Não é a Grécia, é Portugal

portugal nao e a grecia

A campanha contra a Grécia já chegou à xenofobia germânica (o Die Welt acusa a Grécia de ter destruído a Europa de Metternich em 1821 e manda umas bojardas arianas sobre a “composição étnica do povo grego”), para não lhe chamar outra coisa.

Por cá, entre mentiras e manipulações de números, fica a acusação de que a culpa é dos gregos porque votaram no Syriza. Ora precisamente os gregos, que votaram durante décadas no seu bloco central, mudaram o rumo.

Quem ainda tem um governo inventado por um Relvas e um Marco António, facilitadores de negócios profissionais, não é a Grécia, é Portugal.

Quem tem um ministro Portas que escapa do caso dos submarinos e Portucale, não é a Grécia (que até julgou e condenou o ministro que fez o mesmo), é Portugal.

Quem tem um primeiro-ministro que andou a sacar fundos europeus para coisa alguma, caloteiro da Segurança Social e que teve uma longa carreira entre a política e os negócios, não é a Grécia, é Portugal.

Quem tem um ex-primeiro-ministro preso, que tudo indica será acusado de corrupção e absolvido porque impediu que as propostas de Cravinho fossem aprovadas, mantendo a corrupção política como crime quase impossível de provar, não é a Grécia, é Portugal.

Quem nas próximas eleições vai eleger os do costume, porque tem uma esquerda de egos incapaz de se unir e avançar para o poder, não é a Grécia, é Portugal.

Portugal não é a Grécia, pelo menos por enquanto. Tenho pena, muita pena, essa parte os gregos já resolveram.

Fotografia: Rogério Santos

Comments

  1. Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

    Há uma garnde verdade nisto tudo: A culpa vai inteirinha para os votantes.
    Culpa ligada à responsabilidades pela eleição de governos corruptos e claro, aos olhos destes, a culpa ligada à responsabilidade pela eleição desses “maléficos” extrema-esquerdistas (parece que o epíteto de “comunista” já não pega) porque se recusam a pagar o que os corruptos delapidaram.
    Mas a maior culpa dessa massa de votantes, é não exigirem o julgamento dos miseráveis que durante anos e anos protegeram e se serviram dos banqueiros, levantaram estádios, destruíram a agricultura e as pescas, construíram auto-estradas duplas e puseram os amigos em casa com pulseiras electrónicas abafando o maior pilar da democracia: a Justiça. ……..

  2. joão lopes says:

    pelo sim,pelo não e tendo em conta que ” a culpa é dos gregos porque votaram no syriza” vou pedir autorização ao “insurgente/blas…burros/mirone” …para não votar no actual governo.Não quero ser acusado de votar no governo do “enorme aumento de impostos” que conseguiu um enorme aumento de divida,desemprego e emigração em massa…

  3. Se posso sugerir a todos é que façam umas férias em Atenas e ficam a conhecer 1/3 da Grecia. Não somos muito diferentes(alias andando na rua , passo o tempo a “responder” aos gregos que acham que sou grego); a corrupção é real, na rua, nos consultorios medicos, nos impostos que quase ninguem paga, nos protecionismos que os grupos defendem como lei (portuarios,medicos, professores, justiça, transportes) e quem têm como resultado que quase tudo funciona mal e sem eficiencia . Um paraiso para os teoricos que vejo aqui falarem do que é tão facil ver in loco. Há viagem directa de Lisboa-Atenas que leva pouco mais de 3 horas e os preços são em conta; se não demorarem muito nem precisarão de cambiar por dracmas.

  4. J.Pinto says:

    Claro, a culpa é de todos, menos dos gregos.

    Em Portugal também era assim: a culpa era de todos, menos dos portugueses.

    O problema não está na alternativa (ou falta dela). Se é verdade que os governos portugueses dos últimos 40 anos têm destruído o nosso país, também é verdade que os que nunca governaram (BE, PCP, etc) defendem as mesmas políticas que nos levaram à ruína (mas com maior profundidade ainda): não defendem mais cortes, mas mais despesa; não defendem contas equilibradas, mas mais despesas e menos impostos…também defendem mais estado na economia e na sociedade (ou seja, menos liberdade). Aliás, nos países onde governam partidos de extrema esquerda (e de extrema direita também) as suas políticas só são levadas avante porque eles limitam a liberdade das pessoas (a liberdade de agir, de se expressarem, etc.). Os que mais denunciam a liberdade do 25 de abril são os que mais defendem um estado intervencionista e limitador da liberdade dos outros. Para eles, a liberdade significa confiscar os outros para que tenham acesso aos seus santos direitos.

