Perante o pânico e a agonia que se vivem por estes dias lá para os lados da São Caetano e do Caldas, a artilharia pesada da família europeia de PSD e CDS-PP saiu em defesa dos parentes pobres e descarregou as semi-automáticas no PCP. O Partido Popular Europeu (PPE), pela voz do francês Joseph Daul, acusou ontem o PCP de ter uma postura em Portugal e outra na Europa:
Estou certo que esta declaração arrancou uns valentes aplausos no congresso do PPE. Mas não trouxe nada de novo. É sabido que o PCP é defensor da saída de Portugal da União Europeia mas, infelizmente, esta constatação do óbvio pouco ou nada acrescenta à estratégia dos seus representantes portugueses. Não só porque o PS já deixou claro que a saída de Portugal da UE não está em cima da mesa como o próprio PCP já se mostrou receptivo à aliança de esquerda, o que pressupõe que tal questão integrará o conjunto de cedências que, tal como o PS e o BE, o PCP estará disposto a fazer. Uma não questão portanto.
Por outro lado, a distorção do objectivo da iniciativa dos deputados comunistas no Parlamento Europeu não passa de uma manipulação porque a proposta não visa a criação de um mecanismo orçamental especificamente orientado para a saída de Portugal do Euro como refere Daul. A proposta do PCP prevê a criação de um mecanismo para apoiar qualquer estado-membro que considere que a sua permanência no Euro se tenha tornado insustentável e insuportável. Poderá parecer um preciosismo mas na verdade trata-se de um medida mais abrangente do que aquilo que o simplismo da afirmação do presidente do PPE deixou transparecer. E a ideia que passa, aquela que será disseminada pelas redes organizadas de comunicação ao serviço do regime, é a de que o PCP está a criar condições para a saída do Portugal do Euro. Não: a iniciativa do PCP visa tão-somente criar uma opção ao dispor do conjunto dos membros da União.
Joseph Daul, aproveitou também para desafiar o PS a dizer se pretende efectivamente avançar com uma aliança com os “extremistas”, numa referência clara e fanática à CDU e ao BE. Uma afirmação curiosa vinda do homem que lidera o Partido Popular Europeu, que conta com um filiado de peso no que ao extremismo diz respeito. Falo-vos de Viktor Órban, o primeiro-ministro húngaro que ficou célebre pela cruzada pela reintrodução da pena de morte no espaço europeu e pela intenção de criar “campos de internamento” onde imigrantes seriam forçados a trabalhar. Um extremista cuja postura face à crise dos refugiados tem sido ilustrativa da forma como este que já foi vice-presidente do PPE encara valores fundamentais que estão na base da criação da União Europeia.
Parece que, em Portugal como na Europa, as contradições e o fanatismo da direita nervosa são o prato do dia. E se dúvidas restassem quanto aos motivos por trás de tamanha hostilidade, os receios de eurodeputado espanhol do PP são esclarecedores: segundo Antonio López-Istúriz o entendimento entre PS, CDU e BE poderá dar um “mau” exemplo aos seus congéneres espanhóis. E as eleições em Espanha são já e 20 de Dezembro. O mau estar da direita portuguesa está a internacionalizar-se e os resssabiados crescem e multiplicam-se. Que chatice que é a democracia.
Certo, muito certo. Onde estão os charlatães que assinaram a entrada no euro?
Não ter moeda é não ter poder-soberania.
O dono da moeda e do jogo manda e detemina tudo, ponto.
Saír do euro significa antes de tudo dicidirmos sobre finanças e economia sem a interferência do ministro paralítico da alemanha.
Foi uma invasão sem exército. Fomos burros porque nos deixamos enganar.
O irrevogável esqueceu-se de falar contra a adesão ao euro para ir para o governo.
Quem tem moeda manda e o resto são cantigas…
Já viram o dono do jogo do casino e o dono da moeda perder?!
Sacanas…
Bem, em abstracto isso não seria um problema. A questão é que o Euro foi desenhado para não ser uma moeda única, ou seja, para não haver união fiscal, não haver transferências dos estados mais ricos para os mais pobres (ver EUA, ó cínicos), não haver um verdadeiro banco central independente e outros etc que desconheça.
Sem falar que a UE também foi desenhada para não ser democrática, pelo que as duas coisas juntas não podia dar noutra coisa.
A direita é de um cinismo sem limites.
Estes mesmos que se abespinham contra o PCP, por este partido querer que o orçamento da União Europeia preveja uma verba para apoio a um país que por sua opção queira sair do euro (ou forçados), são os mesmos que em relação à Grécia não se inibiram, recentemente, de propor a sua expulsão do euro, tal como afirmou Shauble.
O meu extremismo e certamente, para mim, melhor que o seu, que me agonia.
“o meu extremismo…” coitado do passos,que tem extremistas a defende-lo(amigos Pafianos,eis um bom conselho,mudem de agencia de propaganda,porque estes queimaram os fusiveis)