No ano 30 D.C., Portugal é novamente um país pobre e onde se passa fome. Lentamente, vemos o SNS, de já nos orgulhámos, a definhar e assistimos ao colapso de dois bancos, com enorme custo para os portugueses. A justiça continua sem funcionar e na educação já não se consegue arrancar um ano lectivo a tempo e horas. A distribuição de riqueza é mais assimétrica e, para sobreviverem, milhares de portugueses abandonaram o país.
Durante estes 30 anos, Cavaco Silva foi um protagonista de primeira linha. Primeiro como primeiro-ministro num período de abundante chegada de dinheiro ao país. Teve duas maiorias absolutas que serviram para tornar o país dependente da construção e dos subsídios. Durante esses dois mandatos, destruiu a agricultura e as pescas, através dos subsídios que distribuiu a troco do fim de actividade. Fomentou o fim da produção industrial, trocando-a pelo “petróleo verde”, como então chamou um dos seus ministros à eucaliptização do país, e pelo turismo, esse mesmo que plantou o litoral com betão até às falésias nas quais, por alguns anos, viveram galinhas de ovos de ouro. Foi nos seus mandatos que nasceu o BPN, com o seu aval político e no qual fez dinheiro, via SLN. Foi enquanto primeiro-ministro que o país foi sendo entretido em formação profissional fictícia – tanto dinheiro que por aqui jorrou.
As duas maiorias absolutas acabaram com os portugueses fartos de Cavaco Silva mas bastaram outros 10 anos para que o elegessem por duas vezes para a presidência da república. Dois mandatos de intrigas, como a invenção das escutas em Belém, e de dois pesos e duas medidas. Com Sócrates era contra o aumento de impostos, afirmando que já se tinha atingido o limite. Com Passos Coelho não só os admitiu como os fomentou, quando aprovou o primeiro orçamento de estado inconstitucional, reconhecendo-lhe essas inconstitucionalidades mas, mesmo assim, promulgando-o. Foram 10 anos de silêncios cirúrgicos e, nos últimos quatro, de colagem ao governo liderado pelo primeiro-ministro do seu partido. Esse mesmo que aproveitou a troika para levar a cabo um programa não sufragado, tão bem resumido na expressão de Passos Coelho “ir além da troika”.
30 anos Depois de Cavaco (D.C.) há-de ficar para a História o registo de um político que, sendo-o, sempre fingiu não o ser. A marca estava lá, para quem a quisesse ver, desde a primeira hora. Foi ao congresso que o elegeu na Figueira da Foz sob o pretexto de uma revisão do seu carro, sem assumir ao que ia. Aníbal Cavaco Silva, de cognome O Dissimulado, foi eleito líder do PSD há 30 anos.
Ainda tem a coragem depois de tanta mentira desejarem, serem movamente eleitos.fora com esta gente.quem foi avisado que o banco ia falir? A mumia.por isso levantou as acções e vendeu.
Cavaco é mesmo como os eucaliptos; seca tudo à sua volta.
A vontade que me dá, se tivesse uma máquina do tempo, de viajar a 1985 e fazer uma “revisão” ao carro do Sr. Silva.
Ora aqui está o pai do monstro. É o grande responsável pela hecatombe e depois diz não ser nada com ele. Hipocrisia e tacanhez são características deste “não político”.
não esquecer, a poetisa cavaca,essa influencia “literaria” em tudo quanto é livro de tarot/cozinha/autopromoção/autoelogio e tantos “bons” sentimentos,tanta “piedade”…enfim,não esqueçam os inesqueciveis “encontros literarios” promovidos pela santa poetisa cavaca ,nos ultimos 10 anos,no palacio de Belem.
O post tem claramente um alvo errado.
Cavaco é o que é, mas principalmente o que os incultos, desinteressados e coveiros votantes quiseram que ele fosse. Estamos a falar do pior político português desde o rei D. Afonso VI (este, ao que se sabe, era deficiente) que teve três, repito três maiorias absolutas. A responsabilidade é do Cavaco? Virem o ponto de mira e não chorem lágrimas de crocodilo.
A responsabilidade é de todo um povo, justamente o que dá maiorias absolutas a irresponsáveis, incapazes e incompetentes. E a História é clara: só irresponsáveis, incapazes e incompetentes é que votam nessa escumalha.
Mas preparem-se, pois ainda há cerca de 35% de gente que “não larga o osso”.
Virem-se para o Cavaco, virem…
Relembrem-me por favor: foi o Cavaco que nos levou à falência três vezes? O mesmo povo ignorante que deu a maioria ao Cavaco não foi o mesmo que deu a maioria ao Sócrates? Não foi essa mesma gente que possibilitou ao PS governar a maior parte do tempo?
Respondo à sua questão, pela parte que me toca.
Referi-me no meu post a Cavaco, porque ele foi o motivo desta conversa escrita. Teria escrito o mesmo se se tivesse escrito: PS, PSD, CDS, Sócrates & CIA.
Mas há um claro engano: o partido que mais tempo esteve no poder, foi o PSD. Só e coligado.
Os nossos coveiros, são conhecidos, mas o coveiro mor chama-se PSD e o nome do personagem mais sinistro da política, é mesmo silva.
Fala como se a falência fosse algo que acontecesse de um momento para o outro. Mas é a colmatar de uma sequência de eventos.
O que fica de Cavaco? Dinheiro torrado em formação profissional forjada, betão a mais e um banco para pagarmos.
Teve tudo. As maiorias, o dinheiro e o momento. Falhou.
Criou e alimentou o monstro, esse mesmo que atirou à cara de Guterres mas que, mais tarde, Cadilhe repôs a paternidade. Governou entre trapaceiros e nada viu?
Foi eleito, pelo que não não está sozinho no apocalípse.
Só sei de uma e por isso não falo nas outras, mas parece-me que o PSD tem assim um bocadinho a ver com o BPN, com a entrada e manutenção na UE a qualquer custo e com o desastre completo chamado Euro, assim à primeira vista.
Por acaso foi Guterres quem nos arrastou para o euro.
E o PSD sempre foi contra, certo?
Nada disso. Mas a paternidade a quem a merece.
Pelo que sei na intervenção do FMI de 1983, o governo da AD (PSD/CDS-PP) liderada por Sá Carneiro e depois Pinto Balsemão, tem muita culpa no cartório.
De 1977, não sei o suficiente para me pronunciar.
Deixo aqui um recado aos portugueses que costumam votar: Se um dia o senhor Silva voltar à política, não se esqueçam de voltar a confiar-lhe o vosso voto. Ele já deu muitas provas de que o merece. Como não existe no sistema de pontuação português um ponto de ironia, termino o meu comentário com um “lol”.