    Voltando à Grécia: ela teve condições que nenhum outro país teve: foi-lhe perdoada metade da dívida; tem carência dos juros durante anos; os juros que paga à troica são muito menores que Portugal e Irlanda pagaram. No entanto, na Grécia, é impossível implemantar políticas e cortar onde é necessário cortar.

    Relativamente ao Syriza: é muito fácil prometer com o dinheiro dos outros. Se o governo grego é democrático, os outros governos também o são e, que eu saiba, os portugueses (tal como os restantes) nunca deram

  5. J.Pinto says:

    (continuação)

    aval para emprestar a quem já teve muito mais benefícios do que nós.

  6. Gostei em particular da implícita defesa do “há mais de 40 anos é que era bom”.
    O chorrilho de mentiras é o do costume, mas claro que sem estado, sem impostos, tudo entregue ao deus mercado, era o paraíso.
    Como se não tivesse sido esse pensamento único neoliberal a dominar a Europa nos últimos 40 anos, e que nos trouxe até aqui. Como se esta crise não tivesse começado numa Wall Street descontrolada, como se a austeridade tivesse funcionado nos países onde foi aplicada, como se existisse liberdade onde esse pensamento único tem o exclusivo na comunicação social, e como se fosse verdade que o Syriza tivesse andado a prometer seja o que for com o dinheiro dos outros, o tal que foi emprestado a governos corruptos em troca da compra de 20 mil milhões em armamento comprado à Alemanha e França, por exemplo.
    Não é delírio, embora roce a psicose, é o totalitarismo neoliberal em todo o seu esplendor.

  7. Rui Silva says:

    Bom bom é que tudo seja entregue ao Deus Socialismo.
    O mercado ( soma das vontades e decisões individuais – ou por outras palavras – Democracia) não pode ser deixado á solta. Temos que ter uns ideólogos que estão tão “acima” que devem decidir aquilo que o povo deve querer.
    Se alguém quer algo de diferente tanto pior para esses.

    cumps

    Rui Silva

    • J.Pinto says:

      É isso mesmo, Rui. Os defensores de mais estado têm medo que as pessoas pensem e ajam por elas. Por isso, mesmo é que querem mais Estado. Assim protegem-se a elas (muitas vivem agarradas à mesma mama) e limitam o pensamento e ação individuais.

      Depois, claro, eles é que são seres superiores e por isso é que devem dizer o que os outros devem fazer.

  8. O mercado é a soma das vontades e decisões individuais? a democracia é o mercado, ou seja, o domínio do económico sobre o político?
    Os outros é que querem diferente quando quem domina a Europa são os neoliberais, depois de arrasarem as social-democracias?
    Costuma dizer-se que metendo mais tabaco o efeito não é tão notório, mas um conhecimento mínimo de Química contraria essa frase. Deixe lá as drogas, olhe que essas matam.

  9. J.Pinto says:

    Os que defendem mais Estado (com benefício para os próprios, é claro) utilizam sempre os mesmos argumentos. À falta de factos dizem: “há mais de 40 anos é que era bom”.

    Não sei como é que têm a coragem de dizer que foi o neoliberalismo (seja lá o que isso significa; só conheço o liberalismo, que é o que eu defendo) o culpado, quando o Estado português nunca esteve tão presente na vida das pessoas como agora. O peso da despesa e dos impostos no PIB NUNCA doi tão grande como agora, pelo que liberalismo não é de certeza. Liberalismo é exatamente o contrário: baixos impostos, pouca despesa, liberdade individual.

    O João José Cardoso diz que a Europa é governada por liberais: diga-me lá então 3 países (só 3) que sejam governados por partidos que não sejam socialistas/sociais-democratas ou democratas cristãos….convém que a sua resposta não seja do tipo: Portugal, uma vez que o PSD é Liberal….

    Também é muito estranho que os países que melhor estão são exatamente os países em que os partidos liberais têm mais peso… os países onde o comunismo mais preponderãncia tem (Port ugal, Grécia, etc) são o que são…

    Sabe porque é que em Portugal não existe liberalismo? Porque há muitos interessados em manter o estado atual. Muitos previlégios (à custa dos outros), muitos direitos e poucos deveres.

