É um daqueles episódios caricatos que, não fossem os intrometidos dos jornalistas, não teria passado de um momento de confraternização entre o hoje reconduzido Secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, e o deputado socialista João Galamba. Mas, lá está, a RTP apanhou-o a jeito e a declaração fica para a história, com uma nota de honra e coragem para o centrista, que teve a capacidade de assumir que o governo hoje empossado não passa de uma mera formalidade e que se encontra literalmente a prazo. Isto, claro, caso o PS pretenda sobreviver enquanto partido. Porque se depois de todos os esforços para despachar este governo de volta para a São Caetano à Lapa e para o Caldas se lembrasse agora de recuar, suspeito que assistiríamos ao nascimento do PASOK português.
Voltando à frase do dia, disse Mesquita Nunes ao colega Galamba:
Fonte do CDS ainda tentou dar a volta ao contexto e convencer os jornalistas de que se tratava de uma pergunta e não de uma afirmação. Em todo o caso, pergunta ou afirmação, a intervenção de Adolfo Mesquita Nunes é muito clara e ilustrativa do sentimento que se vive entre os membros do novo governo: a sua situação é precária e a queda do governo uma questão de dias. Haja alguém com consciência no meio de tantos contadores de contos para crianças.
Não se preocupe, João, que há de certeza muita gente no Governo que tem plena consciência da falta de senso, de ética, de respeito pela democracia e de sentido de Estado que grassa no PS de António Costa, no BE e no PCP.
Vamos ver se, quando forem de novo chamados a dizer de sua justiça, os eleitores também mostrarão ter consciência disso.
Para já, o PCP já deixou bem claro que a “maioria de esquerda” só existe para impedir de governar quem venceu as eleições e para aumentar a despesa pública. Não existe para apoiar a garantia de António Costa de que um Governo PS irá respeitar os compromissos internacionais.
Porque é que o Joaquim dá mais importância aos compromissos internacionais do que ao povo? Isso enche-lhe o prato?
Epá… Mas ainda não percebeste que não produzes o suficiente para pagares os deveres nacionais? Nem se quer falo dos compromissos internacionais.
Sé se forem os “deveres” ao capital, meu caro.
Pois não António Santos. Produzimos para pagar a especulação da escumalha ultraliberal. E sobra-nos pouco. Temos que lhes fechar a torneira.
Nighwish,
Pode explicar-me como é que não cumprir os compromissos internacionais enche o prato a alguém e durante quanto tempo?
Use a Grécia como exemplo para a sua demonstração.
E obrigado por confirmar que uma aliança entre PS e BE+PCP não é possível. Afinal, se o PS não dá importância ao povo…
Ui? Não eram vocês que diziam que Portugal não é a Grécia? Qual o motivo de tal comparação?
Sim, porque o coligação importou-se mesmo muito com o povo português. Que o diga a expansão da pobreza e da emigração. Enfim…
João Mendes,
Portugal não é a Grécia precisamente porque não recusou cumprir os compromissos internacionais. Viu-se o que aconteceu enquanto a Grécia insistiu no disparate e o que está a fazer quando percebeu que a realidade não se verga à vontade deles.
E quem é que se importa mais com o povo? Quem quer dar-lhe mesa farta por uns poucos meses e fome por muitos anos ou quem mantê-lo razoavelmente alimentado por muitos anos?
Mas você acredita mesmo que a situação da Grécia e de Portugal alguma vez foram iguais? Ou come a propaganda toda que lhe dão?
Depende dos compromissos, não cumprir o TO e a asteriestupidez, por exemplo, permitia que o país pudesse crescer.
Não posso antes usar a Islândia e a Argentina para demonstração?
Islândia e Argentina? Tudo comunistas que se alimentam de crianças 🙂
Nightwish,
Use o que quiser (desde que seja aplicável) mas ao menos tente demonstrar alguma coisa. Não me recordo de o ter feito uma vez que fosse pelo que não espero que vá além de bocas ou de “interpretações criativas” de factos e números que não entende.
A Argentina, que ia implodir depois de rejeitar mais colonialismo americano, está agora economicamente melhor que os seus vizinhos, incluindo o Brasil.
A Islândia, que ia implodir depois de suspender os pagamentos daquilo que devia para eliminar dívida ilegítima, está muito melhor do que qual país que tenha aplicado austeriestupidez para se endividar ad-eternum.
A Argentina está “melhor do que o Brasil” por mérito da Argentina ou por demérito do Brasil, que atravessa uma crise grave?
E tem ideia do que aconteceu quando a Argentina fez default à dívida, em termos de investimento estrangeiro, financiamento e inflação (40% em 2002)? É isso que defende para Portugal?
Quanto a a Islândia estar “muito melhor do que qual país que tenha aplicado austeriestupidez”, compare o ponto de partida e o deficit desses países com a Islândia.
Quer maior estupidez do que defender o default da dívida ao mesmo tempo que se aumenta o deficit (o que implica maiores necessidades de endividamento)?
Se responder, responda com números e o que significam em vez de com bocas típicas de trolls acéfalos, como de costume.
Portanto o ponto de partida da Islândia não é comparável com outros países como o nosso mas o ponto de partida da Grécia já pode ser. Uau!
A Argentina está ou não está melhor que os vizinhos por deixar de aceitar a colonização? Não disse que foi fácil ou rápido, mas acabou a prazo por ser a solução certa.
E qual seria o défice da Islândia se pagasse se tentasse pagar o que supostamente devia devido ao total falhanço da banca aplicando austeridade em cima? Não nos goze. Vá lá dar mais uns milhares para salvar a banca e diga que privatizar a banca é que era mau.
Endividamento é para ser controlado com uso da inflação, quem não percebe isto não percebe nada.
João Mendes,
Acha mesmo que o ponto de partida da Grécia está mais distante do de Portugal do que o da Islândia?
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Nightwish,,
“Endividamento é para ser controlado com uso da inflação, quem não percebe isto não percebe nada.”
O que esta sua afirmação deixa evidente é que não faz ideia do que é a inflação (o que não é surpresa).
Quando apresentar algum argumento valerá a pena responder-lhe. Entretanto fique a ser troll sozinho.
Claro que acho. O buraco que os gregos herdaram do PàF e do PS lá do sítio é incomparável com aquele que alguma vez tivemos!
A única pessoa que vem para aqui insultar os outros com a sua ideologia de escola primária é o senhor. Passe mal.
E digo-lhe o mesmo que a qualquer direitista revolucionário, vá aprender economia.
Aprecio a futurologia Joaquim Amado Lopes. Aguardarei para ver se a profecia da desgraça se confirma.
este ainda os tem no sitio ,por muito que lhe custe admitir .
Não deixa de ser muito irónico. Um governo que tornou a vida da maioria dos portugueses instável e precária, que disse que a porta da rua era a serventia da casa, acabe por ele mesmo, não derrotado e arrumado para canto nas eleições, mas vá acabar numa morte lenta, instável e muito precária tal como havia feito aos outros.
Uma bela ironia 🙂
Nestas coisas de turismo o Adolfo prefere umas “férias ativas” a um “resort”…