Da profecia da desgraça

PPC

Projecções do Conselho de Finanças Públicas, dadas ontem a conhecer ao país, revelam que o défice orçamental português será, ainda este ano, inferior a 3% do PIB, o que permitirá a Portugal sair do Procedimento por Défices Excessivos na Primavera de 2017, altura em que o INE notificará o Eurostat relativamente ao défice orçamental de 2016. Apesar das reservas, antevendo uma trajectória tangencial, o organismo antecipa mesmo que o défice se manterá abaixo dos 3% pelo menos até 2020, mesmo sem necessidade de recorrer a medidas extraordinárias.

Hoje foi dia de “ir aos mercados”. O Tesouro português colocou 1007 milhões de euros em obrigações a cinco e a 15 anos e conseguiu uma taxa de juro inferior à que havia conseguido em emissões semelhantes de 9 de Março e Setembro de 2014. A taxa de juro média paga pelo Estado na emissão a cinco anos fixou-se nos 1,84% e a procura foi 1,76 vezes superior à oferta. Já no caso da emissão a 15 anos, os juros ficaram nos 3,36% e a procura superou 1,61 vezes a oferta. No total, as emissões de dívida pública efectuadas durante o primeiro trimestre representam 40% das necessidades de financiamento previstas para 2016.

Perante estes factos, a que se juntam as sucessivas quedas nos juros pagos pelo Estado e os elogios da Moody’s ao OE16, impõe-se uma pergunta: em que planeta vivem os profetas da desgraça da direita radicalizada portuguesa? É que entre previsões cataclísmicas, anúncios das bancarrotas que cantam e o próximo resgate que espreita ao virar da esquina, intercalados pelo silêncio ensurdecedor do ministério da propaganda, há algo nesta história que não bate certo. É sabido, e o J. Manuel Cordeiro deixou isso bem claro, que a estratégia do maior partido da oposição depende umbilicalmente da possibilidade do país falhar. Mas a bota insiste em não bater com a perdigota, o acordo à esquerda teima em não se desmembrar e os mercados, poderosos aliados das políticas recessivas de direita, não parecem dispostos a fazer o frete. Alguém lhes dê um calmante e uma água das pedras.

Foto@Panorama

Comments

  1. adeus passos says:

    acrescento que a generalidade dos media deixaram de lado essa parte do relatório do CFP, e colocaram em título, com letras gordas apenas a parte mais negativa (dívida e dificuldades de 2017)

    • Thief says:

      Jornalismo em Portugal morreu, está de luto…Não se consegue encontrar peças dignas desse nome.

  2. Rui Silva says:

    Um défice abaixo dos 3% ate 2020, viva, que bom !

    Para termos um numero para fazer contas digamos que esse defice seja de 2,5 % :

    Isto quer dizer que continuaremos a aumentar a nossa dívida em mais : 2,5 x 4 anos = 10 % .
    Se neste momento que pagamos em juros cerca de 7000 milhões de euros, daqui a 4 anos estaremos a pagar aprox. 8000 milhões , se os juros não aumentarem !
    …ah mas o PIB também também vai aumentar !
    Para compensar este aumento de juros teríamos que aumentar o PIB em mais de 2,5 % ao ano.
    Isso determinaria que o dinheiro que pedimos emprestado fosse aplicado em algo que tivesse um retorno superior a 2,5 %.

    Bom … O melhor é não fazer contas , porque bastará depois “ir prá rua” clamar contra a ditadura dos mercados.

    cps

    Rui Silva

    • Ficaste tristinho Rui? Reza duas avé-marias que isso passa!

      • Rui Silva says:

        Tanta felicidade não sei porque?
        A cegueira ideológica e tão grande que não consegue ver que a maior parte do endividamento vai direitinho para os grandes grupos económicos e empresariais e lobbys que vivem à sombra do Estado.
        Mas isso traz-lhe a felicidade.
        Enfim.

        cps

        Rui SIlva

  3. Comentários para quê ,é a vida portuguesa !!!

  4. joão lopes says:

    a direita radical reza para que haja desgraças,logo a direita radical so lê o cm.era por isso que não tinham ministerio da cultura…não sabem o que isso seja.

    • Rui Silva says:

      Estamos mesmo a precisar de um ministério da cultura.
      E que seja activo.
      Em casos de textos como este:

      “a direita radical reza para que haja desgraças,logo a direita radical so lê o cm.era por isso que não tinham ministerio da cultura…não sabem o que isso seja.

      teria a nobre função de emitir este:

      A direita radical reza para que hajam desgraças. Logo, a direita radical só lê o cm. Era por isso que não tinha ministério da cultura… não sabem o que isso seja.”

      e aplicar uma coima exemplar ao autor.
      Tudo pago com dinheiro do contribuinte.
      A bem da Nação.

      Gosto de os apanhar nas rectas.

      cumps

      Rui Silva

      • Uau! Nas rectas? Até assusta Rui! Não lhe conhecia a agressividade ahahaha

        • Rui Silva says:

          Meu caro, neste assunto penso que você está fora do contexto.
          Caso contrário teria percebido a ironia.

          Cps

          Rui SIlva

          • Desta vez era mesmo só gozo. Gostei da expressão. Era o que dizíamos uns aos outros na escola primária quando nos pegávamos. Que nos apanhávamos uns aos outros nas rectas!

      • José Peralta says:

        Rui Silva !

        estou estarrecido com o ceu comsseito de qe “para qe çerve un menistério da coltura ! E aquela çua visãu falcónica de apanhar nas retas um cidadáo, só porque ele nãu pôs un “m” nu “aja” ! Mas dpois, nãu “aplicou coima” nu menistério, que nãu çendo da “coltura, devia cer da “C”oltura ! Nãu le paresse ?

        Ágora, perssebo, pruque a direita radical, estásse nas tintas, para todu u qé coltura, teinha ela “c” ó “C”…

        Conssiderala prigosa e çubeversiva, pruque çabe qun povo colto é un povo atento i infrumado, pruque o mais empurtante, nãu é un “m” a mais ou a menos no “aja”…

        á, pois, era eronia ! atão disculpeme !

  5. Manuel says:

    Passos coelho com ele só desgraça e da mentira

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