Ontem, teve início a fase de recolha das 75 mil assinaturas necessárias para que o projecto de lei de referendo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 seja votado na Assembleia da República.
As folhas de assinaturas encontram-se na página da Iniciativa de Referendo e no grupo do Facebook Cidadãos contra o “Acordo Ortográfico” de 1990.
Esperemos que o barco chegue a bom porto, para que não haja mais “fatos ofensivos do direito ao repouso”.
Sim, são factos.
Para propor um candidato a PR creio que são necessárias 7.500 assinaturas, o que é considerado demasiado para um país tão pequeno. Mas para pedir um referendo – só para ter direito a ser votado na AR – são necessárias 10 vezes mais assinaturas, ou seja 75.000. Mesmo assim, nada é certo: a petição anterior contra o “acordo” ortográfico, atingiu perto de 130.000 assinaturas (com nº de BI) e, mesmo assim, foi chumbada pelos senhores políticos da AR, que nem ouviram o povo nem os pareceres da maioria das entidades avalizadas, que também se pronunciaram contra. Tudo para quê? Para uma suposta “unificação” que faz que os brasileiros continuem a “traduzir” para o português deles o que é escrito em português europeu mesmo segundo o acordo??? Afinal que interesses inconfessáveis estarão por trás disto tudo? E que “democracia” é esta, em que o povo NUNCA é ouvido?
Apesar de tudo, assinarei, já que a grafia actual é mesmo um caos, e já que a esperança é a última a morrer!
Nao sei se, por tras deste ‘desacordo’ estao ‘interesses’ ou se e’ o eterno servilismo portugues,mas, se estamos numa democracia(?) porqie e’ que o povo,que somos todos nos,nao e’ ouvido? Afinal,o que e’ que se passa?!? E’ que um referendo sai muito caro mas, e’ um direito nosso ja’ que estamos perante uma situaçao grafica da nossa lingua que, no minimo, e’ ultrajante.
Boa, “bora lá” então fazer um referendo para voltar a escrever “pharmacia.” e “appello”.
Quanto às 75 mil assinaturas, isso arranja-se depressa porque o assunto mexe muito com todos nós. Basta lembrar que uma ILC (que precisa 30 mil assinaturas) para levar o assunto ao parlamento anda há sete anos a recolher assinaturas (com o apoio ativo de um jornal diário) e parece que há pouco tempo estava quase a conseguir metade.
Se soubesse alguma coisa de ortografia e dos preceitos do AO, saberia que “pharmacia” e “apello” nada têm a ver com o que é preconizado pelo acordo. O duplo “l” não tinha qualquer função nem o “ph”, substituído e bem por “f”. O que havia também era muita pseudo-etimologia. Quanto às supressões de cês e pês do AO, o caso é outro: têm função diacrítica, de analogia e consistência com palavras cognatas e servem também para diferenciar palavras. E depois ainda há os hífenes, as maiúsculas/minúsculas, as “facultatividades” e os acentos… Por isso, atirar com o argumento da “pharmacia”, para além de ser desonesto, é passar um atesto de indigência intelectual a quem o faz.
Quanto à ILC, que já deu por terminadas as suas acções, foi mal conduzida e teve atitudes algo “obscuras” que apenas enfraqueceram o seu propósito incialmente meritório.