Serão senis ou tomam-nos a todos por otários?

Lisboa, 30/07/2013 - Maria Luís Albuquerque, ministra de Estado e das Finanças, foi ouvida esta tarde na comissão Parlamentar de Inquérito à celebração de Contratos de Gestão de Risco Financeiro por Empresas do Sector Público para esclarecimentos sobre os swaps, na Assembleia da República em Lisboa. ( Steven Governo / Global Imagens )

Vamos lá escrever isto com cuidado não me vá aparecer um troglodita em fúria pela frente: o ser que surge na foto afirmou ontem, sem rodeios nem meias palavras, que reitera o que sempre disse: que os “contribuintes não serão chamados para cobrir prejuízo. Da venda do fabuloso banco bom pois claro!

Assim de repente vêm-me à cabeça Teixeira dos Santos a garantir ao país que o BPN não ia custar um euro aos contribuintes. Ou Cavaco Silva a afirmar que os portugueses podiam confiar no BES, para poucos dias depois se indignar com uma jornalista que o confrontou com essas declarações, afirmando não as ter feito. Confesso que no segundo caso estou mais inclinado para a senilidade.

Agora temos esta personagem, tímida aspirante a líder do PSD e ao cargo de chefe do governo, que não aparenta estar senil mas que parece tomar-nos a todos por otários. Vamos lá ver se nos entendemos: se houver prejuízo – e nesta fase só mesmo quem se deixa adormecer com contos de crianças para embalar jotas é que poderá acreditar em tal patranha – uma parte dessa factura sai do nosso bolso. O Fundo de Resolução tem como maior “accionista” a CGD, um banco público que irá registar perdas que, por ser uma instituição pública, são perdas de todos os portugueses. Tão simples quanto isto. Até Pedro Passos Coelho admitiu que esta solução pode gerar encargos para os contribuintes. Mas a mulher está parva ou quê?

Resta-nos cruzar os dedos para que esta inevitabilidade não seja apenas a ponta do icebergue.

Foto@Dinheiro Vivo

Comments

  1. Carvalho says:

    É claro que tomam os portugueses por otários.

    E têm toda a razão, já que os portugueses votaram neles.

    Alguém que não fosse um enorme otário o faria?

  2. SOMOS SENIS E PASSIVOS!!!
    Não só votamos neles em maioria como tencionamos votar neles de novo ou em gente da mesma igualha!!!
    Riscam e fazem como muito bem lhes apetece na nossa cara com a maior das prepotências, perante a nossa passividade de rês que vai para o matadouro…

    Enfim, somos UM POVINHO DE MERDA!!!

Trackbacks

  1. […] Entretanto a Fosun já se mostrou indisponível para subir a parada. Com a bolsa chinesa pelas ruas da amargura, os prejuízos apresentados recentemente pelo Novo Banco, as dívidas por pagar do papel comercial e a disputa com o Goldman Sachs, o mais certo é o valor ser ainda mais baixo do que o anunciado inicialmente pela imprensa, que no cenário mais optimista rondaria os 4 mil milhões de euros, bem abaixo dos 4,9 injectados pelo governo no banco. Seja como for, o proletariado português estará com certeza pronto para, uma vez mais, para fazer a sua parte e doar parte dos seus salários e pensões em prol da revolução. E propaganda alguma os irá demover. […]

  2. […] no Pai Natal, na inocência de José Sócrates ou na justiça portuguesa. Mas factos são factos, independentemente do que digam as Marias Luís Albuquerques desta vida. Quando um banco rebenta, você paga, não bufa (ou bufa um pouquinho vá lá) e nem se chateia […]

  3. […] Em campanha chegamos a ouvir o ainda primeiro-ministro afirmar, confiante, que o Estado iria arrecadar lucros generosos no final de todo este processo. Mas não terá sido por falta de aviso que português algum tenha sido apanhado de surpresa. Agora, alguns milhares de milhões de euros injectados depois, sabemos hoje que o Novo Banco necessitará de uma nova injecção de capital estatal, a rondar os 1400 milhões de euros. Um buraco sem fundo que será, tudo indica, assumido pelos suspeitos do costume: os contribuintes. Por mais que nos tentem tomar por otários. […]

  4. […] a sair do seu bolso. Por muito que lhe tentem vender o embuste da intervenção lucrativa ou o tentem fazer de otário. Resta saber quem são os piratas que elaboram estes índices. Valem tanto como a palavra do […]

  5. […] e o seu governo enganaram a população por motivos eleitoralistas, em temas como a sobretaxa ou o caso BES. Está-lhes no […]

  6. […] a retaguarda. E “patetas alegres” para engolir embustes como o da sobretaxa, da resolução do BES que não ia custar um cêntimo aos contribuintes, das possíveis sanções que resultam da acção do seu governo entre 2013 e 2015 e não da […]

  7. […] governo nos garantia que receberíamos a devolução de 35% da sobretaxa no final de 2015, que a intervenção do governo que integrou no BES não custaria um cêntimo aos contribuintes, depois dos milhões que lá enterrou, requer uma lata tremenda. Quando é para fazer estas […]

  8. […] uma mentira, e o país engolindo e pagando, ao sabor das contradições que se multiplicavam, quiseram fazer de nós otários, o que de resto até acabaram por fazer com assinalável distinção, ou não estivéssemos todos […]

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