Apanhado na mentira, Passos Coelho introduz uma diversão

Na passada segunda-feira, o sr. Passos procurou refazer o passado quanto ao que disse sobre ter incentivado os portugueses a emigrarem. O registo de vídeo não engana e aí está para quem quiser ouvir.

Apanhado na mentira, qual foi a estratégia de Passos Coelho? Negar até ao fim, tal como nega o marido apanhado de calças na mão e a dizer “mas querida, só estamos a falar”.

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Ontem, o sr. Passos voltou a negar e, para lançar a dúvida, puxou de uma suposta citação que lhe atribuiriam sobre a refundação do estado.

Esta terça-feira, o governante adiantou ainda que existem outros mitos a circular: “Podem procurar o mito de que eu tenha falado da refundação do Estado. Imensos jornais falaram da refundação do Estado, numa expressão que nunca utilizei. É outro dos mitos que se associa às minhas intervenções públicas, que eu defendi a refundação do Estado”, disse em Castelo Branco.
Pedro Passos Coelho fez questão de explicar que, neste caso concreto, apelou ao espírito refundador do memorando para se fazer a reforma do Estado. [Expresso]

Acontece que uma simples pesquisa mostra que a comunicação social, no geral, não o citou incorrectamente, lendo-se nos artigos de então sobre essa tal refundação do memorando. Um truque baixo, coisas de jota, mandar procurar uma coisa, sabendo que vão encontrar outra, para assim gerar dúvida.

No entanto, um membro do seu governo até falou de facto em refundação do estado e, que se saiba, não foi desmentido.

“A ideia da refundação significa repensar as funções e a dimensão do estado. Rever o que é suposto que o Estado faça com aquilo que nós estamos dispostos a pagar.”
Teresa Morais, secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares (Sol, 09-11-2012)

E o tema da reforma do estado prologou-se, inclusivamente, durante meses, até que apareceu aquela meia dúzia de páginas em Arial 16 a que Portas chamou, eufemisticamente, de Guião da Reforma do Estado.

É relevante se se fala de reforma ou de refundação? Não. As duas expressões pressupõem a alteração de pilares base do estado e não é uma questão semântica que faz a diferença. Por exemplo, se eu disser ao sr. Passos que lhe há-de nascer um carvalho no cu, será diferente de o mandar sair da sua zona de conforto e ir dar banho ao cão?

Aqui fica a dúvida para o sr. Passos esclarecer quando também explicar a diferença entre refundação e reforma.

carvalho

Comments

  1. Konigvs says:

    Eu estou em crer, que daqui a algum tempo, não muito, será um mero mito urbano para os portugueses que Passos Coelho tenha algum dia sido um dia primeiro-ministro de Portugal.
    É que nem ele mesmo terá ideia de o ter sido. Não terá ideia se o foi ou não, tal como não teve ideia de ter recebido 5 mil euros por mês da Tecnoforma durante quatro anos.

  2. Ana A. says:

    Isto é mau demais!
    Parece que estamos no patamar das “discussões” dos putos da primária… Será que isto são os resquícios indeléveis daquelas “cenas” que pretensamente servem para integrar, mas apenas servem para acarneirar, a que chamam “praxes académicas”?!

  3. Nightwish says:

    Se o disse com essas palavras ou com outras é irrelevante: a verdade é que o quis dizer e é o que acredita.
    A menos para os idiotas que ainda vão votar nele. Para esses, talvez a eutanásia.

  4. José Guerra says:

    E Pedro negou 3 vezes

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  2. […] ser duas crianças agarradas ao avô, quiçá à sua guarda depois dos seus pais terem seguido o conselho de convite à emigração que Pedro Passos Coelho nega mas que existiu, de resto em linha com tantas outras aldrabices com que foi iludindo os portugueses ao longo de […]

  3. […] a campanha que o conduziu ao governo, entre outras mentiras descaradas como esta, esta ou esta. Ou esta […]

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