    • Confundir uma ideologia dos sécs. XVIII/XIX, que acabou com o Antigo Regime, com outra criada por um grupo de reaccionários que ainda no decorrer da II GM se preocupou em criar uma alternativa aos fascismos em derrota, que combatesse a esquerda em ascensão, não faz sentido. De resto o termo neoliberalismo foi cunhado pelos próprios.
      A Europa é governada por neoliberais pela simples razão de que Blair acabou com a social-democracia, o que se comprova pela política dos partidos da IS: privatizar, gritar que não há alternativa, e soltar umas larachas sociais que quanto muito permitem cunhá-los de social-liberalismo.
      Isto são factos, a realidade pura e dura, e por cá o exemplo do PS que privatizou ainda mais que o PSD (embora o grande timoneiro tenha sido Cavaco) chega e sobra.
      Há um governo de esquerda na Europa, o grego. Que conta de resto com a oposição de todos os ditos socialistas. Mas nem sei porque perco tempo a explicar isto a quem escreve que em Portugal o comunismo tem muita preponderância, e finge não apoiar este governo, não fazendo outra coisa todos os dias.

  10. J.Pinto says:

    Você só responde a quem quer. Não é obrigado a responder-me (nem a mim nem a ninguém).

    No entanto, como sabe, e como já lhe disse muitas vezes, o liberalismo não tem nada a ver com despesas de 50% do PIB, com impostos altos e com negociatas entre público e privado.

    As privatizações ocorreram porque não é possível estar dentro de uma união europeia nacionalizando.

    Claro que toda a gente como o João, que defende mais Estado, não gostam das privatizações: preferem ter empresas mal geridas, com falta de produtividade, para se poderem encostar. Criar empresas é que não….

    A provar o que digo estão as contas da quase totalidade das empresas públicas (está tudo falido, mesmo atuando em monopólio ou condições melhores do que as outras).

    Quanto ao facto de a Grécia ser o único governo de esquerda, está bem está….mas mesmo que assim seja, o governo da Grécia prova muito bem o que é o verdadeiro socialismo: fazem muito com o dinheiro dos outros; acabando o dinheiro, vão-se as promessas….

    • O verdadeiro neoliberal aspira realmente a um pouco mais. Dubai, Singapura, o saudoso Chile, aquilo é que é, sem chicote não se vai a lado nenhum.
      E também gosto muito da K7 do dinheiro dos outros. O detalhe de apenas 15% da famosa ajuda à Grécia lá ter chegado não interessa para nada.

  11. J.Pinto says:

    O verdadeiro comunista (ou socialista) aspira a muito mais: Cuba, Coreia do Norte, Venezuela…. tudo países riquíssimos, onde a liberdade (de expressão ou outra) são baluartes da revolução.

    Quanto à Grécia, bastará fazer 2 ou 3 referências:

    – Já lhe perdoaram cerca de metade da dívida (malandros dos neoliberais e dos mercados);
    – têm anos de carência nos juros (Portugal e Irlanda, por exemplo, não tiveram)
    – as taxas de juro são muito mais baixas do que as concedidas a Portugal e Irlanda, por exemplo;
    ……………………..

    • Isso foram favores aos neoliberais que têm governado a Grécia (por acaso mal contados, há muita forma de mentir). Ou agora a ND também é socialista?

      • J.Pinto says:

        Não foram favores a nenhum governo. Se foram favores (palavras suas), os destinatários foram os gregos; o povo grego; o mesmo povo que o seu querido Syriza diz agora defender.

        Claro que eu já conheço a história. Mesmo apresentado factos, vocês derivam do tema principal tentando falar de outras coisas.

        É ou não é verdade o que disse acima? Claro que é, o que prova que os gregos já foram muito ajudados. No entanto, lá existe ainda mais gente do que cá interessada em mamar na teta do Estado (ou seja, à custa de quem trabalha) e por isso é que não interessa discutir o essencial. Por isso é que têm medo que seja o povo a decidir sem a intervenção do Estado; querem é mais Estado, mais intervenção, mais confisco, mais despesa, etc..

        • O povo grego parece que dispensa ser lançado na miséria, ver a sua economia destroçada e entre outras coisas ter de emigrar.
          Foi uma ajuda a quem lá, como cá, precisava do choque e pavor para aplicar a receita neoliberal.
          E foram ajudados uma ova: os empréstimos serviram para pagar juros, para lavar as dívidas aos bancos, tal como os empréstimos tinham servido para pagar armamento a empresas alemãs e francesas.

          • J.Pinto says:

            Eu vou repetir: os gregos tiveram taxas de juro mais baixas do que os portugueses; além disso, tiveram períodos de carência de 5,6 e 7 anos no pagamento de juros. Por isso é que os juros que Portugal paga significam 6 ou 7% do PIB, enquanto na Grécia é 1% ou 2%. A Grécia já lhe viu perdoada metade da dívida.

            Esqueça os empréstimos dados aos bancos. Esses não têm nada a ver com os que foram dados ao governo Grego (ou português). Tentam meter tudo no mesmo saco, mas não tem nada a ver.

