Portugal não é a Alemanha

Porque teima, então, o governo a ela se colar?

Comments

  1. Tsipras representou muito bem o seu papel cínico perante o povo grego, que foi votar acreditando que o OXI lhe traría vantagens, enganaram-se porque o senhor é bom ator. Deveria ser nomeado para um Nobel de Teatro. Com a sua posição HIPÓCRITA afirmou a posição neoliberal: não há alternativa ao FMI..

    • j. manuel cordeiro says:

      por falar em hipocrisias e porque não me apetece reescrever:

      Muitos acusaram a Grécia de traição ao trazer um referendo quando o acordo estava quase conseguido. Mas esta mesma traição foi o que fez agora a Alemanha ao fazer circular anonimamente uma proposta de grexit quando o acordo estava novamente prestes a ser conseguido.

      daqui: http://aventar.eu/2015/07/12/o-que-e-que-quer-a-alemanha/

  2. Porque é que Portugal se cola à Alemanha? A razão parece-me simples: porque, infelizmente, estamos a viver com dinheiro emprestado, principalmente, pelos alemães…

    • j. manuel cordeiro says:

      Quando o BCP me aumenta as comissões sobre o meu empréstimo bancário, eu não me meto a fazer posts a defendê-lo.

      • Realmente espero que não! Mas se estiver dependente da boa vontade desse banco para viver, a situação já é diferente. Convém que não nos esqueçamos de que para além de continuarmos a necessitar de empréstimos, temos neste momento uma dívida pública colossal que ninguém ainda sabe se vamos conseguir pagar.

        • HelPx says:

          Mas então o ajustamento, a refundação e o regresso aos mercados não foram um sucesso avassalador?
          Não foi 2014, o nosso 1640 financeiro? A nossa emancipação do estatuto de protectorado? O relógio do CDS atingiu o zero?

          Ou será que estamos ainda anilhados qual cagarra das Selvagens, e qualquer sinal de independência face ao poder imperial é pura propaganda irrevogável?
          Como é complicada a vida dos escravos da magnânima bundeskanzlerin. [Ler com a Marcha imperial da Guerra das Estrelas em fundo]

        • Nightwish says:

          A solução para uma dívida impagável é declarar falência de uma vez, invés de ir aumentando a dívida, impagável à muito, à espera de um milagre que já se viu que nunca virá.

        • j. manuel cordeiro says:

          “dependente da boa vontade para viver”

          Quando se pagam juros não se está dependente de boas vontades.

  3. Vou-lhe responder aquilo que já sabe: estamos ainda muito longe de um 1640 financeiro. Tão longe que nem sabemos se algum dia lá chegaremos. Mas não me parece que seja a hostilizar aqueles a quem fomos pedir dinheiro emprestado que vamos chegar lá.

    • Hélder P. says:

      Enquanto estivermos nesta união monetária sufocada pelos dogmas da Alemanha, nunca lá chegaremos.
      Uma união monetária necessita de uma componente económica e de uma componente política. Só que não há democracia na UE. Nem há já sequer o eixo franco-alemão. As decisões finais são tomadas por uma só pessoa, a Chanceler alemã, e depois de 2017 por qualquer que seja o seu sucessor, não nos iludamos. Os alemães, independentemente de partidos e ideologias estão a adorar mandar na Europa. E estão a lucrar com os resgates à periferia.

      Há quem aceite este estado de coisas. Eu não. E penso que quando o Rei vai nu, a opção lógica é dizê-lo sem pudores.

      • martinhopm says:

        A Alemanha provocou duas grandes guerras para dominar a Europa sem o ter conseguido. Agora, mercê de uma ‘guerra’ financeira está a consegui-lo. O 4º. Reich está em vigor. E o nosso governo abana a cauda, de satisfeito?

        • Enquanto os alemães lutavam por manter a sua indústria, inclusive descendo os salários dos seus trabalhadores para poder concorrer com o resto do mundo, os restantes países europeus e nós em particular, chegavam à brilhante conclusão de que já não precisávamos de indústria e que o que era importante era a terciarização.
          Trabalhei durante muitos anos ligado a uma indústria que foi estiolando por falta de apoio e perguntei-me muitas vezes como é que íamos resistir sem produzir nada…

      • Nunca estive de acordo com a união económica mas nós é que quisemos aderir à mesma, ninguém nos obrigou. Depois, aproveitamos os juros baixos, a que não estávamos habituados, e gastamos à tripa forra, endividando-nos, não raras vezes em coisas perfeitamente estúpidas como esta, por exemplo: http://www.publico.pt/politica/noticia/governo-regional-manda-abaixo-obra-de-jardim-de-100-milhoes-de-euros-1701811 .
        Por fim, quando temos que pagar a conta, acusamos os credores…
        Não que eles sejam isentos de culpa, pois também estimularam o nosso desregrado comportamento, mas isso não nos torna uns santos eles o diabo.

        • j. manuel cordeiro says:

          “nós é que quisemos aderir à mesma”

          O Carlos Dias foi consultado quanto à adesão ao euro? Eu não fui.

          • É claro que não! Mas, como sabe, os órgãos de soberania são estabelecidos na Constituição exatamente para exercerem a soberania que o povo não pode exercer diretamente, exceto em situações especiais.
            Ora, que me recorde, foi um governo português que, no uso dos seus poderes executivos, assinou, em nome de todos nós, o documento que nos permitiu aderir à zona euro.

    • Nightwish says:

      Quando a solução é ganhar menos e ficar mais endividado, não se está perante solução nenhuma.

    • j. manuel cordeiro says:

      Pedir dinheiro emprestado não é o termo correcto, pois há aquele detalhe dos juros. Falar em contratos será mais correcto e estes negoceiam-se.

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