Portugal a um jogo do purgatório ou do paraíso

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Portugal vai atacar a subida de divisão na sexta-feira, contra a Itália, vencedora do grupo B, depois de termos ficado em segundo no grupo A, atrás do País de Gales. Ou seja, podemos ficar confortáveis com o purgatório ou lutar pelo paraíso!

Capaz do muito bom, mas muitas vezes tentada pelo medíocre, já tivemos de quase tudo neste Europeu: o individualismo em vez do colectivo; as virtudes do colectivo, sublimadas pelas referências individuais; já nos passeámos em campo, na boa, como se fosse um passeio em cada um inventa uma brincadeira para se divertir sozinho; e já divertimos o público como equipa, como grupo, trocando a bola com mestria, rematando com estilo; já esportulámos golos fáceis e já fizemos golos de compêndio.

Se tomarmos como paradigma um ou dois dos mais badalados jogadores portugueses (eu escolho David Franco, que, ainda por cima, joga na Alemanha, que é o paraíso do colectivo sobre o individualismo), podemos desde logo identificar o que escrevemos atrás: o jogar sozinho contra o mundo valeu um golo contra Gales e cinco ou seis cavalgadas individuais que o cansaram e lhe retiraram discernimento para fazer o que fez ontem, marcou quatro golos contra a Suécia e lidera a tabela de marcadores, jogada que está toda a fase de grupos.

Claro que a Suécia está a anos-luz de Gales, mas o que quero dizer é que, porventura, se tivéssemos jogado contra Gales como fizemos ontem, não teríamos perdido por 4-1; se tivéssemos jogado contra a Suécia como fizemos contra Gales, é certo que não teríamos marcado 10…

Que equipa vamos ter contra a Itália? Todos esperamos que a melhor, ainda melhor que ontem, porque vai ser necessário: a Itália é fortíssima e vai exigir tudo de nós, ou não seja esta partida a mãe de todas as vitórias que pode conduzir-nos à final, logo à subida de divisão. Não, não é só o lugar-comum de que o próximo jogo é o mais difícil, este é o JOGO que vale toda a prova.

Logo, não podemos ser 11, 12, 13 ou 14 jogadores contra a Itália. Temos de ser uma equipa, um grupo coeso, mentalmente fortes, capazes de deixar tudo no relvado sintético do Jamor, onde o vento nos persegue. Devemos, porque já temos essa experiência, pôr os olhos em Gales, quiçá a equipa que, na prova, melhor interpreta os princípios do jogo colectivo e do muito trabalho como base para o sucesso. Ou como a Bielorrússia, que quase ninguém vislumbra fora do hotel, que não tem um jogo de encher o olho, mas é de uma eficácia colectiva e de uma competência que merecem ser seguidas.

Vamos lá, rapazes, lembrem-se de que só o colectivo fará emergir aqueles que se destacam pela técnica individual, pelos skills, pela inteligência, pela perspicácia. Não o contrário. E, se o móbil do jogo é a vitória, por que razão haveremos de perder quando poderíamos ter empatado, empatar quando poderíamos ter saído vencedores?!

Na outra meia-final, Gales e Bielorrússia lutam também pela glória. Suécia e Turquia vão ocupar os últimos lugares e discutirão apenas entre si quem é quinto ou sexto.

 

Foto: gentileza de Douglas Rogerson

Comments

  1. Carvalho says:

    Sério? Sério sério?
    E isso interessa a quem? Ao outro palerma que espetaram lá na cruz e, segundo dizem, se interessa por qualquer coisa?

    • Interessa a todos os que se esforçaram ou apreciam a modalidade. De resto atletas, dirigentes e público, mesmo que sejam poucos, merecem exactamente o mesmo respeito que qualquer praticante de qualquer outra modalidade. Se for capaz de compreender que existem pessoas que não comungam os seus gostos, percebe o que está aqui em causa… Sim! É uma representação portuguesa, com direito a bandeira, equipamento e hino…

      • Carvalho says:

        E você? É capaz de perceber que há pessoas que se borrifam para desportos, seja qual for a modalidade? E que acham abusivo chamar “Portugal” a um grupo de rapazes que se divertem a jogar uma coisa qualquer? Portugal é mais que isso. É capaz de perceber isso?

