Agora que a poeira parece começar a assentar, vamos ao “caso”.
O governo anterior (PSD/CDS) nomeou António Lamas Presidente do Centro Cultural de Belém em inícios de Novembro de 2014. O então recém-nomeado, (CV aqui, pág. 10 e 11), em entrevista ao jornal Público, já dizia ao que vinha. Vale a pena ler, mas realço isto, quando se refere a receitas e despesas: “A redistribuição entre os Jerónimos e Freixo-de-Espada-à-Cinta não faz sentido”.
Ainda quando se refere a investimento: “Há necessidade de investir? Não se faça um perímetro que vá até Bragança.”
Para António Lamas o que interessa é Lisboa, e o dinheiro arrecadado pelo Estado (em Lisboa) não é para ser investido no resto do País. Mais, essa receita é também para investir (em Lisboa e para ir aos fundos comunitários!). Ponto. Pela mesma lógica, a electricidade produzida em Freixo-de-Espada-à-Cinta, no Douro, não deveria ser redistribuída, e muito menos em Lisboa!
O tempo passou, e o governo PSD/CDS determinou a elaboração de um Plano Estratégico Cultural para a Área de Belém, criando uma Unidade de Missão para o efeito, indo assim ao encontro do que pensava António Lamas, o que demonstra bem a incapacidade do então Secretário de Estado, Jorge Barreto Xavier, e do então Primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho, para as questões da Cultura e do Património.
O referido Plano foi apresentado publicamente, mas curiosamente não houve discussão pública e muito menos qualquer avaliação.
O resto é conhecido. O actual Governo não quer este Plano, e tinha que mudar a Presidência do CCB (António Lamas tinha assumido que só aceitaria ser Presidente do CCB se também fosse o responsável pelo Plano para o eixo Ajuda-Belém).
O actual governo não partilha a visão centralizadora e litoralizada que António Lamas tem do País, e que plasmou no trabalho que apresentou.
Assim, o Ministro da Cultura João Soares tem toda autoridade política e democrática para tomar as decisões que tomou, independentemente da forma como o fez. O cargo de Presidente do CCB é de nomeação política, e como tal foi tratado.
Não vi em lado nenhum a discussão e avaliação ao trabalho de António Lamas na Empresa Parques de Sintra Monte da Lua. Apenas foi criada a “ideia” de que fez um bom trabalho. Lembro-me bem do que fez enquanto Presidente do IPPC (em finais dos anos oitenta), extinguir serviços que funcionavam, com autonomia, e estavam descentralizados! E portanto nada de novo agora. É certo que teve prémios, mas Zeinal Bava, anterior CEO da PT também foi premiado muitas vezes!.
Também não vi discussão e consequente avaliação sobre o Plano apresentado por António Lamas ao anterior governo.
A este Plano voltarei.
tanta “polemica” apenas porque o ministro da cultura se chama joao soares(e é este o problema,o apelido).não houve argumentos,não houve nada,apenas o insulto por joão soares ter decidido como decidiu(bem ou mal,no futuro se verá).alias a outra “polemica” da actualidade é se o jamaica vai fechar ou não(extraordinario sem duvida,estas polemicas sem sentido,muito tipicas dos alfacinhas).é obvio que quando transformam a baixa de lisboa,num centro comercial com muitos bancos(bancos tipo bic) para ingles ver ,isso tambem não é nada.alem disso,a programação do CCB,nos ultimos tempos era horrivel(já temos o continente/toni carreira em tudo quanto é sitio,só faltava mesmo o CCB)
João Soares anuncia pela Imprensa que quer exonerar António Lamas. “John sowind” despacha então António Lamas. João Soares é maçon. João Soares escolhe um maçon para liderar o CCB. E ainda se considera uma pessoa decente? É da maçonaria, é; e a decência é uma qualidade que não lhe encaixa. O que conta é o avental.
luis montenegro é maçon,miguel relvas idem,e então?
não percebo a associação entre o caso CCB e o montenegro/relvas? seja como for, a republica não pode ficar refém de sociedades secretas.
Chama-se a isto o branqueamento da decisão. Não se podendo mostrar o mérito da decisão, arrasa-se com o visado da decisão.
Nunca esteve em causa o direito do ministro. Está em causa o dever do ministro. António Lamas foi embora. Acabou. Falemos do projecto cultural do ministro da dita cultura.
Passear com a família pelos museus não vale como projecto cultural.
E juntar-se aos manifestantes por 1% para a cultura também não vale a quem não o consegue em conselho de ministros.