Instalou-se em Portugal um estilo de oposição que diz mal de tudo o que mexe, sem o mínimo de reflexão e sem atenção aos interesses de Portugal. Isso resulta do mau funcionamento dos partidos que, como dizia Viriato Soromenho Marques ontem no DN, nos pode levar de novo ao abismo: “É mesquinho querer ganhos táticos, quando o interesse nacional exige dos partidos seriedade, compromisso e convergência estratégica. O espírito de fação levou-nos à beira do abismo. Se não quisermos mergulhar nele, teremos de pensar e agir de modo diferente“.
Hoje, esse comportamento de fação, irrefletido e algo infantil, faz com que se reproduzam, como arma de arremesso, as declarações inaceitáveis do ministro das finanças alemão sobre Portugal, bem como as declarações do Eurogrupo sobre o draft do OE2016 de Portugal. E com isso acicatam-se os fantasmas e o medo de uma nova bancarrota (à imagem de 2011), admitindo que basta que os juros da dívida no mercado secundário subam mais um bocadinho para que a coligação de esquerda não se aguente (veja-se o que diz Lobo Xavier). Esquecem que os juros que interessam continuarão baixos enquanto o BCE continuar a comprar dívida e aceitar dívida portuguesa como garantia.
Da minha parte tenho a dizer o seguinte:
- Vejo com imensa tristeza esse tipo de atuação por parte de partidos que deviam ter um comportamento bem mais responsável: estou a falar do PSD e do CDS;
- Não considero nada prudente, avisada ou sequer sensata a posição rígida que mantém o ministro da Finanças alemão. E irritam-me as suas insinuações sobre Portugal. A Europa precisa de um novo impulso e parece evidente que o caminho seguido no passado recente não produziu bons resultados. Seria bom para a Europa que Wolfgang Schäuble fosse afastado, pois neste momento é uma parte do problema. A prudência, o rigor e os aspetos relacionados com a seriedade das contas públicas são essenciais, mas o radicalismo no caminho único e indiscutível para atingir estes objetivos está a prejudicar a Europa, a liberdade e a democracia;
- O que nos conduziu ao abismo foi a total falta de prudência, que resultou da incapacidade dos partidos de procurar o compromisso e acordar uma estratégia de médio e longo-prazo – transversal, nos aspetos essenciais, aos ciclos governativos. A prudência exige que nos concentremos em resolver os problemas do défice e da dívida, independentemente de pressões ou imposições internacionais, pois sem isso teremos Portugal, mais tarde ou mais cedo, de novo no ABISMO. O OE2016 só servirá o interesse nacional se tiver atenção a esses objetivos que são, de facto, essenciais. Não há nada que me permita dizer que o Governo não tem isso bem presente;
- As claques associadas aos partidos da oposição, incluindo muitos jornalistas, têm feito eco das declarações do Ministro das Finanças alemão – que deveria estar mais preocupado com a sua casa e o seu sistema financeiro – e do comunicado do Eurogrupo sobre o draft do OE2016 de Portugal. Esquecem-se é de ver também, o que disse o mesmo Eurogrupo sobre os outros drafts orçamentais de 2016, e sobre o draft orçamental de 2015 de Portugal (a imagem abaixo reproduz uma passagem significativa).
Torturar os números, dizer parte da verdade, andar nesta gritaria sem sentido que só prejudica os interesses de Portugal, não é forma de fazer oposição e nem responde à pergunta: se a chamada “geringonça” cair, a nova PàF “social-democrata, sempre” quer fazer exatamente o quê? É que oposição séria significa mesmo mostrar uma alternativa, bem fundamentada, credível, preparada, servida por competência e por homens/mulheres de Estado. Usando o termo que se vulgarizou, mas do qual não gosto, diria: a “geringonça” tem, aparentemente, como alternativa um “calhambeque desconjuntado”. Não é muito animador.
O P R E C (Unidos VENCERÂO) ,tem que se desviar das amarguras da Grècia ,JÀ arriscaram mais do que o suficiente e tentem petiscar como os demais países da Europa fizeram no após-guerra(anos 60).
Petiscar? Deves passar a vida na tasca…e deves cheirar a peixe frito… toma banho que isso passa.
Já era mais que tempo que a direita percebesse que a verdadeira geringonça é o euro.
Concordo nos últimos 4 anos a oposição preocupa-se mais com o interesse do partido do que com os interesses de Portugal.
Vai beber do esgoto “camarada”…
Com marradas andas tu nascimento vai marrar para a tua terra