        • Percebo que existam pessoas que se borrifem para desportos, artes, whatever..
          O Armindo não me passou, nem precisa procuração, mas não li no texto que Portugal fosse apenas uma equipa de hóquei em Campo. Nem de futebol, futsal, hóquei em patins, atletismo ou qualquer outra modalidade. E claro que Portugal é mais que tudo isso, é mais que o sr, mais que eu ou o autor do post e até o blogue. É tudo isso, mas quanto a borrifar, também me estou a borrifar para si e para a sua ignorância…

          • Carvalho says:

            E porque é que eu tenho de ser ignorante apenas porque não gosto de desportos? Acha que um doutoramento em Física Nuclear faz de mim um ignorante?
            Acha que isso é uma afirmação inteligente, da sua parte? Foi essa a educaçãozinha que a mamã lhe deu, foi?
            Se vamos por esse caminho (que você escolheu) então eu acho-o a si uma verdadeira besta por gostar de coisas que se jogam com pauzinhos. É justo, não é? Pois.

  2. Carvalho says:

    Além do mais, considero abusivo chamar “Portugal” a um grupo de jovens com um pauzinho na mão.
    Portugal é o meu país; e de mais uns milhões de portugueses. Um grande país, apesar dos habitantes terem o mau costume de votar em corruptos.
    Isso que a sua foto mostra não é “Portugal”. É, quando muito, a selecção portuguesa de uma coisa qualquer que, deduzo, se joga com esses pauzinhos que eles exibem na foto. Um grupo de rapazes, digamos. Muito longe de ser “Portugal”.

    • tekapa23 says:

      Seu ignorante ! Vê-se bem que só entende de futebol, ou seja, 11 milionários aos pontapés a uma bola. Isso sim, é Portugal, não é ?

      • Carvalho says:

        Ignorante era provavelmente a sua avózinha torta.
        Não, não me interesso por futebol; os matarroanos do mundo do futebol merecem-me a mesma consideração e respeito que os praticantes deste desporto com pauzinhos: nenhum!
        Só me indigna o facto (seja qual for o “desporto”) de chamar “Portugal” a uns palhaços que não são Portugal! Não passam de um grupo de rapazolas a praticar um qualquer desporto para seu próprio benefício e prazer.
        Isso não é Portugal! A mim não me representam de certeza. Seja qual for a modalidade!
        Percebeu, ignorante? Ou precisa de um desenho?

        • tekapa23 says:

          Vc é que está a fazer figura de ignorante. Pauzinhos ? Qualquer criança de 5 anos sabe o que aquilo é. Eu até nem gosto de futebol, onde Portugal nunca fez nada de geito mas, no hoquei em patins, (é assim que se chama a modalidade, seu IGNORANTE) levámos o nome de Portugal bem longe, pois tradicionalmente somos campeões. E isso valoriza qualquer desporto, qualquer país, pelo menos pela divulgação da sua bandeira.

          • Carvalho says:

            Ó “tekapa”, veja se se enxerga:
            É você que me chama ignorante? A mim? Você, um sujeito que escreve “geito”? E o burro sou eu?
            Vai aprender a ler e escrever, sua besta!

          • tekapa23 says:

            Posso ser besta mas não sou ordinário como vc. E um erro de ortografia não define a cultura de uma pessoa. O que define, a cultura geral, são, isso sim, os conhecimentos diversificados acerca daquilo que nos rodeia, adquiridos para além dos livros, coisa que por esses lados parece estar um pouco em falta. E claro que é burro ! Só um burro extremo ignora o que são aqueles ‘pauzinhos’

  3. hoquei351 says:

    O desporto amador às vezes tem tanta paixão, esforço e dedicação como o desporto profissional. Grande modalidade, grande equipa e grande Portugal. A sério, a sério, a sério!!!

