Directores de escolas de Coimbra em defesa da Escola Pública

Isto é muito simples: os defensores de privilégios à custa de dinheiros públicos estão necessariamente contra a escola pública e a favor do incumprimento da Lei. A hipocrisia grassa.

Ontem, graças a uma iniciativa da FENPROF, houve uma conferência de imprensa em Coimbra, com a participação, entre outros, de três directores de escolas públicas, homens conhecedores do terreno, que explicam tudo de modo claro e sucinto, desmontando, inclusivamente, a alegada superioridade do ensino privado.

No primeiro vídeo, ouvem-se as palavras do meu amigo Augusto Nogueira, Director da Escola Secundária D. Dinis; depois, Paulo Costa, Director do Agrupamento de Escolas Rainha Santa Isabel; finalmente, o Manuel Rocha, Director do Conservatório de Música de Coimbra.

Isto é muito simples: basta ouvir quem sabe. Os vídeos estão a seguir ao corte.

Comments

  1. Carvalho says:

    Dei aulas no ensino particular durante 10 anos, estou no ensino público há 20 anos e uma coisa garanto: há boas e más escolas dos dois lados da barreira público/privado. As privadas são superiores nas missas e na moral, sem dúvida nenhuma. As públicas são superiores em muitas outras coisas.
    Portanto, haja liberdade. Quem quiser colocar os filhos nas privadas, que o faça. Porque não? Desde que pague..
    Não pode é querer que os filhos estudem nas escolas privadas e que seja o contribuinte a pagar.
    A igreja católica, como sempre, é a mais interesseira e hipócrita das instituições. São muito espirituais, mas desde que não lhes toquem nos privilégios materiais, desde que o vil metal continue a correr dos bolsos dos contribuintes para os deles. Uns chulos, uns verdadeiros parasitas da sociedade.

  2. Esta polémica, por vezes muito deturpada por quem julga que a razão só está do seu lado, prejudica demasiado os professores e a sua imagem junto do resto dos cidadãos. Também diga-se alguns prof. ajudam; deviam reduzir as intervenções (algumas muito esganiçadas) nos media e blogs, porquê se tiverem bom senso percebem que há mais gente que tem ideias sobre o ensino, tão válidas como a arrogância que alguns apresentam.
    Segundo porque alguns sindicalistas e formas de luta têm desmontado aquela visão que havia no meu tempo de escola, do professor , austero, responsável, sereno e em quem se podia contar para ajudar a educar os filhos.
    não é só porque sim que os rankings são HOJE liderados por escolas privadas, e que na maioria dos casos havendo uma privada e uma publica os pais enchem a privada e deixam a publica “nossa” (deles claro) vazia.

    • Helder P. says:

      Pois não é à toa que as escolas privadas ganham nos rankings, chama-se seleccionar os melhores alunos, caro senhor. Darwinismo social.
      E não venha com os seus contos de fadas da mítica gestão privada que no mundo real já testemunhei casos de alunos que eram subtilmente “aconselhados” a deixar a escola privada com contrato de associação que frequentavam por não se adaptarem ao estilo de ensino e a enveredar por uma escola pública ou outra privada com contrato de associação que não discrimine, esta última sim a cumprir integralmente as suas obrigações, porque também as há, embora sejam poucas.

    • Nascimento says:

      Realmente, de cada vez que rabisca,o animal “acerta” sempre.Este merdoso do 69Cristof está um bandalhof.

    • Ferpin says:

      Tenho a ideia que os apoiantes dos colégios com contrato de associação não se preocupam muito com a lei, mas mais com o Cumprimento de ideologias ou o favorecimento de amigos.

      Fazer contratos de associação em locais onde há resposta pública é crime de prevaricação e delapidação de dinheiros públicos.

      Enquanto se discute a trampa que se tem discutido, não se discute o essencial, ou seja quando é que o Crato é levado a tribunal por ter aumentado o número de contratos de associação em locais onde relatórios que ele tinha indicavam que nem sequer era preciso fazer esses contratos quanto mais alargar?

  3. Alexandra says:

    Não há maiores chulos e parasitas da sociedade do que os membros do governo e do Estado! Alguém tem dúvidas?! E agora respondam-me: o Estado vai mesmo poupar milhões com o fim dos contratos de associação?!? Eu tenho sérias dúvidas, mas mesmo em caso afirmativo, para onde irão esses milhões?! Leigos são os que pensam que vão para qualquer outro lado que não os bolsos dos senhores ministros e amigos… enfim, tanta controvérsia em torno do “eu pago a escola do meu filho, e quem quer privado que pague” que ninguém se lembra de uma questão muito importante: esses ditos “milhões” são muito melhor aplicados e vantajosos para o povo se forem utilizados na educação das crianças e jovens, que serão o futuro do n/ país, do que se forem aplicados na casa de férias do sr. ministro de tal, num paraíso qualquer, para se juntar c/ os amigalhaços a gozar c/ a cara do Zé Povinho, que lhes enche os bolsos e as contas bancárias em offshores!

    • António Fernando Nabais says:

      Muito obrigado, Alexandra. Agora percebi: como o dinheiro que fica no governo é todo usado em férias e offshores para benefício dos ministros, mais vale continuar a dar o dinheiro aos donos dos colégios, os únicos que estão verdadeiramente interessados nos alunos e que nunca deram mau uso aos financiamentos de que beneficiaram. Ainda bem que nos iluminou.

  4. Alexandra says:

    Claro! Se com menos dinheiro conseguem ter melhores condições para os alunos, melhor qualidade de ensino, melhores resultados e, ainda assim, meter dinheiro ao bolso, como menciona, é claro que é bem melhor!

    • António Fernando Nabais says:

      Ó Alexandra, explique lá como é que sabe que, nos colégios, há melhor qualidade de ensino! O resto (melhores condições e melhores resultados) é factual, mas toda a gente sare muito bem como é que isso acontece. De resto, vejo que a sua defesa dos valores éticos e morais está ao nível dos membros de uma claque futebolística: o dirigente do meu clube até pode roubar, mas obtém resultados. Até aposto que concorda com a instrumentalização dos alunos com os colégios. Vale tudo, não é?

      • Alexandra says:

        Sei muito bem, pois conheço ambas as situações! Não é por acaso que uma grande parte dos alunos do colégio que conheço saem para o público no 11°, ou 12° ano para terem melhores notas, e assim terem melhores médias para entrar na universidade! Isso quer dizer o quê? E se todos roubam, segundo o que menciona, vamos fazer o quê?! Eu prefiro honestamente que os meus impostos sejam aplicados em ensino de melhor qualidade para o meu filho. Clubismo?! Por favor… Convido-o a visitar o colégio do meu filho, as condições que tem, os benefícios que trazem aos alunos… a dedicação para com os miúdos! É totalmente diferente! Fazendo as contas bem feitas, os contratos de associação são muito mais vantajosos para todos! Numa altura em que a taxa de natalidade desce a pique, e a esperança média de vida aumenta de ano para ano, o estado devia preocupar-se mais em criar instituições para garantir melhor condições aos idosos, ao invés de arrumar com situações em prol da formação, que funcionam de forma melhor que as instituições públicas! E em vez de ter criado mais um tachinho chamado Parque Escolar EPE, para os amigalhaços ex-ministros enfiarem mais uns milhões aos bolsos!

        • António Fernando Nabais says:

          Percebe-se bem que a Alexandra não sabe e não lê, provavelmente porque não está interessada em saber ou em ler. Aposto que nem sequer viu os vídeos. Ainda assim, vou tentar mais uma vez.
          Nesta polémica sobre os contratos de associação, não está em causa a qualidade do ensino ministrado, até porque, ao contrário do que julga, não há, até hoje, nenhuma maneira de avaliar essa mesma qualidade. A Alexandra conhece o colégio do seu filho. Eu conheço muitas escolas e muitos colégios, porque já dei aulas em vários sítios.
          O facto de haver melhores notas em alguns colégios tem várias causas. No que se refere a muitos que estão bem classificados nos “rankings” (e que, na maior parte dos casos, nem têm contratos de associação), é necessário ter em conta que a maioria dos seus alunos vem de famílias com um estatuto socioeconómico e/ou sociocultural médio-alto, o que é, muitas vezes, decisivo. Aliás, de uma maneira geral, os alunos que têm boas notas nas escolas públicas também têm o mesmo perfil. Independentemente da qualidade dos professores, esta é a verdade.
          Acresce a isso que, em muitos desses colégios, a obsessão com a preparação dos exames pode ir a tal ponto que há disciplinas que são postas de lado a partir do terceiro período ou há aulas específicas de preparação para os exames. Para além disso, também se sabe que, em alguns colégios, há inflação de notas. Em qualquer dos casos, nada disto se relaciona com Educação (que é muito mais do que preparar alunos para ter boas notas em exames). Por isso, análises recentes, ainda que parciais, demonstraram que os colégios preparam melhor os alunos para ter boas notas nos exames, ao passo que as escolas públicas preparam melhor os alunos para um bom desempenho escolar (há poucos anos, um estudo da Universidade do Porto confirmou isto mesmo).
          As condições oferecidas pelos colégios devem-se a uma maior autonomia e, no caso dos que têm contrato de associação, são alcançadas à custa do dinheiro de todos os contribuintes para benefício de alguns. As escolas públicas, por exemplo, não podem garantir transporte aos alunos, ao contrário do que acontece com algumas escolas com contrato de associação, havendo casos em que o dinheiro até deu para ter frotas de autocarros.
          Também poderíamos falar dos abusos que muitos colégios cometem sobre professores que se tornam alvos fáceis, graças à situação precária em que se encontram, mas dá-me a impressão de que, para a Alexandra, direitos laborais são privilégios.
          A Parque Escolar foi uma negociata do PS, tal como a concessão de contratos de associação a colégios ao lado de escolas públicas foi outra negociata do PSD/CDS.
          Este ministro já fez muitos disparates e cheira-me que ainda estão muitos mais a caminho. No que se refere à moralização dos contratos de associação, só me merece elogios.

          • Alexandra says:

            Engana-se muito quando diz que não leio… não tenho por hábito opinar acerca de temas dos quais não tenho conhecimento, mas cada um é como é… o que lhe digo é que eu sempre frequentei instituições públicas de ensino, inclusive numa escola bastante problemática do grande Porto, a Escola Secundária do Cerco do Porto.
            A verdade é que, na altura em que eu estudava, o ensino público estava noutro nível, que não se verifica atualmente.
            Já o meu filho frequentou um infantário privado até aos 3 anos, foi para a pré-escola pública até aos 6 anos, foi para a escola básica pública até aos 10 anos e está agora a terminar o 5ºano num colégio com contrato de associação. As diferenças entre todas estas escolas são bastante notórias a todos os níveis, desde as infraestruturas aos meios disponibilizados aos alunos. Até na postura do pessoal docente se nota diferenças! Eu tive sérios problemas com 2 das 4 professoras que o meu filho teve desde o 1º até ao 4º ano no público… e não, não sou mãe galinha! Eu defendo que é dever dos pais educar e promover a autonomia dos filhos, mas muito mais importante é incutir-lhes o sentido de responsabilidade! Mas vi e vivi situações que não passam pela cabeça de ninguém! Poderia descrever inúmeros episódios, mas basta dizer que os miúdos rachavam cabeças e as professoras não podiam avisar os pais, ou levá-los ao centro de saúde, que por acaso fica mesmo ao lado da escola, porque estavam proibidas de efetuar chamadas telefónicas do telefone da escola e não iam gastar dinheiro do telemóvel pessoal!! É que nem um cubo de gelo tinham… era surreal!!
            E impostos pagamos todos, por isso não me venham com a história “se queres privado, paga”, pois já pago, e não é pouco!
            Eu até acho que o ponto central de toda esta situação está a passar ao lado… ou seja, não deveria tratar-se de acabar com o que está bem, mas sim elevar todos ao mesmo nível: escolas públicas, colégios com contratos de associação e colégios privados… pois se os privados conseguem, o Estado tem muito mais poder para conseguir mais e melhor… só não quer! E aí, já não precisava de recorrer a instituições privadas.
            Bem, adivinha-se um Setembro negro… muito negro! Eu só espero realmente, que os Senhores ministros tenham certeza do que estão a fazer, pois, de acordo c/ o estudo no qual se basearam para esta tomada de decisão, no 7º ano, o meu filho terá que ir para uma escola pública a 5km de casa, sem transporte direto, com uma taxa de ocupação 1, mas que está a cair de podre, pois ainda não foi efetuada qualquer remodelação! E seguindo a ordem de ideias do “queres privado, paga” pergunto eu: porque tenho que tirar o meu filho de uma escola excelente com contrato de associação e transferi-lo para uma escola pública sem qualquer tipo de condições, quando à mesma distância tem outra escola pública, que foi toda remodelada, com ótimas condições, mas com taxa de ocupação 4. O que é o que o meu filho tem a menos do que os alunos que estão colocados nessa escola?! Não tem o mesmo direito?! Ou é um Português de 2ª ou 3ª?! Porque tenho que pagar os meus impostos para o meu filho andar numa escola inferior aos outros que, às tantas, nem impostos pagam?!?
            É tudo muito bonito, mas é na teoria!

          • Só preconceitos! E julga-se informado! Como se a escola privada fosse um luxo de alguns! Algumas até são luxo. Mas luxo cultural e não de hotel de luxo…
            Pelo menos podia ler a Constituição! Artigos 67,68,73, 74, e não só o 75, de que toda a gente fala. Não entendo porque querem o monopólio de Estado no ensino. Com a mania de que uns tem que pagar duas vezes. Todos pagam impostos. Porque é que uns têm direito a ter o que querem e outros não?
            A Constituição não dá direito ao Estado a ter o monopólio de ensino! Diz exactamente o contrário! Dizem-se democratas e querem voltar ao monopólio de Estado?!!!
            Pensem bem no que é DEMOCRACIA. Será Sócrates a dizer que “livre escolha é demagogia”? E LAICIDADE. Não é laicismo! Isso de querer impor aos outro é laicismo e não laicidade! Ser laico é respeitar.
            E, também, não fale do que não sabe!

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