O Pravda de Luanda

Zedu

Devido à forma como o pedido de ajuda do governo angolano ao FMI foi noticiado em Portugal, o pasquim estatal de Angola voltou a apontar o dedo à imprensa portuguesa, que acusou de estar articulada com a oposição ao regime de Luanda. Tais declarações apenas servem para ilustrar, com requintada ironia, a natureza manipuladora da ditadura angolana: um jornal financiado com dinheiro público angolano, silencioso sobre a forma como a cúpula do regime se apoderou dos recursos do país, percebe que, fruto da má gestão e da quebra do preço do petróleo, as contas do país estão numa situação delicada. O FMI entra em cena para aplicar um dos seus famosos resgates e a melhor manobra de diversão que o pasquim encontra para desviar atenções é apontar o dedo à imprensa ao serviço dos interesses da UNITA, dos inimigos portugueses de Angola e dos activistas desta vida que tem a ousadia de ler livros demasiadamente progressistas. Orgulhosamente sós!

Fotomontagem@Folha8

Comments

  1. Manuel Santos says:

    Orgulhosamente sós, mas sem caírem de podre. Os famosos resgates do FMI são apenas o prolongamento offshore. E esta ‘maldade’ é música para aqueles infames. Nacionalizem os bens do José Eduardo dos Santos e de todos os seus acólitos e logo acabam com a escroqueria daquela elite.

  2. Martinhopm says:

    Pravda = pasquim?

    • Helder P. says:

      Pravda, que em russo significa “Verdade”, foi o jornal oficial da União Soviética.

      É um termo usado ironicamente para apelidar os meios de comunicação social que intoxicam a opinião pública com os seus spins doutrinários da “Verdade” que lhes convém. O “Jornal de Angola” é Pravda. O “Jornal de Angola” não deve ser Charlie.

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