa.

  5. Penso que é claro para todos que se o BE puder oferecer uma maioria absoluta ao PS não hesitará em fazer esse negócio. É a fome com a vontade de comer.

  6. ZE LOPES says:

    Pois não! É só dizerem lá do Rato! E aposto que se o Pinto da Costa também precisar de uns votos para ser eleito no FCP, o Luís Filipe Vieira manda logo os “No Name Boys”. Só que neste caso é a vontade de comer com a vontade de comer!

  7. O PS é só mais um exemplar a juntar aos PS de Espanha, França, Itália e Grécia. Todos têm o apoio do grande capital e de socialistas só têm o nome. A “matriz socialista” só serve para enganar os incautos (infelizmente são muitos). O PS português já mudou de cor e símbolo e há muito anos que a palavra social democracia foi eliminada do vocabulário, mais precisamente metida na gaveta.
    O post faz parte da mensagem que os socialistas querem fazer passar que o PC e o BE são partidos de protesto e não querem ter responsabilidades governativas, na ânsia de pescar votos à esquerda que não tem por deus o dinheiro.
    O PS está infestado de gente que pelo seu passado e presente só serve grupos de interesses. Não falo em “casos” que envolveram e envolvem altos dirigentes do PS, mas quando ontem ao ligar a tv deparo com uma condenada a SEIS anos de prisão com pena suspensa, pensei: a lurdinhas a ser reabilitada para voos futuros.
    O PS se precisar de apoio para governar faz o que sempre fez: coliga-se com os do costume PSD ou CDS. A UGT, CIP,CCP e a CAP são certos. O Livre e sucedâneos farão o papel para que foram criados.

  8. Sarah Adamopoulos says:

    Se não são (ou não têm sido até agora) partidos de protesto, como explica que não sejam capazes de agir minimamente sobre a realidade? Tiveram razão em tanta coisa que disseram na altura da adesão à CEE, e então? Não a impediram. E não me venha com as vitórias locais, que isso acabou, e agora o que há é a vitória esmagadora da abstenção, com o PC a governar localmente representando minorias, de populações que atingem em diversos lugares do País os 60%.
    E já agora, o post não é do PS, nem a sua autora tem por deus o dinheiro.

  9. Esta publicação é uma verdadeira anedota, como é que o ps sai da extrema-direita aliada ao psd e cds para se virar à esquerda?! O seu anti-comunismo é gritante realmente, mas o que é ainda mais gritante é levar o ps para um lado onde ele nunca esteve, nem nunca estará que é à esquerda. E faça um favor não faça dos leitores uns parvos.

  10. Nightwish says:

    Coligação com um partido que quer uma união europeia e um euro a qualquer custo e independentemente do que são e representam? Um partido que se recusa a aceitar a falência do país e que para sair disto é preciso romper com modelos económicos que não acertam uma, e que se recusa a aceitar a necessidade de outra moeda e de uma reestruturação da dívida para os nossos filhos e sobrinhos terem possibilidade de futuro?
    Para quê, para fingir que podemos voltar já nem são 5, nem 10, mas 15 anos atrás, ao mesmo tempo que quer cumprir um Tratado Orçamental que, além de ser um economicamente um disparate absoluto, obriga a mais duas décadas de austeridade?
    Nem coligação nem votos, querem é tachos e continuar a controlar a guerra de classes.

  11. Rui Silva says:

    Uma perguntinha singela,

    Porque é os países mais atrasados são governados pelas “esquerdas” ?

    cumps

    Rui SIlva

    • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

      Porque são de “esquerda” … Esquerda e direita são hoje verdadeiros chavões e o que falta. de facto, são políticos honestos. Ainda ontem ouvi a nossa múmia presidencial falando dos jovens esquecendo o que o SUA política lhes fez. Tal como fala da agricultura, esquecendo-se que a destruiu. Ainda não falou das pescas que também destruiu, mas o seu diabólico mandato ainda não chegou ao fim. O problema do atraso está na honestidade (ou falta dela) desta cambada de miseráveis e incompetentes políticos que nos governa.