    • hoquei351, eu aposto em que tem mais paixão, mais esforço e mais dedicação. E, sim, é uma grande modalidade, uma grande equipa, representando Portugal.

  4. António Fernando Nabais says:

    Então só se poderia usar a designação”Portugal” numa modalidade que fosse praticada ao mesmo tempo por todos os cidadãos de nacionalidade portuguesa? É verdade que não somos muitos, mas não estou a ver um recinto desportivo que desse para todos.

  5. António Fernando Nabais says:

    E naquela goleada de 1578, foi Portugal que perdeu ou foram D. Sebastião e seus alegres companheiros? Ele é dúvidas umas atrás das outras…

    • Carvalho says:

      É simples:
      “Portugal” é um país. Tem um território, uma população, uma língua, por aí fora.
      Um grupo de jovens que pratica uma modalidade desportiva em nome do país deve ser designada por “Selecção de Hóquei” ou de Futebol ou de Crochet, seja o que for. Nunca um grupo de desportistas pode ser chamado “Portugal”.
      Está resolvido o problema?

      • António Fernando Nabais says:

        Para mim, o problema está resolvido há muito tempo, porque a sinédoque é uma invenção antiga. Quando joga a selecção portuguesa de qualquer desporto de que eu goste, digo que Portugal está a jogar. O resto é um preciosismo a que tem todo o direito.

        • Carvalho says:

          Falar português correctamente (e sem desacordo ortográfico), dificilmente será um preciosismo; vejo-o mais como um dever de todos nós. Mas é apenas a minha opinião, claro.

    • Nightwish says:

      Mas olhe que se calhar quem perdeu em 1640 foram mesmo os portugueses…

  6. Armindo
    Já uma vez num post lhe disse: Bom.. era o Ramaldense! Vivi intensamente muitos jogos que no tempo se realizavam ao Domingo de Manhã. Conheci jogadores, dirigentes e até árbitros que prejudicavam a sua vida familiar e económica pelo Hoquei em Campo. Gente boa que amava a modalidade. Desse tempo além do Ramaldense havia o Estrela e Vigorosa, Académico, F.C. do Porto, União de Lamas, Leixões, Boavista e mais tarde o Desportivo do Viso, julgo que me está a escapar algum. No Sul os que conheci porque disputavam o Nacional recordo o Futebol Benfica, o Atlético, o Sport Lisboa e Benfica e julgo também o Belenenses. Lembro-me que sempre que o Ramaldense era campeão (e foram muitos) havia quase um peditório porta a porta para arranjar dinheiro para fazer face a deslocações ao estrangeiro.
    Para todos que gostam da modalidade desejo que a equipa que representa Portugal consiga subir de divisão.

    Mais duas pequenas notas que possivelmente o Armindo dispensaria:
    O das 21,28 chamar ignorante ao Carvalho…..
    E verificar que a Corporação ainda FUNCEMINA.

  7. Reis says:

    Posso aceitar que não goste de desporto, e que ache que atletas de qualquer modalidade desportiva não tenham o direito de representar Portugal, é a sua opinião, não a minha. o que me escandaliza, é a sua má formação humana, que o leva a denegrir em público um grupo de homens e rapazes, que fazem grandes sacrifícios financeiros e familiares para estarem nesta e noutras competições,
    Estes atletas e todos os outros que dedicam parte da sua vida ao desporto de alta competição, merecem o nosso respeito, Podia ter posto aqui a sua opinião sem agressividade e insultos e aí sim, a sua opinião seria válida e tão importante como qualquer outra.

    • Carvalho says:

      Vamos lá ver se nos entendemos e você interpreta correctamente o que lê:
      Eu não tenho nada contra uma selecção seja de que modalidade for. Cada um pratica e gosta do que bem lhe apetecer.
      Só escrevi que Portugal é um país, não é um grupo de atletas de uma qualquer modalidade. Um grupo de atletas deve ser chamado “Selecção de Hóquei”, de “Andebol”, do que fôr. Mas não deve ser chamado “Portugal” porque é incorrecto. Portugal é o país e não um grupo de pessoas, sejam lá essas pessoas quem forem. Entendido?

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