          • Lá está, mete-se a comparar Grécia vs Portugal (o país que neste momento conta com as medidas do BCE ao contrário da Grécia).
            E insiste num “perdão” que minimizou os prejuízos de quem os deveria ter, os bancos; quem empresta aos que não podem pagar que sofra as consequências.
            Tanto a questão é essa que 85% dos tais empréstimos aos governos gregos nunca chegaram a Atenas: foram direitinhos para pagar aos bancos e continuam a ir para pagar juros.
            Pode repetir uma mentira 100 vezes, estranhamente não passa a verdade.

  12. 1 – Liberalismo, ou será neoliberalismo? equivale a gastar 50% do PIB para manter o Estado a funcionar? Se assim é, estamos conversados…
    2 – Quanto à Grécia, ouço com frequência que fez escolhas e que as escolhas do eleitorado têm de ser respeitadas. Não posso estar mais de acordo. Tsipras e Varoufakis possuem total legitimidade para implementarem a política que apresentaram aos gregos. A mesma legitimidade que todos os governos dos 27 países parceiros da Grécia na U.E., diga-se…
    3 – Quando os gregos optam por não aplicarem medidas de austeridade, possuem mais legitimidade que os restantes europeus se estes optarem por não emprestarem mais solidariedade? Ou esta também é de carácter obrigatório?
    4 – Os gregos, começando nos armadores e acabando nos jardineiros, praticam trafulhice de alto a baixo, sendo esta transversal a toda a sociedade, pretendem apenas ganhar tempo para aplicar mais umas ideias bizarras e criativas, não pretendendo de todo mudar de vida. O problema é deles, mas são os outros obrigados a pagar? Verdade que nunca deveriam ter entrado no Euro, a contabilidade por ali sempre foi criativa e ficcionada, mas aquilo teria que ter um fim, não? Ou o medo da radicalização à esquerda, ou à direita, caso optem a seguir pelo Aurora Dourada, deve ajoelhar a Europa?
    5 – É obviamente legítimo mudar as regras para funcionamento da moeda única. Mas esta não pode funcionar á là carte. Terão que existir regras. E fazer parte ou não será e deverá sempre ser uma questão de escolha. Mas escolhas têm consequências. Uma moeda única para funcionar precisa que existam limites para défice. Pode-se debater se serão 3%, 5% ou 10%. Mas terá sempre que existir um limite. Seja ele qual for. E não será uma eleição nacional que mudará um tratado internacional. Como não é uma eleição regional que mudará uma política nacional.
    6 – É uma delícia ler que a Grécia tem o direito de fazer o que pretende, que a U.E. é que deve ceder no respeito do voto dos gregos. Idêntico argumento foi aplicado décadas em Portugal por Alberto João Jardim. E viu-se o resultado… Nem falando em L.F.Menezes e outros esbanjadores do erário público… Todos eles também eleitos.
    7 – Claro que a decisão sobre o futuro da Grécia pertence aos gregos. Isso não obriga que sejam outros a pagar a factura. E como disse atrás, as escolhas têm sempre consequências. Mas são totalmente legítimas e devem ser tomadas única e exclusivamente pelos visados.

    • Rui Silva says:

      Caro António Almeida,
      A sua análise faz todo o sentido, expecto na teoria socialista.
      Se a Grécia não for agora parada, um dia terá de ser, para seu próprio bem.
      Quanto mais tarde isso acontecer, pior serão os efeitos colaterais.
      Assim espero que isso aconteça o mais brevemente possível a bem do desenvolvimento dos países mais mal governados ( leia-se : mais pobres ) como Portugal.

      cumps

      Rui SIlva

      • Assim é que a gente se entende: há um modelo austeritário, nada mais do que impor uma ideologia política, que foi aplicado a vários países. Em nenhum funcionou, todos continuam em crise profunda, alguns derreteram a sua economia e vivem uma catástrofe humana e social.
        Aparece um país que elege um governo que diz o óbvio: não vamos continuar com a mesma receita, até porque está provado que não deu resultado.
        Alguém quer fugir da treta da TINA? tem de ser travado. E porquê? porque como toda a História económica demonstra pode resultar, e dá cabo de um ditadura imposta subrepticiamente aos povos europeus desde os tempos da Thatcher, que se baseia precisamente na inevitabilidade do pensamento único.
        Havia solidariedade com a Grécia se esta, por exemplo, continuasse a destruir a contratação colectiva: não há se começa a combater o desemprego e promover emprego decente.
        Claro que nunca houve solidariedade nenhuma, excepto para com os bancos que emprestaram a quem nunca iria pagar, que esses sim são sagrados. Só 15% da suposta ajuda entrou na Grécia. E a dívida é esmagadoramente ilegítima, conceito que por acaso até foi criado pelos EUA.
        Quanto ao problema do Euro ter alguma coisa que ver com os gastos do estado, boa piada, quando a Alemanha ou a França ultrapassaram os limites do défice ninguém disse nada. Obviamente que o Euro é uma moeda alemã, e não só, imposta a países que assim perdem a sua competitividade. Pior do que isso, é gerida por quem não foi eleito.
        Mas em compensação somos doadores de médicos, engenheiros e enfermeiros a quem precisa deles e não está para pagar a sua formação.