      • Sarah Adamopoulos says:

        Sim, é tempo de renomear o que significa ser-se de esquerda ou de direita. São inquestionavelmente palavras do outro século. Mas transportam razões e diferenças.

    • ZE LOPES says:

      Pois, estão atrasados,estão! Nunca mais chegam, caraças!

    • ZE LOPES says:

      Eu tenho uma explicação: se calhar atrasaram-se de propósito. É que lá na frente anda tudo à trolha e o ambiente está putrefacto! Mais vale ir devagarinho…

  12. Rui Moringa says:

    Li o texto com atenção, assim como os comentários todos.
    Alguns dos comentários têm um aparência de fundamentação lógica, mas resvalam um pouco para o impulso das ideias feitas disseminadas pela propaganda.
    Reconheço de imediato que é difícil fugir a esses impulsos.
    Bem, um acordo que sustente algo colectivo da “esquerda” seria efectivamente inovador. Mas que política inovadora tem o PS para oferecer? E o PC? E o Bloco? E…? Pretende-se apenas o somatório dos votos para governar? Isso é alguma coisa, mas é pouquíssimo. É substituir umas “marionetas” (alguém as acciona?!) por outras.
    Pela primeira vez depois do 25 de Abril 74 irei abster-me, porquê?
    O PS não tem propostas que se possam descortinar no meio do discurso dos seus dirigentes. Foi o partido que nos meteu na CEE, sem referendo- O campeão da democracia…!
    Chegamos à moeda única sem referendo. E o povo é quem mais ordena?!
    A chamada direita sabe bem o que quer e realiza, mesmo que tenham de mentir sistematicamente. Reparo que o tal Sr. Passos Coelho fala de desemprego como se não fosse o responsável actual por esse problema.
    E, em democracia, quais são as alternativas, para os eleitores, quando os políticos mentem relativamente ao enunciado no programa político e a execução governativa?
    Alguém está preocupado em encontrar mecanismos para impedir isto? Temos de esperar pelo fim da legislatura? É demasiado tempo. Há primeira tentativa de uma medida fora do programa o presidente deve demitir o governo, ou deveria ser levada a referendo.
    Também deveriam pedir ao PCP que se pronunciasse sobre o capital do governo chinês no nosso país. Este capital já é bom, relativamente ao da Goldman Sachs?
    Para votar em algum partido teria de ver muito claro:
    Como vão atrair investimento e de quem?
    Porque não mexem nas leis das sociedades para permitir a participação mais forte dos trabalhadores no capital das empresas?
    Porque não mexem nas leis para impedir a fraude nas sociedades e a gestão danosa que a todos prejudica? Não ouvi nada sobre isto.
    Isto são apenas alguns aspectos que gostaria de poder ver nos programas eleitorais.
    Um passarinho já me confidenciou que no interior de alguns partidos (PS, PSD, CDS) a questão é: Quem vai entrar nas listas de deputados. Parece que a disputa é renhida e vai aumentar.
    Estão a ver que é mais do mesmo.
    Â festa do PS terá orçamento chines assegurado. Consta que o seu líder foi à China garantir isto, para além de discursar nas festa dos chineses em Portugal.
    Bem por aqui fico…

    • Sarah Adamopoulos says:

      O comentário mais pertinente, sem dúvida: 1. por definição, não há fundamentação lógica na fé – pois as ideias feitas são tão bem disseminadas pela propaganda que são já há muito parte das próprias pessoas que as defendem – independentemente de tudo, e até mesmo da realidade que lhes é dada a ver no dia-a-dia. 2. Concordo que é preciso mais do que substituir «umas “marionetas” (alguém as acciona?!) por outras». Mas alguém terá de governar com Bruxelas… isso é certo. 3. sobre a intenção em abster-se: lamento-a imenso, embora compreenda as suas razões. Mas lembro ainda assim que tem sido a abstenção (e não apenas em Portugal) que tem gerado as “marionetas” e as “maiorias” que representam cada vez menos cidadãos. O povo não ordena, efectivamente. Porque se demite, obviamente :), e assim fazendo entrega a outros as decisões (de entrar na UE e no euro sem lhe perguntar nada nem ler os tratados, por exemplo). 4. aplaudo a sugestão relativamente ao PCP e à origem daquilo a que chama “os bons e maus capitais de investimento no País”. É uma outra boa perguntinha singela. 5. para mexer nas leis, como diz, é preciso que possam ser votadas por uma maioria de deputados. O sistema eleitoral: como reformá-lo se ninguém sequer o refere nos corredores da AR? Mas lá está: abstendo-se, entregará os pontos ao partido mais votado (mesmo que apenas metade – ou menos, como aconteceu na reeleição do actual PR – do universo de eleitores vote). Cumps.

  13. Rui Moringa says:

    Digo À em vez de Há.

  14. Rui Silva says:

    <

  15. Rui Moringa says:

    Sarah,
    Agradeço o seu comentário.
    Quando disse que pensava abster-me, é verdade. Compreendo o seu alerta para o destino final da minha intensão de abster-me. Esperarei sempre por alguma proposta política que seja exequível e inovadora.
    Sabe o “jogo” eleitoral está montado e é difícil romper com algumas “regrinhas” do estado das coisas.

    Bom Domingo para todos.

  16. Edgar says:

    Mudar de governo e mudar de política são duas coisas absolutamente diferentes. Nestas últimas décadas, as mudanças de governo entre o PS e o PSD não significaram, no essencial e estruturante (veja-se, por exemplo, a legislação laboral) grandes modificações de política; as propostas até agora avançadas pelo PS poderiam perfeitamente ser apadrinhadas pelo PSD: por que é que se exige ao PCP que se aproxime das políticas do PS e não se exige ao PS que rompa de vez com as política de direita?

  17. Hélder P. says:

    Não faço ideia se o PCP tem reais aspirações de alguma vez ser governo, o que sei é que com este PS, não os censuro por quererem manter distância.

    Faria sentido o PCP (melhor dizendo a CDU) viabilizar uma maioria se esta fosse realmente para um programa de esquerda. Aí de facto, era hora para colocar os sectarismos de parte e tentar arranjar uma solução “patriótica e de esquerda”. Ora, o PS está a milhas disso, veja o programa económico do Mário Centeno e diga-me se aquilo não parece um documento da coligação PSD/CDS. Alude à liberalização dos despedimentos ao mesmo tempo que descapitaliza a Seg. Social!

  18. A liberdade (no mais amplo sentido da palavra) já os portugueses a perderam e com o decisivo contributo do PS. Sei que alguns deram um forte contributo para melhoria da qualidade de vida dos portugueses após o 25, mas esses estão velhos e assistem à destruição da escola pública, da contratação colectiva, do SNS. Chegado aqui, já não consigo ordenar um pensamento, vejo as filas de pessoas às 7 horas da manhã à chuva e ao frio à espera que o Centro de Saúde abra para tentar conseguir uma consulta, lembro-me do que se passa nas urgências dos hospitais. E lembro-me que o candidato do PS a 1°ministro ainda à pouco dizia na Quadratura do Circulo que “o ministro Paulo Macedo estava a fazer um bom trabalho”.

  19. A.Silva says:

    Lá vem a mesma lenga-lenga idiota de que é a esquerda que não gosta do ps. De uma vez por todas, o ps não é de esquerda, o ps está capturado pelos grandes interesses económicos nacionais e estrangeiros, o ps, tal como psd e cds estão ao serviço do capital.

    É o ps que tem de se unir à esquerda, se quer ajudar o país a sair do marasmo em que se encontra e não o contrário.

    Pode ser dificil a esquerda chegar ao poder sem o ps, mas com este ps é impossivel.

    • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

      Completamente de acordo.
      É pena o PS não ter ficado refém do seu nome.
      Pintou a bandeira de rosa (quem sabe se por influêncoa “gay”), meteu o socialismo na gaveta e agora, joga com a direita com fardamento de esquerda.
      Isso, é batota. Não se assumem pelo que são.
      Este PS é claramente de direita e por isso, vai jogando coma extrema direita e fugindo a sete pés da esquerda.
      É pena…

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