O gang do impeachment

Reus Brasil

Na bizarra Câmara dos Deputados brasileira que ontem aprovou o processo de impeachment de Dilma Roussef, 57 deputados enfrentam processos no Supremo Tribunal Federal do Brasil. Apenas um é membro do PT. A esmagadora maioria é de direita, exigiu o impeachment da presidente, e o partido que até agora vivia bem com a sua parceria governamental com o PT de Dilma, o PMBD, é aquele que mais parlamentares a braços com a justiça integra. São os senhores que se seguem. Boa sorte Brasil!

Comments

  1. Afonso Valverde says:

    impicha?
    gang?
    Bem, eu resumo, porque não sou dado à língua dos piratas e corsários.
    “Bando de filhos da puta” com reservas para a respectivas mães.
    O povo é que os devia “impichar”

  2. anónima says:

    “Na bizarra Câmara dos Deputados brasileira”, que até hoje sustentava o governo em exercício, …

    • Helder P. says:

      O Impeachment não é o equivalente a uma moção de censura. O impeachment não é para ser aprovado por não se gostar da Dilma ou do seu governo, pois isso foi um assunto resolvido nas urnas, é apenas para julgar em caso de a Presidente ter cometido CRIMES. Quantos presidentes dos E.U.A. foram afastados por impeachment? Dilma é comparável a Nixon? Por fazer uma reafectação de receitas fiscais que qualquer governo faz à porta de eleições? Se forem coerentes, depois de Temer assumir a presidência também vão ter de abrir de imediato um processo de impeachment ao bandalho. Se forem coerentes, nenhum presidente daqui para a frente conseguiria cumprir o mandato. Bem sabemos que coerência não lhes assiste.

      • Afonso Valverde says:

        “Impeachment”!!!! Ó sr. é destituição.
        Escreva na nosaa língua.

    • Nightwish says:

      Sempre foi bizarra, senão não tinha candidatos como o Tiririca e o Jardel.

    • E por isso deixava de ser bizarra???

  3. Uma precisão em relação ao comentário da anónima: o papel da Câmara dos Deputados no Brasil não é o de sustentar a Dilma, do mesmo exacto modo (embora num sistema diferente) que à Assembleia da República de cá não lhe compete sustentar ou deixar de sustentar o Marcelo. Tenho visto alguma direita portuguesa (não sei se é o seu caso) dar aqui um completo flip-flop argumentativo e defenderem agora que os deputados foram eleitos pelo povo e que portanto são soberanos!? O que não deixa de ser assustadoramente cínico depois de vermos que são os mesmos que se referem ao Governo Português como, espante-se, de “gerinconça”.. Repito: não é papel da Câmara de Deputados “sustentar” ou “deixar de sustentar” uma órgão superior eleito com maioria absoluta! Não existe isso direito de decidir-se por um novo Presidente da República só porque não gosta do actual. A impugnação só é constitucional em estritos casos de responsabilidade criminal, como foi o caso de Collor.

    Tudo o resto é golpe.

  4. JgMenos says:

    A corrupção de esquerda tem outra valia moral, nada que se compare à corrupção reaccionária!

    • Ou se calhar essa distinção vem precisamente do seu lado. Não se resolvem os pecados de 60% dos deputados naquele congresso com o sacrifício do bode expiatório no Planalto. Um processo de “impeachment” é suposto ser um processo JURÍDICO e não uma forma de destituir um governo e colocar lá outro com um programa de governo de reformas, que não foi sufragado. Claro que a direita no Brasil tem as suas peculariedades: “sim, sim, sim,” destitui-se uma Presidente por causa de Deus ou dos netos, ou pelo fim dos sindicatos e “dos seus marginais” ou pelo fim da educação sexual nas escolas, ou pelo “Prefeito de Montes Claros, que é um exemplo de gestão” (o tal que virou piada mundial nas redes sociais por ter sido preso ontem).

      Vê? Neste caso é a Direita que trata a corrupção com dois pesos e duas medidas, e aproveita-se disso para fazer passar uma agenda que não foi sufragada. Lançar o caos político é, ao contrário, a única forma de salvar muitos daqueles deputados de serem investigados.

    • A Dilma é acusada de corrupção?

  5. o facto desta gente apelar ao golpe de estado e depois fazer declarações em “honra” da ditadura de 64 não é saudosismo.
    A democracia não apaga a corrupção, mas tem o mérito de a trazer a público, mesmo num país sem imprensa livre como é o caso do Brasil.
    A ditadura de 64 levou o Brasil a paroxismo de corrupção e de criminalidade financeira e política.
    Lembro-me ainda de coisinhas que parecem hoje anedota, como os voos fazerem escala sistemática em Maiami para os passageiros levantarem dinheiro antes de chegar a destino.
    Ficou claro para toda a gente de bom senso que esta malta não quer combater corrupção nenhuma.
    Eles não praticam auto-flagelação.
    O que querem é impedir o prosseguimento das investigações.
    Enquanto a coisa chapinava o governo e o partido de Dilma, tudo andava bem.
    Só que nas demandas de justiça ninguém tem controlo absoluto e acabam sempre por revelar segredos que ninguém quer ver ao soalheiro.
    Trata-se portanto, não somente dum golpe para alcançar o poder contornando a via democrática como, mais que tudo, dum golpe para impedir que se conheça a extensão da corrupção brasileira.

    ps: sabem porque há mais de 20 partidos no Brasil ? Não é por ser grande, mas sim porque a maioria representa interesses particulares, por vezes os de uma só família ou clique estadual.

  6. Martinhopm says:

    «…numa Câmara de Deputados em que 60% dos seus membros são acusados de crimes graves como corrupção, fraude eleitoral e até homicídio.»
    Aconselho a leitura do artigo ‘Carnaval dos horrores’, de Filipe Fialho, na revista ‘Visão’ nº. 1207, de 21/04 a 27/04/2016. Em três páginas + 3 fotos o articulista faz um retrato do que passa no Brasil em relação à perseguição movida à sua legítima presidente, Dilma Rousseff.
    Nunca esperei ver, como vi ontem na TV, um dos deputados brasileiros a fazer a apologia de um dos cabecilhas da ditadura militar e da sua torcionária acção em relação à mesma Dilma.
    Lá como cá? Não. Aqui, após o 25 de Abril, os fascistas ‘evaporaram-se’. Ou ainda andarão por aí?

Trackbacks

  1. […] Desengane-se quem acha que este é um texto de defesa da deposta presidente do Brasil. A própria inocência de Dilma Rousseff é totalmente irrelevante para este caso em particular. Mas o que se passa actualmente no Brasil é tão grave, que já vários e insuspeitos órgãos da imprensa internacional fizeram eco, em tempo oportuno, disso mesmo. A Al-Jazeera foi mais longe e revelou uma realidade desconhecida por muitos: as ligações entre os promotores do impeachment e os grandes brasões da elite brasileira, os coronéis dos tempos modernos que construiram impérios à sombra da ditadura militar, hoje encostados a partidos como o PMDB, que até há pouco tempo até integrava o governo liderado pelo PT e que, nem de propósito, é hoje o partido com mais senadores sentados no banco dos réus por corrupção. […]

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