Isto não é eleitoralismo, são apenas aumentos salariais na função pública a 3 dias das eleições

Eleitoralismo

Apesar da confiança absoluta grande e boa na vitória este Domingo, as tropas da coligação não perdem uma oportunidade para fazer uso da arma do eleitoralismo, colocando ao seu serviço os recursos comuns do Estado bem como a influência dos seus governantes que nas últimas semanas pararam de trabalhar para se dedicarem à campanha dos seus partidos.

Sabemos que a caça ao voto desde São Bento já começou há alguns meses. Acenaram-nos com a possibilidade de descidas de impostos e reposição de cortes, mais recentemente com a devolução da sobretaxa em função do resultado da execução fiscal, imprevisível, e agora, na recta final, surgem alguns incentivos extra com todo o habitual descaramento a que estas coisas obrigam.

Na Terça-feira, o ministério da saúde assinou um acordo com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses que entrou em vigor ontem. Em termos práticos, 11 mil enfermeiros serão aumentados imediatamente.

No INE, 330 técnicos foram também aumentados, situação que tem efeitos práticos a partir do dia de 1 de Outubro. São cerca de metade dos trabalhadores do instituto que receberão um aumento médio de 145,33 euros brutos.

Onde é que nós já vimos isto? Em quase todas as eleições. O governo em exercício procura sempre usar os instrumentos ao seu dispor que, não sendo propriedade dos seus partidos, são ainda assim utilizados em proveito dos mesmos. Tal como fizeram com o site do governo que usaram para disseminar a sua própria propaganda ainda antes da campanha começar. Pelo caminho fogem a debates, evitam a todo o custo discutir propostas, reduzem o discurso a chavões – este ano foram “Sócrates”, “medo”, “perigo de bancarrota” ou “estabilidade” – e colocam o foco em acções populistas do nível mais rasca possível como irromper por asilos de crucifixo no bolso a ludibriar idosos sem um pingo de respeito pela sua condição e por todo o mal que lhes causaram. Não importa. Os meios justificam os fins. Somos números, nada mais.

Comments

  1. Muito mau…

  2. Filipe says:

    Espero que o PaF apanhe um grande melão este domingo, pelos enfermeiros, idosos e pela bendita estatística.

  3. O que talvez irrite , é que o ministro que mais aliviou as contas dos cidadãos( redução nos medicamentos), o mais eficiente politicamente, não perca uma de mostrar como se faz política eficiente.Cada rasteira que lhe passam, ele dá a volta por cima. Lembram-se da hepatite C = Portugal está na frente em todo o mundo no combate e redução dos preços dos medicamentos; a oposição enguliu em seco;lembram-se das lutas dos enfermeiros = depois dos domesticaros sindicatos, da-lhes o maior aumento que alguma vez tiveram, a tres dias de votarem , para não se esquecerem qume foi o obreiro!!

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