Os professores do privado também são piegas, Passos?

piegas

Numa célebre entrevista dos tempos sombrios em que presidiu ao Conselho de Ministros, Pedro Passos Coelho tem uma afirmação que ficaria para sempre ligada à sua acção governativa e que nos diz muito sobre a sensibilidade social do ex-primeiro-ministro. Líder de um governo que promoveu como poucos a precariedade na escola pública, Passos aconselhava os professores desempregados a emigrar. E muitos não tiveram outra alternativa que não fosse seguir o amável conselho. O tempo não estava para pieguices.

Contudo, o partido liderado pelo agora deputado Pedro Passos Coelho parece viver numa outra realidade e, chegado à oposição, uma súbita preocupação social parece emergir. Temos portanto o mesmo PSD que mandou os piegas emigrar a explodir em indignação por um número incomparavelmente inferior de professores do ensino privado poder vir a perder o seu emprego caso as escolas onde leccionam deixem de viver quase em exclusivo de rendas públicas.

Teria sido interessantíssimo, nos mais de quatro anos em que governou, que Passos tivesse adoptado similar postura face a outros despedimentos que iam ocorrendo no sector privado. Que afrontasse os poderosos patrões a cada novo despedimento colectivo. Afinal de contas, uma escola privada é, tal como o próprio nome indica, uma empresa privada. E se é privada, diz o bom do neoliberalismo, é para ser deixada em paz pela opressão do poder político. Mas, pelos vistos, essa regra não se aplica às rendas e subsídios que o erário público disponibiliza para manter o ensino privado em funcionamento. Para quando um convite aos potenciais desempregados do ensino privado para procurarem novas oportunidades nos PALOPs?

Fotomontagem via Uma Página Numa Rede Social

Comments

  1. Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

    Passos é coerente como qualquer bom fascista.
    Sim, escrevi fascista, porque isto de “radicais de direita” e de “extrema direita”, como leio escrito por muitos “jornaleiros”, é uma treta, um “amaciador” que lhes permite ficarem de bem com Deus e com o Diabo e garantirem a perenidade do seu posto de trabalho.
    Há muito que se perdeu a noção do peso das palavras e andamos aqui a jogar ao “politicamente correcto” de um modo hipócrita que permite, lixiviar primeiro e reciclar depois a imagem de agentes verdadeiramente salazaristas, alguns dos quais com cartão na PIDE.
    Passos, o coelho, é verdadeiramente coerente. E ninguém o pode acusar de não ser. No caso vertente, não está a defender umas quaisquer pessoas. Ele defende os princípios que criou, pedindo para que não de condene à triste e penosa emigração aqueles detentores de postos de trabalho criados justamente para afastar os miseráveis piegas.
    Uma coisa são esses horríveis e miseráveis piegas, a quem o Estado “mata a fome” e outra, é a inovadora Iniciativa Privada, geradora das suas próprias receitas que lhe garante a sua plena continuidade sem terem que andar a mendigar umas rendas ao Estado.
    Iniciativa Privada, no caso vertente protegida pela comunidade religiosa portuguesa, de amarelo vestida, que vem pedir para que as Crianças continuem nos seus estabelecimentos de Ensino, onde as graças recebidas, qual milagre celestial, fazem fermentar as suas notas de modo exponencial, à custa da falta de ética (outra palavra desconhecida dos fascistas) e do dinheiro dos contribuintes piegas e chorões.
    Iniciativa Privada que se tiver azar no investimento, tem sempre o Estado que magnanimamente os ajuda a continuar a desenvolver ainda mais iniciativa “apoiada”.
    Os outros, os piegas, são verdadeiros mamões cuja “dura lex” de Passos, o coelho, condena salomonicamente à emigração pela incapacidade que demonstram de se não adaptar à regra do “Mercado” desse mesmo Passos, o coelho, fazendo-o de modo prosaico: um convite dito com palavras verdes de esperança, perfumadas com bom hálito e acompanhadas de uma rosa, sem espinhos,
    A ideologia de Passos o coelho é simples e resume-se a: Fechar Escolas de Iniciativa Privada é crime e a acção, despedimento. Fechar escolas públicas, é reforma.
    É assim que o fascismo pensa.
    Mas goste-se ou não, o fascismo é coerente e Passos o coelho, tal como o seu mentor político, o cavaco são gentalha fiéis aos seus princípios.
    Pena é que não mereçam o mínimo pingo de respeito.

  2. anónimo says:

    Na presente golpada dos colégios privados, há uma outra questão que tem passado em branco, e que, salvo erro, consta da constituição desde a implantação da republica.
    Para além de proporcionar a educação a todos, em igualdade de oportunidades, o ensino publico destina-se a proporcionar uma educação laica, livre do dogmatismo e ignorância com que a igreja “educa” os seus apaniguados e consolida o seu poder sobre a nação.
    O direito de escolha é ter direito a uma educação laica. Quem quiser educação religiosa que a pague.
    Foi durante o período fascista que a igreja voltou a ganhar o financiamento do estado, e as salas de aula foram decoradas com o crucifixo e os retratos dos tiranos.
    Os fascistas querem mais do mesmo.

  3. Edgar Carneiro says:

    Estão desesperados e em tudo se vê tal desespero.

  4. Esta propaganda descarada em defesa da escola “publica” nossa (deles claro) está a correr, penso eu , muito bem aos partidos pafianos. Ao lerem tanta demagogia, más informações , eu se tivesse incluído nos que têm as crianças nos colegios privados , onde aparentemente se obtêm boas notas e gostam de lá estar, passaria o meu voto para quem defende , com factos essa forma de cumprir o serviço publico de ensino . Demagogos unidos jamais serão vencidos.

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