        • Caro Rui
          Concordamos algumas vezes, discordamos outras tantas. Neste caso discordo. A Grécia não tem de ser travada coisíssima nenhuma. A Grécia é um Estado soberano, com o mesmo direito a eleger quem a governa, que tem UK, Alemanha, Portugal ou qualquer outro.
          A Grécia deve definir o rumo, se entrar em incumprimento sujeita-se às consequências. E ninguém é obrigado a emprestar-lhes um cêntimo. Eu não confiaria neles e não tem nada a ver com Tsipras ou Syriza. Vem de trás. Mas ninguém os pode condicionar e muito menos governar. Era o que mais faltava. Que diria o Rui se alguém quisesse governar Portugal ou derrubar um governo legitimamente eleito? Coisa diferente é um programa de assistência, resgate ou o que lhe queiram chamar. Mediante um conjunto de condições negociadas, um governo eleito aceitou aplicar determinadas medidas. Queira-se ou não, é diferente.
          Se até defendo que os Estados federados integrantes do Brasil ou USA devem ter o direito de secessão, aliás, é difícil defender o contrário após reconhecerem internacionalmente o Kosovo, imagine-se agora parar o governo do Syriza. Ou qualquer outro, não importa a ideologia, desde que não pratique agressão sobre países vizinhos. Isto é válido para todos e não apenas para os governos que simpatizo.
          Caro J.J.C.
          Se alguém lutou contra o centralismo europeu foi precisamente Tatcher. Aliás, muito do eurocepticismo que existe na Ilha bebe no seu legado político. Na recusa de aceitar directivas comunitárias, que em Portugal muito viriam a afectar indústria e agricultura. Delors, Kohl, Mitterrand, Suarez ou Cavaco Silva muito discordaram da sra. Independentemente de ter sido influenciada por alguns economistas que também influenciam alguns governos na actualidade. Mas terá que concordar que para se viver numa casa comum, terão que existir regras comuns. Sejam elas quais forem. Poderemos concordar ou discordar da existência do próprio Euro, defender a permanência ou saída, Portugal talvez nem devesse ter entrado, quanto à Grécia nunca cumpriu qualquer critério de convergência, pura e simplesmente falsificou as contas. E voltará a falsificar se lhe derem mais dinheiro. Porque não é uma questão de conjectura, mas de ADN. Maneira de ser e viver…

          • Rui Silva says:

            ” A Grécia não tem de ser travada”
            Vejo que me exprimi mal, quando digo o supra citado, refiro-me á “torneira do dinheiro”, sem regra.
            Era o que faltava eu defender qualquer intervenção obre um estado soberano.

            cumps

            Rui Silva

        • Rui Silva says:

          1) “Obviamente que o Euro é uma moeda alemã, e não só, imposta a países que assim perdem a sua competitividade.”

          Daí a saída da Grécia só pode ser bom.

          2) “… é gerida por quem não foi eleito”
          Todos os elementos do concelho e comissão europeia foram eleitos.
          A moeda funciona melhor quando não “é gerida” ( impressão de papel/Inflação) , pele mão dos políticos.

          3) Mas em compensação somos doadores de médicos, engenheiros e enfermeiros a quem precisa deles e não está para pagar a sua formação

          Mais uma prova da má gestão dos recursos públicos do nosso governo socialista.

          cumps

          Rui Silva

          • Nenhum foi eleito. Eleito é quando se vai a votos e o mais votado ganha. Ser nomeado é outra coisa.
            Ninguém elegeu o Dragui ou o Constâncio.
            Quanto à sua última observação é daquelas que nos fazem perceber porque não vai o neoliberalismo a votos, antes se infiltra nos partidos do poder. E ainda explica a mentira da meritocracia.

          • Rui Silva says:

            Assim ao estilo do Tribunal Constitucional … que segundo esse critério não tem qualquer legitimidade

            RS

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading